Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 180

Ao ouvir aquelas palavras, Andressa sente todo o medo que está dentro do seu interior ir embora, é como se Leonel soubesse de um antídoto milagroso que acabasse com todo o medo que ela sentia em seu interior.

— Está mesmo disposto a me aceitar depois de todos esses anos? — ela pergunta com a voz trêmula, sentindo as lágrimas começarem a inundar o seu rosto.

Ainda segurando as mãos dela, Leonel se aproxima mais, quebrando a barreira que os separava naquele momento.

— Eu nunca deixei de te amar, nem por um segundo sequer — ele confessa, deixando que a sua voz saia de um modo carinhoso. — Quando você deixou de responder às minhas mensagens e passou a não atender as minhas ligações, eu pensei em desistir de tudo, só para ir atrás de você, mas eu não fiz… — confessa. — Eu tinha muito medo de escutar da sua boca a verdade, então apenas foquei nos estudos para tentar amenizar a dor que eu estava sentindo.

A confissão de Leonel a pega completamente de surpresa. As palavras dele atravessam suas defesas, alcançando uma parte de si que há muito tentava ignorar. Incapaz de conter as emoções, sente as lágrimas escorrerem por seu rosto. Era como se todo o peso das escolhas erradas que fizera finalmente a alcançasse.

Ela percebe, com dolorosa clareza, o quanto foi tola ao permitir que outro homem entrasse em sua vida. Um homem que nunca lhe prometeu amor, nunca a tratou com o cuidado que merecia. Pelo contrário, ele a reduziu a um mero objeto, algo que servia apenas aos seus caprichos e desejos sexuais.

As lágrimas vêm em ondas, repletas de arrependimento. Ao mesmo tempo, estar diante de Leonel daquele jeito a fez sentir que ele ainda era o único que, em toda a sua confusão emocional, fazia seu coração se sentir vivo.

— Eu não te mereço — ela murmura, num tom de voz fraco, cheio de culpa. Seus olhos, úmidos pelas lágrimas, fitam a mesa à sua frente. O peso de suas escolhas parece esmagá-la, especialmente ao perceber que nunca amou Leonel como ele realmente merecia.

— Não diga isso — responde ele, com firmeza, mas também com uma ternura que só ele sabia transmitir. — Não é sobre merecer, Andressa. O amor não funciona assim.

Ela ergue o olhar, encontrando os olhos dele, cheios de compreensão e uma calma que a desarma.

— Eu só queria ter sido mais corajosa… ter esperado por você, ter feito as coisas certas — confessa, com a voz entrecortada. — Em vez disso, deixei tudo se complicar, mais e mais, até chegar onde estou…

O peso de perceber o quanto se afundou na lama por sua ambição a deixa enjoada, que sua vontade é vomitar para fora toda aquela sujeira que havia dentro do seu corpo, como se assim conseguisse se livrar dos erros que havia cometido.

Ainda próximo a ela, Leonel toca suavemente suas costas, o gesto traz cuidado e ternura. É como se ele estivesse confortando uma criança que acabara de cair e ralar o joelho, transmitindo segurança e uma sensação de proteção que Andressa há muito não sentia. O calor do toque dele parece dissolver, ainda que por um momento, o peso que ela carrega em seus ombros.

— A vida tem um jeito estranho de nos testar, Andressa. Mas estamos aqui agora, e é isso que importa.

Sem se importar com quem quer que os veja ali, ele a abraça e diz:

— O que você faz a partir de hoje é o que realmente importa. E, se você estiver disposta, estou aqui. Sempre estive.

As palavras dele tocam fundo em seu interior. O nó em sua garganta parece afrouxar, e pela primeira vez em muito tempo, ela sente uma esperança real de que, talvez, possa reescrever sua história.

— Prometo que farei tudo para recuperar o tempo que te fiz sofrer — diz ela, correspondendo ao abraço. Prometo que terminarei ainda essa semana com aquele homem e correrei para os seus braços, de onde eu nunca deveria ter saído.

— Vou te esperar ansioso, como se a minha vida dependesse apenas disso — declara ele, antes de selar seus lábios nos dela.