Anjo Protetor romance Capítulo 13

O canto dos pássaros próximo à janela do quarto, faz com que eu desperte. Abro os olhos lentamente, um pouco desnorteada e com o corpo dolorido. Acho estranho o ambiente em que estou, porém, depois de olhar ao redor, consigo identificar o quarto de Ethan e o motivo de estar aqui.

─ Está se sentindo melhor? ─ Uma voz grave me faz olhar para o lado e meu coração acelera rapidamente ao ver Ethan sentado na poltrona ao lado da cama, com uma expressão cansada no rosto e uma postura rígida.

─ E... estou.

─ Ótimo. Agora me conte o que aconteceu com você. ─ Seu semblante está fechado, com uma carranca enorme ao pronunciar as palavras, o que me deixa sem entender o motivo de sua raiva já que foi ele que sumiu por uma noite inteirinha me deixando aqui sozinha.

─ Não sei a que se refere. Nada aconteceu. ─ Esquivo-me de sua pergunta e viro o rosto para parede do outro lado.

Escuto o exato momento em que ele se levanta da poltrona e senta-se na cama.

─ Não se faça de desentendida, Melanie, não finja que nada aconteceu, porque aconteceu. Quando cheguei em casa ontem, você estava ardendo em febre e delirando, portanto, não tente esconder o óbvio e me diga o que aconteceu, depois que saí daqui, para que você adoecesse novamente, já que estava praticamente recuperada.

Ainda evitando olhar em sua direção e responder o que ele quer saber, sinto sua mão forte tocar meu queixo obrigando-me a encará-lo. Meu corpo todo treme com apenas um toque seu.

─ Diga-me, bebê. ─ Meu coração dá um solavanco no peito quando ele faz o pedido olhando bem dentro dos meus olhos.

─ E... eu fiquei com medo à noite quando você não dormiu em casa ...

─ Por que você ficou com medo? Alguém entrou na casa?

─ Não! Ninguém entrou aqui, eu apenas fiquei com medo porque a energia acabou e fiquei assustada com os barulhos da floresta, então resolvi ir para o quarto, mas ao subir os degraus, tropecei e caí em cima do meu ferimento. Doeu muito e fui até seu quarto para pegar um remédio já que os meus acabaram, porém não me senti bem e resolvi deitar um pouco. Depois disso não lembro mais de nada. ─ Concluo meu relato me sentindo uma idiota por cair sozinha feito criança.

─ Me desculpe por ter saído daquela forma, Melanie, e por não estar aqui para protegê-la quando precisou de mim. Prometo que não a deixarei mais sozinha e que a protegerei sempre, entendeu? ─ Assinto me sentindo segura pela primeira vez, após muito tempo.

─ Agora temos que conversar sobre o que aconteceu entre nós antes de eu sair.

─ Nã... não precisa dizer nada, doutor. E... eu... ─ Calo-me sem saber o que dizer mais, porém tendo completa certeza de que meu rosto está vermelho de vergonha.

─ Tenho que dizer alguma coisa sim, Melanie, porque eu não deveria tê-la beijado, pois você é minha paciente, além de ser praticamente uma criança, sem contar o fato de ser inocente demais para mim. Eu admito que fugi, porque me senti culpado por ter agido daquela forma com você, eu não deveria ter feito aquilo e peço perdão a você pelo que fiz. Você é uma freira e eu sou um maldito pervertido.

Baixo minha cabeça por ouvir o que ele disse, por ele ter me pedido perdão por algo que foi maravilhoso para mim. Em seus braços me senti nas nuvens e aquele beijo foi perfeito para macular a lembrança dele transformando-o em algo sujo, que precise de perdão.

─ Mas... apesar de saber que não deveria ter te beijado, eu não consigo me arrepender de verdade, porque foi maravilhoso, Melanie. ─ Levanto meus olhos até os seus e consigo enxergar verdade dentro deles.

─ Foi maravilhoso para mim também, doutor Collins. ─ Sussurro.

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