MARCUS
Fiquei atônito quando uma enfermeira entrou no quarto e anunciou que eu tinha uma ligação da minha esposa. Até Nick, quase inconsciente, abriu os olhos para encará-la. Sem refletir por um segundo sequer, dei de ombros e a segui para o corredor, certo de que não seria realmente Olivia do outro lado da linha. Ela, porém, queria a bebê consigo. Não existiam palavras capazes de descrever a alegria que me inundou; naquele instante, todo o resto do mundo pareceu desaparecer.
Mesmo depois que ela desligou, após eu implorar para que não me deixasse, meu sorriso não se desfez. Eu me sentia nas nuvens. Olivia lera a minha carta e aceitara ser mãe da nossa filha. Compreendi que tinha tirado a sorte grande quando me casei com ela. Deus, como eu desejava estar com as duas agora mesmo, compensando toda a dor que causei.
Olivia era mais do que uma boa mulher ou uma esposa extraordinária. Eu começava a acreditar que ela fosse um anjo em forma humana. Nenhum mortal podia ser tão generoso. Todos carregávamos falhas, menos ela, cuja alma reluzia como ouro puro.
— Imagino que fosse mesmo Olivia no telefone, julgando pelo sorrisão no seu rosto. — Comentou Nick. Assenti, e o sorriso se tornou ainda mais amplo.
— E estou supondo que ela vai voltar? — Indagou.
Balancei a cabeça. Nick franziu a testa, confuso.
— Então por que diabos você está sorrindo feito um idiota?
A risada escapou-me antes que eu pudesse controlar. Ele ainda não compreenderia.
— Digamos apenas que não precisaremos mais pedir ajuda à sua mãe com a bebê. Olivia deseja levar a filha com ela. Acredito que Luke, Ethan ou Lupita venham buscá-la em alguns dias para levá-la para casa.
Nick se sentou, acomodando a menina com cuidado sobre o peito.
— Fico feliz que as coisas estejam dando certo para você. — Disse. — Mas eu vou junto. Não ficarei sentado aqui esperando Olivia voltar com meu filho. Já perdi tempo demais com Samuel, e não desperdiçarei outro dia. Se Olivia quer a bebê com ela, provavelmente não regressará tão cedo.
Nick era um porre; tinha a habilidade de arruinar meu humor em um piscar de olhos.
— Sabe, Nick, às vezes eu realmente queria que você pensasse antes de falar. — Respondi, sentindo a frustração crescer. — Eu não desejava contemplar a chance de minha esposa não voltar tão cedo. Eu me sentia feliz apenas por saber que ela estava disposta a cuidar de uma criança que nem era dela. Para mim, isso significava que ela não desistira da nossa família. Então você surge com esse comentário… cara, você me irrita demais.
Nick se recostou, fechando de novo os olhos, e falou com firmeza:
— Se você pretende continuar mentindo para si mesmo, siga em frente. Eu não seguirei. Se eu fizer isso, meu filho estará com quinze anos na próxima vez que eu o vir, e reconstruir nosso vínculo será um inferno.



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