Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 3

Elaine chorava aos montes, sentia vergonha, desânimo, tristeza… Bom, a mocinha estava decepcionada com seu primeiro encontro. Sonhou absurdamente com várias formas de sair da seca, seduzir seu futuro parceiro e se tornar uma brilhante estudiosa da raça com um namorado mil vezes mais interesse do que os típicos humanos que lhe davam o fora. Sim, ela confessa sua tara pelos gigantes ET's, isso ficou ainda pior quando foi aceita no experimento, mas fora uma decepção enorme com seu futuro amante.

Cheia de lágrimas nos olhos, a menina usava uma roupa hospitalar aberta em sua traseira, mas estava apoiada no encosto da maca, enquanto assoava o rio de catarro que escapava do seu nariz. Além do estado catastrófico, Elaine mal conseguia chorar decentemente. Tinha as bochechas coradas, os olhos vermelhos e ainda enxergava um embaçado horrível já que levaram seus fundos de garrafa para os reparos. Já estava bem, o susto passou, mas a vergonha não.

— Sentimos muito. — um médico se aproximou na presença de uma fêmea stariana. Ela tem o corpo esguio, muito semelhante à um elfo da histórias de fantasia, mas com um par de antenas no topo da testa. Ambos sorriam de forma compadecida e a espécie lhe estendeu o óculos pregado, enquanto o médico se justificava — Já fizeram os testes para uma cópia. Sinto muito não conseguir mandar replicar uma lente de contato, mas o seu grau é muito forte. Já pensou em operar os olhos? O máximo que podemos fazer aqui, por enquanto, é buscar algo para facilitar suas lentes. Usar a tecnologia alienígena para os óculos, neste momento, não está nos autos.

— Obrigada… — resmungou de forma chorosa — Mas sempre fui de enrolar a ir ao médico, enrolei tanto que desisti.

— Entendo. — o doutor olhou ao redor e reparou Elaine dar uma forte escarrada no conjunto de toalhas, a ponto de fazer um bom aglomerado de curiosos parar o que estava fazendo e observar o barulho — Tem certeza que está tudo bem?

— Está sim, é só que eu e Dionísio… — quando Elaine se recordou de seu fiel amigo, acabou por notar que não procurou pelo pobre animal durante o regaço. Mall se deu conta do pano aberto nas costas, colocou as pernas para fora da maca e com os pés no chão, saiu a correr. — Dionísio! — chamou desesperada.

— Devemos ir atrás? — questionou a jovem alienígena observando o traseiro da humana aberto, enquanto o médico massageava as têmporas.

— Avise o capitão Paladimus. — ordenou o médico, suspirando com a situação desastrosa. A menina mostrava a bunda sem vergonha nenhuma, gritando por um Dionísio que era melhor não saber quem era.

Elaine estava com os olhos ainda chorosos, mas não por seu desastre. Imaginava com antecedência seu fiel amigo morto, preso na catástrofe do seu alojamento destruído, abandonado por sua terrível dona. Desesperada, ela atravessou os corredores de acesso, encontrou a porta de saída e nem mesmo notou que passou exatamente por Volkon e Áries, o guerreiro vermelho que acompanhava o azulado.. Tomando a brisa Stariana para si, a roupa hospitalar deu uma bela esvoaçada, afagou seu traseiro pequeno e captou os olhos dos dois gigantes que viram sua corrida desesperada até os escombros da destruição.

— Dionísio! Dionísio!

A equipe da organização, a maioria alienígena, ousaram parar para que pudessem admirar a visão e até Áries sorriu, bateu com as costas da mão no peito nu de Volkon — que mantinha o machado apoiado em seu ombro — e conseguiu cutucar a ferida do azulado.

— Que visão eim… Não é igual a de uma boa Stariana, mas imagina as acomodações. Pequeno e apertado, suponho?

— Dionísio! — ambos direcionaram seus olhos ao desespero da fêmea, viu-a se abaixar e expor ainda mais, tentando pegar as pedras, tacá-las para longe e gritar aos prantos — Dionísio, faz algum barulho, eu vou te achar!

Volkon não estava preso a humana, mas era o seu instinto. Havia poucas fêmeas em sua terra, quando uma se dispunha para si era natural que eles arrebentassem qualquer oportunidade de tê-la arrancada de si. Não que Áries cometeria a besteira de tentar arrancar sua fêmea, mas a vontade de brigar pelo traseiro minúsculo e exposto, estava aumentando a cada segundo que a humana abaixava, e Volkon teve quase a certeza de que viu o acesso ao útero reprodutor da fêmea.

— Aquilo é o glorioso acesso? — Áries nem conseguiu piscar.

Volkon nem mesmo pensou quando atingiu o amigo pelo cabo do machado, viu o vermelho chifrudo cair de lado no chão, sorrir com o resultado e ao invés de continuar socando Áries, como era sua vontade, foi até a fêmea sem noção e a puxou. Disposto a mantê-la de pé e de costas para os olhos curiosos, o Paladimus prendeu sua mão com força no braço da miúda e lhe dirigiu seu pior olhar. Sentia tentado a marcar território, mas não cometeria o engano de ceder a este infernal projeto, tão já.

— Ei, me solte! — gritou Elaine, mas se calou no segundo em que viu a imagem de Volkon a olhando com ódio. No entanto, ela não se importou. Não ligava mais para a vergonha que passou, se estava feia ou não, ela precisava ver Dionisio! — Dionisio, por favor. Salve o Dionísio! — pediu ao seu herói.

Volkon estava para gritar à miúda que não estava disposto a salvar ninguém, mandá-la se vestir e diminuir sua vergonha, mas ouviu a risada alta de Áries. Ele pensou até em tacar-lhe o machado, se não fosse por um grunhidos estranho e sofrido, saindo do meio das pedras. Alguma coisa estava presa nos escombros e o sofrimento de sua humana já não lhe parecia mais com uma mera futilidade.

— Do que está falando? — questionou de voz grave, séria, cenho fechado e firme.

— Dionísio, nosso filho! — reclamou chorona, o que fez Áries parar de rir e olhar espantado para Volkon — Por favor, salve nosso filho!

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