Melissa
Após o final de semana…
— Oh! Oh! Oh!
Os últimos gemidos escapam da minha boca quando ele dá a última arremetida e um orgasmo fulminante é inevitável. Debaixo da água morna do chuveiro, Álvaro deixa a sua cabeça pender sobre as minhas costas. Contudo, não seguro o riso.
— O que foi? — Ele indaga divertido, deixando alguns beijos minúsculos na minha pele. — Qual é a graça?
— Ainda não acredito que fizemos isso — sibilo. Ele me faz virar de frente para ele. Contudo, continuo encostada a parede de vidro do box e seus antebraços se apoiam em cada lado da minha cabeça.
— Nós fizemos, Senhora Abravanel…
— Hu, não fala assim porque eu me estremeço toda! — O interrompo
E é a mais pura verdade. Dá um nervoso só de pensar que em breve terei que enfrentar a fera Cora Jones.
— O que, é o que você é. Minha esposa. A Senhora Abravanel. — Seu olhar se torna intenso e parece penetrar as minhas retinas.
— Ok, Senhor Abravanel, a sua esposa está com fome e eu preciso fazer uma ligação.
— Nada disso, mocinha! — Ele ralha, me impedindo de sair do box. — Você não pode simplesmente me devorar inteiro debaixo desse chuveiro e sair assim como se nada tivesse acontecido. O que é isso? O seu docinho se acabou e você resolveu largar o prato com algumas migalhas na pisa?
— HÃ? — O olho com estranheza, mas logo disparo em uma boa gargalhada.
— Primeiro, foi você quem me comeu inteira e não eu a você – e isso literalmente falando. E segundo, estou ansiosa para contar sobre esse nosso enlace para Júlia, então vista-se, marido, porque eu não vou fazer isso sozinha.
— Mas eles estão em lua de mel! — Ele protesta com um grunhido.
— E nós também! — rebato, fazendo-o se afastar e vou para pegar um roupão para sair do cômodo um tanto provocativa – digo, rebolando direto para a saída do banheiro. Minutos depois, meu Ursinho sai do banho usando apenas com uma toalha em volta da sua cintura e eu chego a suspirar só de olhar para o seu corpão molhado, onde algumas gotículas d’água escorregam pelos gominhos no seu abdômen me fazendo inveja.
— Oi! — A voz de Júlia me desperta da minha inspeção luxuriosa como uma canção, espalhando-se pelo amplo quarto, que ainda tem uma decoração masculina. Contudo, sorrio trêmula para ela.
— Oi! — cantarolo de volta. Entretanto, o seu olhar parece avaliar-me através da tela do meu notebook. — Me conta, como andam as coisas por aí? — Procuro saber, mas em resposta a minha amiga aponta a sua tela para outra direção, onde uma cena linda entra em meu campo de visão.
O meu Pequeno Príncipe está brincando com o Sr. de Ferro na beira do mar.
— Eles são tão lindos juntos! — sibilo, porque é verdade.
E quem diria que aquele homem estupidamente frio e rígido ficaria derretido assim por uma criança – digo, duas, porque a outra já está a caminho. A parte de que ele está perdidamente apaixonado pela minha amiga é ainda mais surpreendente. Quer dizer, ele a levou para a cama por dinheiro, mas acabou caindo feito um Patinho nos encantos dela.
Bem feito!
— Que lugar é esse? Onde você está? — Ela inquire com curiosidade. No entanto, praticamente me engasgo com essa pergunta e fico sem saber por onde começar a contar-lhe a minha novidade.
— Ah, então… é… eu… — Limpo a garganta. — É que… eu não sei como te dizer isso.
— Só abre a boca e desembucha, Mel.
Só que não é tão fácil assim! Retruco mentalmente.
— Então ah… sabe o meu Ursinho?
— Sei. O que tem o Senhor Abravanel? — Faço um bico com a boca, pensando na melhor maneira de contar tudo para ela.
Sério, se está tão difícil assim contar para a minha melhor amiga, que dirá com a minha família?
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