Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 118

Percebendo as acusações impiedosas de sua mãe, Marina solta um suspiro pesado, ciente de que o confronto não pode mais ser evitado.

— Então, além de não confiar em mim, agora está me vigiando também? — pergunta, exausta, com a dor visível em sua expressão.

— Eu só estava indo até o portão — responde Daniela, mantendo o olhar firme. — E vi você lá, bem juntinha dele. Deu para ver muito bem como os “pombinhos” se comportavam — ironiza.

— Mãe, para com isso! — Marina pede, com a voz vacilante, segurando as lágrimas. — A senhora não tem noção do impacto que isso está causando em mim.

Sem esperar mais, Marina entra em casa, seu coração está comprimido pela pressão das acusações. Ela larga a mala no quarto, mas não consegue se livrar da presença da mãe, que a segue insensível, com cada palavra se transformando em um julgamento.

— Eu não te reconheço mais, Marina. Tudo o que vejo agora é uma garota irresponsável, deslumbrada pelo dinheiro, como se o Sávio não tivesse significado nada para você.

Gradualmente, as palavras de Daniela se tornam ainda mais amargas, a cada sílaba reforça o peso da condenação.

— Você não entende o que está dizendo — Marina tenta se defender.

Daniela a ignora, cruzando os braços, como se aquela fosse sua sentença final.

— Fiquei com tanta vergonha de contar ao seu pai as safadezas que você andou fazendo… Ele saiu sem saber de nada — revela, com desprezo. — E você ainda tem coragem de me pedir compreensão?

Marina se sente encurralada. Ela fecha os olhos, tentando controlar o choro, mas as palavras da mãe são agudas demais.

— Para de me julgar, mãe! Sou sua filha!

Mas Daniela continua, sem nenhum traço de piedade.

— Você está se perdendo, Marina. A ambição está te destruindo. Julgou tanto o Sávio, mas está fazendo pior do que ele fez. Me diz uma coisa: você já se deitou com o seu chefe? — A pergunta é cortante, como um golpe direto.

Marina leva a mão à boca, horrorizada.

— Como pode pensar isso de mim? — Sua voz falha, quase num sussurro, mas Daniela insiste, cada vez mais incisiva.

— Você deixou que aquele homem te tocasse só por dinheiro? O que se tornou, Marina? Uma prostituta?

— Chega! — Marina grita, exasperada, suas lágrimas escorrem descontroladamente. Ela pega sua bolsa com os documentos, decidida a sair dali. Porém, antes de conseguir se afastar, a mãe a segura pelo braço com força.

— Está fugindo da verdade? Vai correr para os braços dele? — provoca Daniela.

— Não, mãe, eu só quero ficar longe da senhora. Nunca imaginei que seria tão insensível assim, que me julgaria sem ao menos tentar entender o que estou passando — Marina puxa o braço, conseguindo se soltar, e sai de casa.

Com o coração pesado e a cabeça repleta de pensamentos confusos, ela caminha sem rumo. Seus passos rápidos são como uma fuga desesperada. As lágrimas nublam sua visão enquanto tenta conter o soluço que aperta sua garganta. Ao virar a esquina, vê Andressa, que ao notar o estado da amiga, corre ao seu encontro, sem hesitar.

— Mari, o que aconteceu? — pergunta Andressa, surpresa. — Você sabe que pode desabafar comigo, né? Estou aqui para o que precisar.