Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 197

Quando acorda, Victor nota que já se passa das duas da tarde. Ele vê Marina ao seu lado, dormindo com uma expressão cansada, o que o faz sorrir suavemente. Decidindo não perturbá-la, ele se levanta devagar, cuidando para não fazer barulho. Pegando o celular na mesinha de cabeceira, sai do quarto em silêncio.

Ao chegar no jardim de sua casa, desbloqueia o celular e percebe várias mensagens e chamadas perdidas de Rodrigo. Sem perder tempo, disca para o irmão, que atende imediatamente.

— Victor, onde você está? Por que não veio para casa? — pergunta Rodrigo, com um tom de urgência.

— Estou na minha casa, acabei de acordar agora. Tive uma madrugada muito movimentada — explica, esfregando os olhos enquanto se senta em um banco do jardim.

— Sério mesmo que conseguiu pensar em sexo depois do que aconteceu? — Rodrigo questiona, com uma mistura de surpresa e sarcasmo, pensando que a “madrugada movimentada” do irmão se referia a isso.

— Para te falar a verdade, pensei, sim — responde, com ironia evidente na voz. Porém, mudando o tom, ele continua: — Mas não foi por isso que eu não dormi. Você não tem noção do que o seu pai fez.

— Agora é só “meu pai”, né? — Rodrigo brinca, tentando aliviar a tensão. — Mas me diz, o que ele fez?

Respirando fundo, Victor se prepara para relatar os eventos da noite anterior, enquanto observa o vento suave balançar as árvores ao redor.

— Ele tentou matar a amante dele — revela.

Pelo silêncio que o irmão faz do outro lado da linha, Victor consegue até imaginar a expressão de choque estampada no rosto dele.

— O quê? Você está falando sério? — Rodrigo quebra finalmente o silêncio, incrédulo.

— Totalmente sério. Ele a atacou brutalmente. Andressa está no hospital agora, e, pelo que vi, ela sobreviveu por sorte — explica, num tom mais sério.

— Meu Deus, Victor… Isso é ainda pior do que imaginei. E onde ele está agora? Você sabe para onde ele foi depois disso? — Rodrigo pergunta, claramente preocupado.

— Não. Você não viu algum sinal dele por aí? — indaga, esperando que o irmão tenha alguma informação.

— Não, aqui em casa ele não apareceu desde ontem à noite. Eu até perguntei à mãe se ela havia ouvido algo dele, mas ela também não sabe de nada. Na verdade, acho que ela está tentando processar tudo o que aconteceu — responde, com um suspiro pesado.

— Não me surpreende — comenta, com um tom amargo. — Ele deve estar escondido em algum lugar, tentando bolar o próximo passo. Mas uma coisa é certa: dessa vez, ele não vai escapar tão fácil.

— O que você pretende fazer? — Rodrigo pergunta, agora mais preocupado.

— Primeiro, garanti que a Andressa colaborasse com a polícia e contasse tudo o que aconteceu. Depois disso, é questão de tempo até o localizar. Ele pode ser esperto, mas não é invencível — diz Victor, com determinação na voz.

Rodrigo fica em silêncio por alguns segundos antes de responder:

— O que acha que irá acontecer com ele?

— Não sei, mas sei que não sairá impune. Por isso, fique de olhos bem abertos — responde, com firmeza.

— Como o nosso pai teve coragem de fazer algo assim? Ele estragou a vida dele — Rodrigo lamenta, preocupado.

— Não se esqueça de que ele não é nenhuma criança — retruca Victor, cruzando os braços enquanto olha para o jardim. — O que acontecer de agora em diante é tudo consequência dos próprios atos dele. Pedi que um advogado ficasse de olho no caso. Para ser sincero com você, não quero me meter nisso. É muita sujeira para lidar de uma vez só.

— Sei disso, Victor, mas ele é o nosso pai… — reflete, ponderando em como usar as palavras. — O que será de nossa família?