Anjo Protetor romance Capítulo 27

Nunca pensei que pudesse me divertir tanto na companhia de alguém. Hanna é super divertida, ela com toda sua energia contagia quem está ao seu lado e é assim que me sinto agora, super feliz, como nunca sequer imaginei estar. Lembro das vezes que desejei ter uma amiga naquele convento frio e sombrio. Sem sucesso, pois todos lá eram frios e estéreis como o ambiente.

─ Vem, Mel! Temos que entrar nessa loja para comprarmos umas lingeries para nós duas, mais para você do que para mim, porque minha vida sexual ultimamente está um desastre. Já a sua... Quanto fogo hein, cunhadinha! ─ Ela pisca para mim, deixando-me super envergonhada, pois Hanna não foi nada discreta já que a vendedora da loja dá um pequeno sorrisinho assim que entramos na loja indicando que ouviu o que minha cunhada falou.

Esta já é a quarta loja que entramos desde que chegamos ao shopping e em todas elas Hanna provou inúmeras roupas e comprou outras tantas, não sei por que ela precisa de tantas roupas, mas calo-me por não ser da minha conta. Apesar de protestar e não querer, sou obrigada por ela a provar várias roupas também, e percebo que algumas das que provei e que ela aprovou, Hanna pede para embrulhar.

Ethan me deu seu cartão de crédito e dinheiro para que eu comprasse algumas roupas para mim também, porém não acho que será necessário já que tenho muitas roupas em casa que ele comprou em nossa viajem a Mazatlán.

─ Que tal, Mel? Como estou? ─ A doida sai desfilando pela loja com um conjunto de calcinha e sutiã vermelho sangue.

─ Hanna, pelo amor de Deus, cubra-se! Todas as pessoas estão olhando. — Digo horrorizada com sua falta de pudor.

─ Relaxa, cunhadinha, você é muito encucada. Viva a vida! ─ Ela me dispensa com um aceno de mão, como se andar quase nua por uma loja do shopping fosse algo sem importância.

Depois da quarta loja, nós almoçamos pelo Shopping mesmo e, depois de comermos, paramos em mais duas lojas e fomos ao cinema. Fiquei encantada com o tamanho da tela, o som e com a quantidade de pessoas que cabem dentro de uma sala de cinema. Hanna ficou surpresa quando eu disse que era a minha primeira vez em um cinema.

─ Jura? Mas em que lugar você vivia, Melzinha? Lá não tinha cinema? ─ Questiona enquanto mastiga algumas pipocas que colocou na boca, enquanto esperamos o filme começar.

─ Eu vivi dos nove anos aos dezessete em um convento, Hanna. Fui deixada lá assim que meu pai faleceu por um estranho, já que não tenho nenhum parente vivo com quem pudesse morar.

─ Ai, Mel! Eu não sabia, amiga. Por isso você é tão retraída assim, pensei que fosse só pelo fato de você ser muito tímida, mas agora percebo que não é só por isso. ─ Ela me abraça de lado, já que estamos sentadas lado a lado.

─ Quantos anos você tem agora? Já que disse que tinha saído do convento aos dezessete anos?

─ Fiz dezoito há um mês e meio.

─ Garanto que meu irmãozinho deve ter feito uma festa linda para você. ─ Comenta toda cheia de insinuações.

─ Na verdade, ele não sabe o dia em que faço aniversário. Então, como não sou muito de falar sobre mim não comentei nada com ele, além do mais nós não estávamos juntos ainda, então deixei pra lá. ─ Digo, dando de ombros como se não fosse algo importante.

─ Não, senhora! Que papo é esse de deixa pra lá?! Nada disso, cunhadinha, pois sua cunhada preferida aqui irá fazer uma super festa com direito a muitos convidados, bolo e tudo mais que você tenha direito! Aiiiii! Já estou fazendo altos planos para a decoração, seu vestido... ─ Ela tagarela sem parar dando pulinhos na poltrona realmente animada com seus planos.

─ Não é necessário, Hanna, eu...

─ Xiu! Nada disso! Você terá sua festa e ponto final.

Hanna encerra o assunto com um balançar de mãos, não me dando chance de retrucar, mas resolvo me calar porque o filme está começando e eu não consigo fazer mais nada a não ser olhar embasbacada para enorme tela.

***

Quando saímos do cinema, Hanna me arrasta pelo braço até mais uma loja.

─ Hanna, você já não comprou o bastante? ─ Questiono cansada de entrar em tantas lojas.

─ Cunhadinha, cunhadinha... ─ Ela segura meu queixo. ─ O que tenho que fazer na próxima loja que entrar, não será para comprar nada para mim e sim para senhorita. ─ Ela me dá um beijo na bochecha e diz antes de sair praticamente saltitando até a loja. ─ Fique aqui, bem sentadinha me esperando, como uma boa menina.

─ Ai Jesus! Onde fui me meter, Senhor. ─ Sento-me no banco para aguardar a maluquinha da minha cunhada.

─ Ora, ora, ora... esse shopping está mesmo muito mal frequentado ultimamente, não acha Britney?

Olho para o lado e vejo a mesma mulher loira que foi a esposa do Ethan, a tal da Karen.

─ Concordo plenamente com você, amiga. ─ A outra mulher que está ao seu lado, uma ruiva, comenta de forma venenosa.

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