Elena
É como voltar ao passado. Exatamente na cena em que paramos. Alex me beijando com uma paixão intensa, livrando-se das minhas roupas e com o seu corpo colado no meu me faz deitar na cama. Os batimentos do meu coração reconhecem a seu frenesi. O calor que emana dele me incendeia. Minha respiração pesa dentro do meu peito e outra vez eu sou toda sua.
— Eu te amo!
Ele repete a cada beijo, a cada toque na minha pele. É como se quisesse se lembrar dos seus próprios sentimentos. Enraizá-lo mais profundamente no seu coração.
— Eu te amo! — declaro entre gemidos calorosos, explodindo de amor por ele, enquanto recebo o seu prazer.
E por fim, a quietude dos nossos corpos. O aconchego dos seus braços e eu me vejo presa dentro dos meus próprios sonhos do passado.
— Obrigado! — Alex sibila depois de um longo tempo, quebrando o nosso silêncio. Ergo a minha cabeça para olhar em seus olhos.
— Pelo que?
— Por tudo. Por esse momento. Pelo seu perdão. Pela minha filha.
Então ele se meche e fica de frente para mim. As pontas dos seus dedos deslizam pela minha bochecha. O seu olhar fascinado preso ao meu. De alguma forma ele se parece com o Alex que me deixou sozinha naquele quarto de hotel. O meu Alex. Me pego sorrindo.
— De nada! — sibilo baixo e o beijo calidamente na boca. — De repente, ela salta para fora da cama e veste suas roupas com pressa. — Aonde vai? — Ergo parcialmente o meu corpo e me apoio nos meus cotovelos.
— Me espere bem aqui. Eu não vou demorar.
Sem entender nada, arqueio as sobrancelhas e ele sai correndo do meu quarto, retornando minutos depois. Curiosa, ajeito o lençol no meu corpo e me sento no meio do colchão.
— O que você está fazendo, Senhor Ricci? — pergunto, sentindo-me leve, feliz e um pouco mais de sentimentos difíceis de administrar.
— Estou fazendo o que deveria ter feito a quatro anos atrás.
— Que seria?
Ele não me responde. Apenas se ajoelha ao lado da cama e tira uma caixinha simples do seu bolso. E dentro dela tem um anel solitário simples também. Algo tão singelo que chego a me perguntar de onde ele o tirou?
— Naquela noite eu estava disposto a fazer o pedido. — Sua voz é baixa, mas carrega um peso que me atravessa. Lanço lhe um olhar cheio de surpresa, meu coração acelerando diante da seriedade em seus olhos.
— Eu o comprei com as minhas economias — continua, com um meio sorriso, quase tímido, como se revelasse um segredo guardado por anos. — Não queria que o dinheiro do meu pai ou da minha mãe manchasse aquele momento. Queria que fosse só meu… só nosso. O primeiro passo de uma vida que eu sonhava ao seu lado.
As palavras dele me atingem como um golpe doce e doloroso. O silêncio entre nós é quebrado apenas pela lembrança que pulsa no ar, pelo brilho contido nas lágrimas que insistem em nascer. E, por um instante, quase acredito que o tempo poderia se dobrar sobre si mesmo, devolvendo-nos aquilo que nos foi roubado.
— Eu… temi no último instante. Me acovardei e saí correndo daquele quarto. Mas hoje finalmente recebi a minha chance. Eu quero que seja minha, Elena. Minha esposa amada. Meu único amor. Quero que seja a mãe dos meus filhos…
— Filhos?
— Nossos filhos.
Mordo meu lábio inferior.

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