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A Proposta do Sr. Bennett romance Capítulo 70

Bennett

… Posso te pedir uma coisa?

… Peça-me o que quiser, Júlia Ricci.

… Eu sei que não posso tocar em suas cicatrizes.

… Não, você não pode.

… Então, deixe-me ao menos beijá-las.

… Por que você faria isso?

… Você me pediu para confiar em você, Bennett.

… Agora sou eu que te peço, confie em mim?

O som suave da sua voz preenche os meus ouvidos na calada da noite, enquanto o meu olhar está fixado em sua cama vazia e arrumada. E em cima dela tem o último vestido vermelho que ela usou estendido. E bem em cima dele tem um colar de pérolas, e um par de saltos altos do seu lado. A imagem de Júlia dentro desse vestido se desenha com perfeição dentro da minha cabeça e um nó comprime a minha garganta.

… Preciso de você, Júlia!

… Preciso estar dentro de você!

Lembro-me da nossa última noite. De como a tive em meus braços e da sua entrega.

… Eu te amo!

… Eu te amo, David Bennett!

Sufocando de saudades suas, vou para a sua cama e me deito nela. O seu perfume ainda está entranhado nos lençóis e delirando no aroma, abraço o vestido com se a abraçasse, mas o seu calor não está aqui. Contudo, me contenho apenas com o seu perfume e fecho os mus olhos para senti-la melhor.

… Olhe para mim, Júlia. Você achou mesmo que um homem como eu teria algum interesse em você? Acreditou de verdade que conquistaria o meu coração com essa história ridícula de amor? Pois eu quero que saiba que não amo você e que você cometeu o grave erro de se apaixonar por mim!

— Você é um grande imbecil, David Bennett! — grunho dolorosamente para mim mesmo, apertando o tecido com raiva entre os meus dedos.

… Se eu sair da sua vida será para nunca mais voltar, David Bennett!

Lágrimas silenciosas inundam os meus olhos e quando fecho-os bem apertados, elas brotam e molham o meu rosto.

— Me perdoe por isso, meu amor! — sussurro com dificuldade. — Me perdoe por te machucar assim!

***

Nas primeiras horas do dia seguinte…

— Bom dia, Senhor Bennett! — Lucy, minha governanta diz assim que desço o último degrau da escadaria. Contudo, não lhe respondo. — Está de pé tão cedo?

— Não consegui dormir.

— Se quiser eu posso pedir para servir o café da manhã.

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