Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 248

(Ponto de Vista de Olivia)

Acordei sentindo um frio cortante se espalhando pelo meu corpo, de modo que, ao pressionar as costas contra algo gélido, percebi que parecia estar deitada dentro de um freezer. Meus olhos se abriram com dificuldade, enquanto a penumbra ao redor dificultava enxergar qualquer coisa com clareza. E assim que meus sentidos começaram a retornar, percebi, além disso, a ausência de Xander. “Onde ele estava? E, mais importante, onde eu me encontrava?”

O ambiente era pequeno, mal mobiliado e completamente sem janelas, então minha mente começou a trabalhar freneticamente, tentando decifrar aquela situação. “Seria o porão do hotel? O hotel sequer tinha um porão?” Minha cabeça rodava, ao mesmo tempo que a confusão nublava meus pensamentos, pois eu só conseguia formular perguntas que, a cada segundo, só ampliavam meu desespero.

Percorri o espaço com o olhar, tentando me orientar, mas o chão frio de pedra se estendia para todos os lados, tornando o ambiente opressor e assustador. Não havia absolutamente nada digno de nota, exceto uma cruz pendurada na parede, um lembrete inquietante do quão distorcido era aquele lugar... Era o único elemento que parecia familiar, porém fora de contexto naquele ambiente estéril e estranho.

Tentei me mexer, entretanto, um pânico agudo percorreu meu corpo assim que percebi que não conseguia. A princípio, imaginei que estivesse amarrada, mas, ao perceber que minhas mãos estavam livres e que os dedos começavam a reagir, entendi que não era isso. Ainda assim, o alívio foi substituído por puro terror ao notar que eu não sentia os pés e que minhas pernas, por mais que eu tentasse, não se moviam. O coração disparou, o desespero me sufocou e, naquele instante, compreendi o pior: Xander não precisava de cordas, porque ele sabia exatamente o que estava fazendo. Sabia que meu corpo não reagiria, que eu ficaria paralisada, indefesa e completamente à mercê dele.

Gritei por socorro, tomada pelo desespero, mas minha voz saiu fraca, ecoando inutilmente pelo espaço fechado até se transformar em um ruído vazio, engolido pelo frio das pedras ao redor. Em seguida, empurrei o chão com as mãos, tentando me sentar, tentando escapar de qualquer forma, até que, naquele instante, percebi o que havia sob meu corpo. Não era apenas uma laje gelada… Meu fôlego travou na garganta ao encarar a verdade: eu estava deitada sobre um túmulo, uma pedra fria, implacável, no interior de uma catacumba.