Álvaro
Alguns meses depois…
— Para você, querida.
Digo, estendendo uma taça de vinho tinto para a minha esposa, que sorri tão linda para mim. Contudo, ela está focada em decorar uma linda e imensa árvore de natal. Um gesto que me deixa deslumbrado. Quer dizer, desde que os meus pais morreram, o natal perdeu todo o sentido e não só para mim, mas para a minha irmã também. Os presentes, o jantar em família, as suas cores e os seus brilhos. Nessa época do ano tanto eu quanto a Nique escolhemos ficar reclusos, embora tia Valery lutasse com todas as suas forças para mudar esse quadro frio e solitário. Entretanto, essa noite será diferente, porque Melissa Abravanel ama essa festa e ama decorar tudo do seu jeito. E por esse motivo teremos alguns convidados especiais para uma ceia especial.
— O que você está olhando aí? — Ela retruca, inclinando o seu tronco para frente e um pouco mais para baixo, em uma tentativa de colocar mais um objeto reluzente na árvore. A saia do seu vestido sobe um pouco e inclino a minha cabeça propositalmente para ver algo mais a fundo.
— Estou apreciando a minha linda esposa no seu melhor momento de trabalho.
— Hu, nem me fale! — retruca. — Como uma pessoa que trabalha com decoração se esquece de decorar a sua própria casa?
Safada, ela me lança um olhar de lado, sorri e empina ainda mais a sua bunda para mim. Esvazio a minha taça e decido me levantar do sofá que me sentei a poucos segundos, ansioso para colar o meu corpo no seu, a fim de provocá-la. Portanto, espalmo a minha mão no seu globo redondo e macio com uma certa força, a atraio para mim em seguida e aspiro profundamente o seu cheiro.
— Você está maravilhosa! — sussurro sôfrego, louco para livrá-la desse seu vestido vermelho, que provocantemente desenha cada curva do seu corpo delicioso e deixa parte de suas coxas de fora. Em resposta, ela suspira arrastado, aconchegando-se ao meu tronco e leva uma mão atrás da minha nuca, puxando-me para um beijo.
— Não podemos. — Ela diz.
É, eu sei. Penso um tanto frustrado, pois logo aquela campainha irá tocar e o nosso ninho será invadido pelas pessoas que amamos.
— Eu tenho um presente de natal para você.
— Oh! E o que é?
Melissa se afasta de mim, levando consigo o calor do seu corpo. Mas estou curioso. Penso quando ela pega a sua bolsa e tira um envelope retangular de dentro dela, decorado com uma fita dourada e vermelha, e uma etiqueta que diz: abra! — Ok, não vai me dizer o que é? — ralho, abrindo sorriso bobo para ela. Entretanto, a minha esposa dá de ombros.
— Por que você não abre e descobre? — Ela me instiga.
— Ok, Senhora Mistério — retruco, me livrando da fita para abrir o envelope em seguida. Curiosamente encontro um papel dobrado ao meio lá dentro e de um jeito divertido a encaro, e largo o envelope em cima do sofá, abrindo o papel no segundo seguinte.
Lanço lhe um olhar incrédulo e balbucio, porque as palavras parecem estar entaladas na minha garganta. Respiro fundo.
— Isso é… — Não consigo terminar a minha indagação.
Melissa balança a cabeça positivamente e sorri outra vez, mas algumas lágrimas silenciosas e emocionadas preenchem os seus olhos. Meus olhos caem imediatamente para a sua barriga e o meu coração para uma batida.
— Oh meu Deus! — sibilo emocionado e levo uma mão a minha boca, soltando uma risada misturada a algumas lágrimas que eu não consigo segurar. — Um… filho?
— Nosso filho. O primeiro de muitos que pretendo te dar. — Seu sorriso se amplia e ávido, vou ao seu encontro, a seguro nos meus braços e a beijo demoradamente, enquanto giro no meu próprio eixo.
— Meu Deus como eu te amo! — declaro em sua boca.
— Eu te amo mais! — Ela declara, segurando em cada lado do meu rosto e os nossos olhos molhados se conectam. Contudo, a coloco de volta no chão e nervoso, me ajoelho aos seus pés para abraçar e beijar a sua barriga plana.
— Ei, você sabe quem eu sou? — Ela ri.
— Bobo! — resmunga, levando as mãos aos meus cabelos.
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