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A Redenção do Ogro romance Capítulo 98

Camila Coelho

A cerimônia de rosas foi linda, bem do jeitinho que eu imaginei. E o casamento civil foi apenas uma formalidade para oficializar a nossa união.Uma formalidade necessária e exigida pela família.

Agora estamos aqui, todos sentados no jardim da nossa casa, numa mesa comprida com trinta lugares, jantando. Logo depois eu e Bê viajaremos de helicóptero até o Rio de Janeiro. Não que ele saiba que eu sei da ilha...Ele não sabe! Vou ter que fingir surpresa! Não vou entregar Duda pela sua língua solta.

De repente sinto respingos na minha perna, como se estivessem derrubando bebida ao lado. Olho para Sabrina, que está sentada ao meu lado e ela está branca.

Afasto a toalha da mesa e vejo uma poça debaixo dela. Seu vestido começa a ficar molhado.

-Merda!

Resmungo. Eu sou leiga nesse lance de gravidez mas isso só pode significar uma coisa.

-Precisamos ir para o hospital.

Falo alto. Todo mundo olha pra mim..

-Está sentindo algo?

Bernardo logo pega o meu pulso achando que eu estou passando mal.

Arthur se levanta vindo na minha direção praticamente derrubando a cadeira.

E Sabrina continua parada sem falar nada. Ela tinha que avisar as pessoas que sua bolsa estourou. O que foi? Entrou em choque!?

-Não sou eu gente... Acho que a bolsa da Sabrina estourou.

-O que? -Paulo dá um pulo.

-Você está falando da bolsa amniótica, é isso? -Bernardo fala embasbacado.

-Claro que é....- -Ele achou o que? Que fosse a bolsa de sair? Eu gargalho.

Esses meninos estão meio embasbacados. Ou o que?

Paulo se vira para ela se levantando e levantando a toalha da mesa pra ver a situação.

Eu só sentir o líquido, porque estou de vestido.

Mas foi tanta água que o chão todo está molhado.

-Sabrina, está sentindo algo? -Ele pergunta para ela.

-Não... Quer dizer ... Estava sentindo aquela cólica chatinha que te falei... - ele olha para todos os lados, sem saber o que fazer.

- Nossa filha vai nascer, amor? -Pergunta Sabrina aflita.

-É... Parece que sim... Vamos...vou te levar para o hospital. AFONSO…

Ele grita para o segurança. Ainda bem que tomou uma atitude!

-Sim senhor, já estou indo pegar o carro…

-Pega as malas que já estão preparadas no quarto da Clara.

-Pode deixar Senhor!

-Nossa Magomusume (netinha) está chegando Otto!

Dona Paula diz animada.

-O primeiro de muitos.

Tio Antônio diz e eu sorrio. Todo mundo se levanta da mesa. Pelo jeito o hospital vai ser pequeno pra tanta gente.

*****************

Estamos de frente para o vidro da maternidade do hospital Albuquerque, a família toda.

Clara não precisou de incubadora quando nasceu, apesar de ter chegado com algumas semanas de antecedência. Mas ela chegou no dia do casamento de seus dindinhos, não poderia ser uma data mais que especial.

Olho pelo vidro e vejo um japonês sorridente com um pijama de cirurgia azul claro, segurando um pacotinho com bochechas enormes e olhos rasgados igual ao do pai. Ainda é cedo para dizermos com quem parece, mas a característica dos olhos é bem nítida para nós.

Dona Paula e Senhor Antônio estão emocionados olhando a netinha pela primeira vez. D. Irene e D. Eleonora, estão sorridentes e batendo no vidro. E o senhor Armando e senhor Max, estão atrás delas também sorridentes.

-Como pode ser tão linda! -murmuro.

-Ahhhh é uma preciosa! Eu quero uma Arthur... -Duda diz sorrindo ao meu lado.

-Ué... Desistiu do prazo... -Ele fala rindo também.

-Que japonesinha linda. Dá vontade mesmo de ter um... -Bernardo fala com os olhos vidrados no pacotinho de amor.

-Eu sabia que Clara ia fazer isso com essas meninas. Não sabia que ia fazer isso com os homens. Tia Eleonora já está bem animada com a animação da Duda. Acho que é o segundo desejo mais desejado da sua vida. O primeiro, sem dúvida era ver Arthur casado e feliz.

-E o discurso que disse que Camila e você, vão aproveitar a vida antes de adotar? -pergunta tio Armando.

Ele me olha sorrindo, querendo saber o que penso sobre o assunto.

Sei que vou aproveitar a vida de qualquer forma tendo uma criança sob nossa responsabilidade ou não. Se houve algo que aprendi com a doença, é que eu preciso viver tudo que eu quero viver. E uma criança não traria empecilhos para nós…

-Por mim tudo bem. -digo me aconchegando mais nele.

Ele está atrás de mim e mantém um de seus braços fortes, rodeando meus ombros.

-Eu tô pensando, tio. Não imaginava que era tão especial.

Tio Armando ri e nos olha com muito orgulho. Principalmente para ele... Olho de relance para os pais do Bernardo só pra ver a cara de felicidade da D. Irene. Mas me surpreendo em ver que o Senhor Max também está orgulhoso do filho.

Sei que eles estreitaram laços depois da minha doença. E ele esteve até na nossa casa algumas vezes para me visitar junto com a D. Irene. O que me faz ter mais orgulho do meu bebezão.

É muito bom saber que ele está em paz com a família.

Olho para meu amor, e sorrio. Eu amo esse Bernardo. Aquele que não tem medo de falar sobre o que sente...Eu amo demais. E a última barreira que transpôs foi hoje na hora da cerimônia, me falar sobre amor.

Foi tão lindo!

Tão especial!

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