Anjo Protetor romance Capítulo 29

Giro trezentos e sessenta graus, mas não consigo achar o rastro do meu anjo. Pessoas passam por mim, seguindo seus caminhos, mas sem imaginar o furacão devastando tudo dentro de mim. Desesperado, passo a mão pelos cabelos, frustrado por ter perdido a Melanie de vista em meio à multidão de pessoas durante a hora do Rush.

─ Droga! Onde está você, Anjo?

Saio correndo pelas ruas de um lado ao outro, procurando, chamando por ela, sem sucesso, e pouco me importando para as pessoas que me olham como se eu fosse um lunático.

Horas mais tarde, entro na casa dos meus pais completamente angustiado e me sentindo o pior dos homens por imaginar que meu anjo deva estar pensando o pior de mim, com razão, já que eu que deveria ter explicado para ela toda a verdade.

─ Eu sou um estúpido!

─ Quem é estúpido, maninho? ─ Hanna desce a escada e vem se juntar a mim no sofá da sala.

─ Eu que sou o estúpido, irmã. Um idiota maldito que, por medo, não revelei à mulher que eu amo uma verdade que a magoaria, mas que eu deveria ter contado e que não o fiz por covardia, por medo de perdê-la e acabei perdendo mesmo assim, pois ela descobriu da pior maneira possível. ─ Hanna, ao ouvir o meu relato, concentra toda sua atenção a mim.

─ Como assim, Ethan? Não estou entendendo nada. E onde está a Melanie? ─ Questiona procurando pela sala.

─ A Melanie foi embora, Hanna. Ela me deixou! Ela me deixou, porra! E sabe o que é pior? É que ela me deixou por minha culpa. Eu sou um maldito que não mereço ser feliz, eu não mereço, Hanna. E agora, meu Anjo está por aí perdida nas ruas de Londres, sem mim para protegê-la, porque fui um maldito covarde. ─ Desabafo com o coração sangrando.

─ Calma, irmão. Não fica assim, você merece ser feliz. Das pessoas que conheço na vida, você é a pessoa que mais merece ser feliz, meu irmão. Não fica assim, por favor. Eu não aguento te ver dessa forma. Se acalme e me explique o que aconteceu para que eu possa te ajudar. ─ Ela me consola ao ver meu estado.

Depois de me acalmar, conto tudo para minha irmã, sobre o fato de ter deixado a Melanie no convento quando ela ainda era uma menina, sobre o fato do pai dela ter falecido e que, mesmo não conseguindo ter um contato mais próximo com ela, ainda assim supri todas as suas necessidades financeiras mesmo descobrindo depois o fato da madre Yolanda ter ficado com todo o dinheiro que enviei. Contei também sobre os maus tratos que a Melanie sofreu no convento e toda a humilhação que ela sofreu durante anos. Relatei também o momento em que eu a reencontrei e que ela não se lembrava de mim, ao contrário de mim, que a reconheci no momento em que pus meus olhos nela, depois de tantos anos. Contei também da tentativa de sequestro e que eu a socorri e, durante nosso convívio, o amor surgiu entre nós. Ali me vi completamente apaixonado pela menina que deveria proteger e cuidar.

─ Cacete, irmão! A história de vocês daria um livro, com certeza. Meu Deus! Eu sequer poderia imaginar que tudo isso aconteceu com você e que a Mel passou por tanta coisa ainda sendo tão novinha. ─ Vejo pela primeira vez em minha vida Hanna ficar chocada com algo.

─ Eu sei que eu sou um fodido de merda, Hanna. ─ Digo com os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto bagunço meus cabelos em frustração.

─ Espera, Ethan...

─ O que foi, Hanna? Você sabe onde meu anjo está? ─ Questiono sentindo um pouco de esperanças surgir enquanto encaro seu rosto.

─ Não, não é isso, eu lembrei de algo que aconteceu hoje no shopping...

─ O que aconteceu, me fala, por favor. ─ Suplico.

─ Houve um momento em que tive que deixar a Mel sozinha por um instante enquanto ia a uma loja comprar um presente de aniversário para ela...

─ Como assim, presente de aniversário? Meu anjo vai fazer aniversário?

─ Não, maninho, ela já fez aniversário.

─ Como eu não soube disso?

─ Você não soube, porque é um lerdo. ─ Hanna sorri da minha cara e continua. ─ Mas, como ia dizendo antes de ser interrompida... Assim que eu ia saindo da loja, imaginei ter visto a Karen, mas não tive certeza, por isso não questionei à Mel, mas notei que ela estava estranha e mais estranho ainda foi a pergunta que ela me fez antes dela ir até onde você estava. ─ Fico intrigado e questiono.

─ Que pergunta foi essa, Hanna? Fale logo, pelo amor de Deus, e não me torture mais.

─ Ela me perguntou onde foi que você tinha feito residência.

─ O que você falou? ─ Pergunto com toda minha atenção voltada para ela.

─ Disse que você havia terminado sua residência no St. George´s Hospital, mas então lembrei que você tinha começado residência no México e contei tudo, Ethan. Desculpe-me, eu não sabia.

─ Tudo bem, irmã, você não teve culpa alguma, o culpado aqui sou eu. Porém, agora já faço ideia de quem foi que contou ao meu anjo tudo.

Meu celular começa a tocar. Estranho o fato do número ser do México, pensando se tratar de alguma notícia sobre meu anjo, atendo imediatamente.

─ Alô.

─ Doutor Ethan Collins? ─ A voz de um homem do outro lado da linha me deixa em alerta na mesma hora.

─ Sim... Quem é?

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