A Proposta do Sr. Bennett romance Capítulo 4

Júlia

— Como foi o seu dia, filho? — pergunto quando ficamos sozinhos no seu quarto. Porque sim. Ao passar por aquela porta deixo toda a minha bagagem lá fora. Todas as raivas, frustrações, estresses e cansaços do meu trabalho. Tudo fica bem distante de nós dois e como sempre me dedico inteirinha apenas para ele.

Vê-lo abrir um sorriso infantil me alegra um pouco. Mel tinha razão. Ele parece bem melhor, mesmo com as suas condições.

— Foi divertido.

— Divertido?

— Tio Paco me fez companhia e nós brincamos com os carrinhos por algumas horas.

— Que legal!

— E a tia Mel trouxe alguns bolinhos de queijo escondida dos médicos.

— Os seus preferidos, imagino? — comento. — Bom, você foi muito paparicado hoje, Senhor Ricci e foi muito travesso também.

Preciso fazer um lembrete de conversar com esses dois. Como puderam ser tão imprudentes e deixá-lo descarregar tanta energia durante o dia inteiro?

— Agora você precisa dormir um pouco, filho. — Beijo as suas bochechas.

— Não, mamãe. — Alex protesta frustrado. — Agora eu quero ficar com você. Estou com muitas saudades.

— Eu sei, querido. Que tal se a mamãe te contar uma história bem divertida? Você dorme um pouco e quando acordar eu prometo que ficarei algumas horas a mais aqui com você. O que acha?

— Você jura?

— Juradinho! — Faço uma cruz com os dedos e a beijo em seguida.

— Está bem. — O ajudo a se acomodar melhor na cama e me sento em uma cadeira para começar a contar-lhe a história.

— Eu quero a história de A Garota da Capa Vermelha.

— Nossa, essa não é uma história de ninar, Alex! — resmungo. — Que tal algo mais… — Paro de falar quando as máquinas começam a fazer um som estranho de repente, então Alex revira os olhos e perde as suas forças do seu corpo.

— Alex?! — O chamo. — Socorro!!! — grito desesperada. — ALEX?! ALEX?!

— Tirem-na daqui! — Um médico ordena quando uma equipe inteira invade o quarto e eu sou imediatamente arrastada para fora do cômodo. Desesperada, encosto-me no vidro transparente começo a chorar, enquanto assisto a insistência dos médicos em trazê-lo de volta para mim.

Por favor não vá!

Por favor não me deixe sozinha!

Por favor não vá!

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