Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 181

Alerta de gatilhos…

Tentando soar o mais calma possível, Andressa caminha até o interruptor e acende a luz da sala. A claridade revela Xavier ainda sentado no sofá, segurando um copo de uísque como se fosse um objeto de controle. Ela coloca a bolsa no aparador com movimentos calculados, respira fundo antes de se aproximar e sentar-se ao lado dele.

— Olá, Andressa — diz ele, cortando o silêncio da sala.

— Não sabia que viria esta noite — diz, mantendo a voz leve e um sorriso discreto. — Como foi o jantar? Gostou da nova namorada do seu filho?

No entanto, Xavier ignora completamente a tentativa dela de desviar o foco. Seus olhos estreitam-se enquanto dispara com frieza:

— Onde você estava?

O tom dele, direto e repleto de suspeita, faz Andressa engolir em seco. Ela percebe imediatamente que o seu humor está longe de ser tranquilo. Ainda assim, mantém a calma na resposta.

— Fui jantar num restaurante aqui perto — revela, escolhendo cuidadosamente as palavras.

— Eu disse que não era para você sair sem a minha autorização! — brada, com a voz subitamente elevada, ecoando pela sala.

Sentindo um arrepio na espinha, Andressa tenta manter a compostura.

— Fui bem rapidinho, amor. Não achei que precisava te avisar sobre algo tão trivial — responde, esforçando-se para soar natural, embora o nervosismo em sua voz seja perceptível.

Os olhos de Xavier fixam-se nos dela, analisando cada detalhe de sua expressão. Ele não acredita em uma palavra sequer. O sangue ferve em suas veias enquanto a raiva cresce a cada instante. O uísque no copo treme ligeiramente em sua mão, enquanto ele reprime o impulso de agir impulsivamente.

— Trivial? — ele finalmente diz, num tom baixo, mas perigoso. — Você acha que pode fazer o que quiser, Andressa? Eu disse para você não sair, e você desobedeceu como se minha palavra não valesse nada.

— Amor, você estava ocupado no jantar em sua casa, não sabia se poderia te enviar uma mensagem naquele momento.

A voz de Andressa tenta soar calma, mas há uma hesitação que não passa despercebida por Xavier. Quanto mais ele ouve a desculpa que considera esfarrapada, mais sua irritação cresce, como uma chama alimentada por cada palavra dela.

De repente, ele não consegue mais conter a raiva. Pegando o copo de uísque, o lança com força contra a parede. O som do vidro se despedaçando ecoa pela sala, seguido de um silêncio pesado.

— Mentirosa! — grita ele, cheio de fúria. — Acha mesmo que pode mentir para mim, sua desgraçada? — Ele avança rapidamente, agarrando Andressa pelos cabelos longos, puxando-a de forma agressiva.

O impacto da ação faz o coração de Andressa disparar, o pavor toma conta de seu peito como uma onda sufocante. Seus olhos começam a lacrimejar enquanto encara a expressão de ira nos olhos do amante.

— Xavier, por favor… — balbucia, tentando se afastar, mas sem sucesso.

Ele a encara com um olhar feroz, como se buscasse respostas nas lágrimas que ameaçam escorrer.

— Acha mesmo que sou homem de fazer favores, m*****a? — questiona sarcasticamente. — Parece que você não me conhece mesmo — ele ri, mas o seu riso é tenebroso, cheio de maldade.

— Por acaso se esqueceu de onde eu te tirei, sua inútil? — cospe as palavras, com o corpo ainda vibrando de fúria. — Você não era nada sem mim, nada! — vocifera, enquanto a sua voz reverbera pela sala com uma mistura de raiva e desprezo. — Eu que te dei tudo o que você tem, tudo! E, mesmo assim, você teve a audácia de ir atrás de outro homem, achando que eu não descobriria.

Ele dá um passo à frente e a chuta no chão, como se fosse um saco de lixo.

— Pare Xavier, por favor! — ela pede numa voz de desespero.

— Meu maior erro foi te tirar daquele chiqueiro, achando que você poderia ter um pouco de consideração por mim — vocifera com um tom de desprezo. — Mas agora percebi a verdade: não importa o quanto você dê banho num porco, ele sempre volta para a lama.

Ele dá mais um chute nela, que fica sem forças para se levantar. Seus olhos brilham com uma raiva quase incontrolável, cada palavra atinge Andressa como um golpe. Ela, ainda no chão, sente o corpo fraquejar, tanto pela dor física quanto pela humilhação imposta por suas palavras.

— Eu te transformei, te dei uma vida que você nunca teria sozinha — continua ele, aumentando a intensidade da voz. — E é assim que você retribui?

Andressa não consegue responder. O nó em sua garganta e o medo crescente a impedem de encontrar qualquer defesa, enquanto Xavier permanece parado à sua frente, como se sua simples presença fosse uma forma de esmagá-la ainda mais.

— Vou te ensinar o que acontece com quem tenta me passar para trás.

Ao dizer isso, Xavier avança sobre Andressa com brutalidade. Ele a agarra pelos cabelos com força, ignorando seus gritos e súplicas, e começa a arrastá-la pelo chão em direção à cozinha. Cada puxão é cruel, impiedoso, como se estivesse determinado a descontar todas as suas frustrações na única pessoa que, naquele momento, estava vulnerável o suficiente para suportar sua fúria.

Andressa tenta se segurar em algo, qualquer coisa, mas seus esforços são inúteis. O couro cabeludo arde com a dor e ela sente as lágrimas escorrerem pelo rosto, enquanto é arrastada como um objeto, desprovida de qualquer dignidade.

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