Júlia
— Como ele está? — Bennett pergunta assim que desço as escadas. No entanto, dou alguns passos para dentro da enorme sala de estar.
— Ele finalmente ele dormiu. — Solto um suspiro alto. Meu chefe apenas meneia a cabeça positivamente e bebe um gole da sua bebida.
— E você? Como você está? — Ele procura saber.
Arrasada, cansada, trêmula. Penso, porém, não consigo mencionar nenhuma dessas palavras e simplesmente dou mais alguns passos na sua direção, então desabo, o abraçando mais forte que posso, mesmo o sentindo enrijecer violentamente ao meu toque. Contudo, não seguro as lágrimas. Bennett demora um pouco, mas logo sinto o seu afago carinhoso em minhas costas. E deus, eu me sinto tão segura, e protegida por ele. No entanto, paro e resolvo me afastar dele. Portanto, respiro profundamente, enquanto seco as minhas lágrimas.
— Me desculpe por isso! — peço, engolindo o meu choro, porque eu preciso ser forte.
— Pelo que? — Dou de ombros.
— Por tudo. — Puxo mais uma respiração. — Por te envolver nisso tudo. Por roubar a sua paz. Por te tocar quando eu sei que você não suporta isso. — Bennett não diz nada. Ele apenas trinca o maxilar e esvazia o seu copo na sequência. — Você está sempre fazendo isso. — O meu comentário baixo demais o faz franzir a testa.
— Fazendo o que?
— Me protegendo e protegendo o Alex. — Pressiono os lábios quando algo se passa pela minha cabeça. — Você me disse que a amava. — Ele solta uma respiração alta. — Que a protegia e que era punido por isso. — Seus olhos ficam tensos e rígidos. Eu sei, estou tocando em suas feridas outras vez. — Por quê? Eu simplesmente não entendo.
— Porque eu fui o culpado pela sua tristeza.
— Como assim?
— Que merda, Júlia, por que precisamos falar sobre isso agora?!
— Me desculpe! Você está certo. — Concentro o meu olhar no seu copo vazio. — Será que você pode servir uma dose para mim?
— Você pede desculpas demais. — Bennett rosna mal-humorado, me dando as costas e começa a servir dois copos dessa vez. Contudo, assim que ele me entrega um deles entorno tudo de uma vez, tossindo no processo e para me recompor, puxo a respiração algumas vezes. — Outra, por favor! — peço mais relaxada, me sentando no sofá e o observo ir até o bar de canto outra vez. — Quando conheci o Adrian eu estava em um dos piores momentos da minha vida. — Começo a falar sem me dar conta.
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