(Ponto de Vista de Nick)
Enquanto andava de um lado ao outro no quarto, lutando para conter a ansiedade que crescia de forma sufocante dentro de mim, percebia que o ritmo acelerado dos meus passos pouco contribuía para esconder o nervosismo. Cada segundo parecia se estender indefinidamente e, mesmo olhando inúmeras vezes para a porta na expectativa de ver Ethan chegar com Olivia, o corredor permanecia vazio, e o silêncio só tornava a espera mais angustiante.
E aquela ligação da Olivia marcou o início de tudo, já que, no instante em que escutei sua voz, senti um peso esmagador e gélido invadir meu peito sem aviso.
— Nick. — Com a voz trêmula, ela chamou pelo meu nome e, em seguida, a linha ficou completamente muda, fazendo meu coração congelar por um instante. Antes mesmo que eu pudesse pensar em dizer algo, como pedir que ela ficasse calma ou evitasse qualquer atitude impensada, a ligação já havia terminado. Tentei retornar a chamada na mesma hora, mas ninguém atendeu.
Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas sabia que não podia ser nada bom, de modo que o pânico se apoderou de mim e, sem pensar duas vezes, contei para Ethan o que havia acontecido. Ficamos ali, os dois parados, nos encarando em silêncio, sem saber ao certo o que fazer em seguida, pois havia muito em jogo, e a bebê era um lembrete constante de que não podíamos ser imprudentes. Ainda assim, eu não conseguia deixá-la com o Ethan, já que ele não se sentia confortável com ela e, para ser honesto, eu também não me sentia. O clima, como resultado, ficou carregado quando tentamos conversar sobre isso, dado que nenhum de nós estava disposto a correr tamanho risco.
No fim, ambos sabíamos exatamente o que precisava ser feito, e ficou decidido que Ethan seria o responsável por ir atrás da Olivia, encontrá-la e trazê-la de volta em segurança.
Eu, por outro lado, permaneci ali, esperando ansiosamente pelo retorno dele, sendo consumido pela fé. Cada vez que ouvia passos no corredor, meu coração disparava, tomado pela esperança, mas logo era vencido pela frustração, pois o corredor permanecia vazio, sem sinal de ambos, sem nenhuma pista da Olivia. O tempo parecia arrastar-se cruelmente, fazendo a ansiedade se intensificar, já que o medo, antes silencioso, começava a emergir e me sufocar pouco a pouco.
E minha mente não parava de repassar os piores cenários, justamente porque, por mais que eu tentasse, simplesmente não conseguia evitar. “E se Olivia estivesse sozinha com Xander naquele exato momento? E se algo já tivesse acontecido?” Esforcei-me para acreditar que Xander não a machucaria, que a queria, mas não do jeito que eu mais temia, ainda que algo dentro de mim gritasse o contrário… Talvez ele desejasse possuí-la, torná-la sua mulher, mas isso não significava que não tentaria controlá-la, forçá-la a se submeter à sua vontade. Afinal, ele era um homem assombrado por seus próprios demônios, e disso eu sabia melhor do que ninguém.
No entanto, a verdade era que Xander tinha planos muito mais sombrios para ela, e, por mais que eu tentasse afastar os pensamentos mais obscuros, não conseguia sufocar aquela intuição insistente que me alertava sobre do que ele realmente era capaz. Ele podia até parecer limpo, quase inocente, mas eu conhecia a verdade melhor do que ninguém: Xander era tão perigoso quanto se podia ser.

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