Júlia
Alguns dias depois…
— Oh amiga, não aguento mais ver você assim! — Melissa lamenta, entrando no meu quarto sem eu esperar e imediatamente seco as minhas lágrimas, soltando um sopro alto pela boca.
— Eu estou bem, Mel — digo apenas para tranquilizá-la, mas sei de que ela não está convencida disso.
— Não, você não está nada bem. Pensa que eu não vejo? Você fica escondida dentro desse quarto e chorando pelos cantos. Você precisa sair dessa, Júlia senão por você, faça pelo Alex. — Minha amiga me aconselha e me abraça, e eu engulo uma nova onda de choro.
— E falando nele, como ele está? — Procuro saber.
— O Alex não é bobo, Júlia. Ele sabe que você está sofrendo por causa daquele homem. Ele sente a sua falta. — Puxo a respiração. — Estávamos conversando sobre a escola. — A olho com curiosidade.
— Escola? — Mel abre um sorriso doce.
— Alex quer voltar para a escola, Júlia e eu acho que já está na hora. Isso fará bem para ele. Você sabe, sair de casa, conhecer novas crianças, brincar… — Sorrio, mesmo sem vontade.
— Você está certa. — Respiro fundo. — Eu tive uma ideia, vamos fazer o seguinte:
— Oh, Júlia Ricci tendo ideias: Ah, isso é um bom sinal! Me conte sobre as suas ideias, Lindinha.
— Eu estive pensando que preciso comprar uma casa para o Alex e eu morarmos. — Melissa franze a testa.
— Olha, se for pelo fato de vocês estarem aqui na minha casa. Eu te disse, leve o tempo que precisar…
— Não, me escute. — A interrompo. — Não está certo ocuparmos o seu espaço e eu realmente preciso dessa liberdade, entende?
— Não, mas continue.
— Além do mais, eu quero abrir a minha própria empresa, Mel. — Seus olhos se abrem em surpresa.
— Ai meu Deus! — Mel me abraça de repente e consequentemente ela me fazendo ri.
— Eu não tenho muito dinheiro, então precisa ser um lugar onde eu possa fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
— Entendi. Uma casa e uma empresa em um só lugar. Ah, eu posso entrar em contato com alguns corretores que conheço.
— Isso seria maravilhoso, amiga! A verdade é que eu não tenho cabeça para isso agora.
— Você já sabe onde quer comprar essa casa? — Mordo meu lábio inferior um tanto pensativa.
— De preferência que seja fora dessa cidade.
— Oh, tão distante assim? — Ela resmunga.
— É o melhor a se fazer, Mel. Eu não quero ter que esbarrar com o Poderoso Chefão pelas esquinas dessa cidade e ainda, fazer o Alex sofrer sempre que o vir. Oh, droga! — grunho, me sentindo enjoada.
— O que foi? — Mel questiona quando levo uma mão para a minha boca.
— Eu não sei. Eu… — Não consigo concluir a minha frase, pois saio correndo direto para dentro do banheiro e começo a vomitar. A ânsia é extremamente violenta por causa do meu estômago vazio e logo sinto as minhas forças se acabarem.
— Júlia?! Júlia?! — Escuto a voz de Melissa um pouco distante, porém, não tenho forças para respondê-la e minutos depois, percebo que estou deitada no chão do banheiro e com a minha cabeça acomodada no seu colo. — A caso você quer me matar de susto? — Minha amiga retruca sem esconder a sua preocupação, ajeitando algumas mechas dos meus cabelos banhados de suor que colaram em minha testa.

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