Que decadência… O capitão paladimus contido atrás de grades como se fosse um maldito criminoso. Era um oponente forte, impiedoso e Áries teve a droga da dificuldade em apagar ele, mesmo com os braços do azulado contido. Agora ele estava ali, com os braços para trás preso em algemas fechadas que cobriam suas mãos até seu pulso, estava preso na corrente e, se tentasse forçar, levaria um choque de suas mãos para o corpo todo.
Ele estava quieto, totalmente parado, olhando para baixo e vendo a gota do seu sangue roxo pingar. Sua boca estava amarga, Áries foi um fodido em bater nele dessa forma, mas sabia que o amigo estava apenas cumprindo seu trabalho. A cela estava vazia, era apenas um bloco de contenção na torre que não imaginavam usá-la tão cedo, até que o acesso foi aberto e Volkon teve de lidar com os olhos frios de Galak.
— Como ela está? — nem mesmo o azulado sabia entender o quanto estava preocupado até perguntar, nem mesmo ele esperava se ver tão preocupado com a humana.
— Como você acha? — Galak passou as mãos pelos longos cabelos negros, o uniforme escuro moldurava sua estatura grossa, mas estava estampado suas feições de desgosto para com o capitão Paladimus. — Tentou matar sua própria fêmea?
— Eu não fiz isso! — rosnou entre os dentes.
— Me convença. — ordenou Galak, realmente disposto — Me explique a droga daquele machado, os gritos, o pedido de evasão e a situação que Darius e Áries me reportaram. — Volkon o olhava firme, de cenho franzido e a merda da decepção nos olhos do amigo — Tentou atacar a fêmea até depois de contido, como você me explica isso?
— Eu a toquei. — Galak massageou a droga das têmporas, respirou fundo e fez uma negativa — Como o meu superior e general eu entendo sua posição, mas como amigo eu te peço…
— Esqueça nossa amizade, Volkon. — ele se fez firme — Eu não posso controlar isso baseado em anos de amizade. Você tentou acabar com a vida da primeira fêmea disposta a se dar por Starian.
— Você sabe que eu a toquei, estava na droga da ligação! — retrucou enfurecido, se controlando para não se mover e levar um choque — Estava fodidamente espalhando meu cheiro nela, até você atrapalhar. Eu não consegui me controlar quando o bastardo do Darius colocou as mãos nela! — Galak revirou os olhos, brigar por território era óbvio, mas não justificava o machado. — Eu não estava tentando acertar ela, estava … estou com muita vontade de foder o maldito do Darius e ter certeza que o cheiro dele não está nela!
— O que uma fêmea não faz com um macho… — resmungou Galak, sabendo que até ele ficou mexido com a droga dos barulhos e a petulância da baixinha — Mas, isso não justifica o surto, o medo e nem o machado.
— Galak…
— General Galak. — o corrigiu com voz firme — Como seu amigo, estou fazendo o possível, como seu General…
— Eu quero que sua posição se foda! — gritou, se moveu, levou um curto, gritou de dor e caiu de joelhos, cerrando os dentes e mostrando as presas — Estou sendo chamado de traidor desde que me colocou nessa! Eu jurei entrar naquela droga de alojamento, não tocar a fêmea e gritar pra quem precisasse que essa ideia é uma merda! — Galak sabia da contrariedade do amigo, isso não era segredo. — Fui contra todo meu juramento em cinco minutos que fiquei sozinho com ela. Eu não sabia o que estava fazendo! Não é como estar com uma Stariana, o cheiro é diferente. Galak, precisa me soltar… eu preciso ver ela. Acredite, é horrível de controlar…
— Precisa? — Volkon manteve o olhar firme sobre a conclusão do general — Eu vou reportar a conversa que tivemos aqui, mas eu sinto muito. A fêmea gritou aos ventos de toda Starian que nunca mais quer vê-lo. Lorde Stariano já interviu e você está fora do experimento.
Galak deu meia volta e Volkon sentiu como se uma parte de si estivesse sendo perdida. Não sabia explicar as consequências do pouco vínculo que criou com a fêmea, mas de início, podia-se dizer que estava desesperado. Gritou, se moveu, sentiu o choque e ainda assim insistiu. Ele caiu cansado com a cara no chão, as mãos presas e os sentidos fracos, mas só conseguia se culpar a cada segundo que se recordava do terror nos olhos dela e o grito desesperado… O que foi que ele fez?
[...]
Estava bem, teve tempo de se vestir e se amuar com Dionísio em seus braços. Elaine chorava com o gosto da humilhação em sua cabeça… Recordou-se de um típico momento de quando estava no laboratório, na Terra, em seu trabalho.
— Tudo bem, eu saio com você. — Kelly, sua colega de trabalho conversava numa baia separada, Elaine havia se aproximado naquele exato momento, mas evitou atravessar a porta plástica do laboratório quando ouviu a conversa — Mas olha, tem que levar aquele seu amigo pra fazer companhia pra Elaine.
— Ficou maluca? — o cara respondeu brincalhão, mas jogando a real — Ele vai ter que beber a noite inteira pra conseguir beijar aquilo…
— Não exagera! — pediu Kelly, rindo.
— É sério. — o idiota completou — Já viu aquilo? Na boa, tem que tá muito desesperado pra comer…
— Seu amigo não precisa ir. — Elaine se anunciou calando os dois, que estavam quase se comendo na mesa de exposição — Eu não vou.
— Elaine… — Kelly tentou se explicar, mas a mocinha se contentou em suspirar nessa parte da recordação, evitando os detalhes da discussão que teve com a amiga.
Agora ela fazia carinho em Dionísio, passando novamente por uma humilhação que achou que não passaria de novo. Volkon a tocou, para depois descartá-la. Ele era contra o experimento desde o começo, contra ela, contra estar com ela, contra ao menos tentar… Ele era tão idiota quanto os humanos… Agora, ela era descartável, lá e aqui.
— O general Galak solicita entrar. — a voz de Pryor se fez ouvir, Elaine não respondeu, nem mesmo se moveu na cama. Apenas se encolheu e apertou Dionísio em seus braços. — Senhora Paladimus, o general insiste.
— Eu insisto em ficar sozinha. — respondeu, mas ouviu a porta ser acionada automaticamente e viu Dionísio saltar da cama, para se rastejar de um jeito desengonçado entre os pés de Galak. Elaine se sentou na cama, encolheu as pernas e puxou as barras do vestido curto, ajustando os óculos e suspirando cansada. — Como abriu a porta?
— Comandos manuais. — respondeu, observando com cuidado as feições tristes da humana. Muito pouco tempo, para tanto desastre.
Galak era um Stariano e tanto, tinha os cabelos pretos e lisos, uma postura grossa e alta, junto a uma pele branca mais puxada para um tom amarelado. Seus olhos tinham um dourado claro, a boca era fina e o uniforme negros embaiado com uma capa lateral vermelha, lhe dava um ar supeior. Era um galã de fantasia, Elaine poderia nomeá-lo um Deus do sexo e montar uma fanfic com várias personagens trepadeiras, mas não estava com ânimo nem mesmo para rir das fanfics de sua cabeça.
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