Bennett
— O que?! — Meu sócio grunhe do outro lado da linha. — Espere um pouco, amor! — Álvaro pede para alguém e faz silêncio por um curto espaço de tempo.
Espere um pouco, amor?
De onde saiu isso?
— Amor? — ralho. — Quem está aí com você? — Procuro saber.
— Que história é essa de que Monique está aqui? — Ele rebate, ignorando a minha indagação.
— Eu que te pergunto! Você disse que ficaria de olho nela para mim e me garantiu que a sua irmã estava muito bem com o seu namorado — rosno irritado.
— E ela estava! Eu mesmo verifiquei isso.
— É, deu para ver! — grunho sem paciência. Escuto o som da sua respiração alta.
— Qual é o problema, David? Você está com a Júlia agora, não está?
— Exatamente, eu estou com a Júlia. Sabia que a louca da sua irmã se atreveu a invadir o jantar de aniversário da Mary?
— Mas, que merda!
— É, uma grande merda! — rosno. — A filha da puta se atreveu a sussurrar no meu ouvido que estava com saudades de nós dois.
— Ela o que? — Respiro fundo, fechando a minha mão em punho.
— Eu a quero bem longe da Júlia e do Alex, Abravanel, entendeu?! — exijo.
— Porra! — Ele resfolega.
— Dê um jeito de mandá-la para fora do país outra vez!
Não espero a sua resposta e encerro a ligação, puxando o ar algumas vezes para me acalmar. No segundo seguinte, vou ao encontro das únicas pessoas que me importam nesse momento e em segundos me pego abraçando-a por trás e beijo demoradamente o seu pescoço, aspirando o seu cheiro que parece adormecer o vulcão dentro de mim, prestes a entrar em erupção.
— David, quando podemos ir brincar nos brinquedos? — Alex indaga esfuziante, olhando para todos os brinquedos e luzes coloridas do parque temático.
— Só se for agora, amigão.
— É sério? — Seus olhos infantis brilham quando confirmo com a cabeça. — Yes!
E depois disso, o garoto não me dá qualquer chance de ficar perto de sua mãe. Portanto, passamos horas nos divertindo entre um brinquedo e outro, até que finalmente ele se cansa e adormece nos meus braços. E como eu já imaginava, toda aquela cena patética na casa dos meus pais passou como um borrão pela minha cabeça.
— Para onde estamos indo? — Júlia questiona depois de um tempo.
— Vamos passar essa noite aqui no hotel e amanhã podemos ir velejar. O que acha? — Seu olhar surpreso encontra o meu.
— Velejar?
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