A Proposta do Sr. Bennett romance Capítulo 3

Júlia

Eu acredito que um design orgânico para uma estrutura tão sofisticada ficaria legal. Penso, enquanto deslizo o mouse pelo desenho 4D. Hum, um balaústre daria mais dinamismo e elegância para as varandas também. Determino, arrastando uma linha para fechar melhor o desenho.

… Soube de um doador compatível que está a caminho desse hospital.

Meu trabalho é interrompido por um pensamento e eu respiro fundo.

… É uma cirurgia muito cara e o plano de saúde do Alex não cobre.

Cinquenta mil. Onde vou arrumar tanto dinheiro?

— Júlia, você já terminou os croquis que te pedi?

— Ah… o que? — Desperto atordoada.

— O que há de errado com você? — Bia pergunta, me analisando com mais atenção.

— Não é nada. — Meio a cabeça.

— Eu preciso dos croquis, Júlia.

— Ah claro. Eles já estão prontos. — Levanto-me e vou até a outra mesa para pegar o que me pediu.

— Você está bem calada hoje. Tem certeza de que está tudo bem?

— Eu tenho. Obrigada por perguntar! — Ela pega o que precisa e vai para a sua mesa. No mesmo instante me preparo para voltar ao trabalho quando o vejo entrar no corredor, seguido do seu sócio e do seu assistente.

David Bennett, o dono da Bennett Designer S/A. Será que eu devo falar com ele? É claro que não. Você leu o contrato antes de entrar para essa empresa. Ele dizia claramente que novatos não podem pedir adiantamentos, tão pouco empréstimos. Ainda mais um tão alto assim.

Meu Deus, estou tão aflita! Rogo e me forço a voltar para a minha mesa. Contudo, não consigo focar no projeto.

… Vocês têm três dias. Eu preciso dessa bonificação. Preciso me concentrar, ou não conseguirei entrar para esse projeto tão importante. No horário do almoço aproveito para fazer algumas ligações. Parentes distantes e poucos amigos. É tudo que tenho para recorrer nesse instante, mas eles não podem me ajudar muito. E o máximo que consegui mal dá para um mês de medicamentos.

— Mel? — falo assim que ela me atende. — Ele está acordado?

— Oi, amiga. Advinha? Está acordado e bem animado também.

Sorrio.

— Me deixe falar com ele?

— Está bem. — Mel cantarola e no segundo seguinte escuto o som da voz infantil que faz o meu mundo inteiro florir.

— Mãe?

Segurar as lágrimas é a parte mais difícil. Ele precisa sentir a minha força para não fraquejar. Então, forço a minha voz sair forte e meiga na mesma proporção, enquanto conversamos sobre coisas engraçadas. Ouvir o som do seu riso é como um bálsamo para a minha alma que vive no mais completo pânico. É um acalento e penso que não posso viver sem ele. Eu preciso quebrar o meu orgulho e falar com o meu chefe. E mesmo que ele me diga que não, eu preciso encontrar um jeito de convencê-lo a me emprestar esse dinheiro. Estou disposta a virar uma escrava da Bennett Designer se for preciso.

— Eu te amo, mãe!

— Também te amo, filho!

***

Algumas horas depois…

— Mara, o Senhor Bennett ainda está na empresa? — pergunto diretamente para a sua secretária, que me lança um olhar especulativo.

— Sim, ele acabou de sair de uma reunião. Algum problema?

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