Bennett
— Eu não…
— Não fique preocupado, a Júlia é e sempre será sua linda garota.
— Acontece que eu não estou preocupado! — minto, tentando manter a calma.
— Ah, você não está? — Ela zomba e eu levo as minhas mãos para dentro dos bolsos das minhas calças, para fechá-las rigidamente em punhos, como se isso pudesse acalmar a fera louca dentro de mim.
— É claro que não! — ralho com fingido desdém, mas ela acha graça.
— Então você não se importará com o próximo leilão, certo? — Diminuo os olhos, encarando-a especulativo.
— Com o próximo leilão? O que tem no próximo leilão… — Não consigo terminar a minha frase, pois logo escuto a voz animada de Mary no microfone.
— Senhores e Senhoras? — A voz da minha madrasta se espalha por todo o salão, trazendo o silêncio a curiosidade dos seus convidados. — A pedido de minha linda filha decidimos iniciar o primeiro leilão dessa noite de um modo bem diferente e inusitado, porém, divertido.
— Que merda você fez, Lina? — rosno entre dentes, recebendo um sorriso largo da minha irmã como resposta.
— Vi esse tipo de leilão em uma festa que fui e acredite, os homens tirariam até as próprias calças apenas para ter o gostinho de dançar com uma linda e jovem garota.
— Você o que? — bufo, sentindo o meu coração pular feito um louco dentro do meu peito e imediatamente olho para o palco, onde cinco garotas começam a subir os poucos batentes. — Nem fodendo…
— David Bennett, não se atreva! — Lina me repreende, parando na minha frente outra vez.
— E que comece a brincadeira! — Mary anuncia e o leilão começa.
Fecho as minhas mãos em punho, assistindo em agonia a primeira garota a ser leiloada. Cinquenta mil dólares e ela foi arrematada para uma dança com o presidente da associação comunitária. Depois, a segunda moça é arrematada para um jantar. Em seguida, Monique, minha ex entra no meu campo de visão. O primeiro lance é dado, depois o segundo e o terceiro. E a garota me lança um olhar provocativo. Reviro os olhos internamente. Cento e cinquenta mil dólares a arrematou para um passeio ao ar livre com o filho do presidente das indústrias náuticas britânicas.
— Dez mil dólares! — Alguém grita no meio do salão e percebo que é a vez de Júlia.
— David, o que vai fazer? — Lina tenta me segurar no meu lugar, porém, me desvio do seu toque e dou alguns passos para frente.
— Cinquenta mil dólares! — grito, erguendo a minha mão.
— Cem mil dólares! — O imbecil grita do outro lado e eu bufo contrariado.
— Quinhentos mil dólares!
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