Cap.44: Amanhecer Nebuloso
A noite transcorreu envolta em vigília para Morgan. Ao lado de Hanna, ele preparou uma sopa caseira, simples e nutritiva, para que ela se alimentasse sem riscos de engasgo. Somente após confirmar que a febre havia cedido, ele se retirou para o quarto, já eram três horas da madrugada e em seus olhos trazia o cansaço.
Ao despertar, Hanna se deparou com uma silhueta contra a luz do sol nascente. Sentada à beira da cama, a figura a observava em silêncio. Antes de reconhecer Ametista, Hanna se assegurou de que estava em seu quarto, respirando aliviada por estar segura.
— Bom dia, senhorita Danica — Ametista a saudou gentilmente. — Preparei um café da manhã para você. Deve estar faminta. Não se preocupe, não pretendo te causar mal. — avisou ao perceber Hanna um pouco assustada.
— A senhora é a mãe de Morgan, não é? — Hanna indagou, ainda fraca e confusa.
— Sim, meu nome é Ametista.
— Desculpa, não queria causar problemas... — murmurou ela.
— Não sei de nada do que esta acontecendo, Prefiro me manter discreta. Há tantos problemas nesta mansão, e já não tenho idade ou saúde para me estressar com isso tudo.
Hanna suspirou e se levantou da cama, notando que usava roupas limpas.
— O que aconteceu comigo? — questionou, tentando em vão recuperar as memórias fragmentadas. Uma lembrança tênue de Morgan surgiu, mas nada parecia real. Ela não conseguia conectar os fatos, mas tinha a vaga impressão da presença dele.
— Apenas tome seu café e descanse no quarto. Você passou por momentos difíceis. Quem sabe o que teria acontecido se estivesse lá fora naquele estado? — Ametista aconselhou.
— Quem trocou minhas roupas? — Hanna quis saber.
— Temos empregados para cuidar dos outros empregados, senhorita Danica.
— E onde está tia Lory? — Hanna perguntou, preocupada.
— Sua tia está no outro anexo, mas eu não vou lá e você também não pode. Meu filho precisa te dar permissão para visitar a convidada que está lá — Ametista respondeu com indiferença antes de se retirar.
Assim que Ametista saiu, Hanna devorou o café da manhã, impulsionada pela fome e pela ansiedade de ver Lory. Era estranho que ela estivesse no anexo enquanto Hanna se encontrava ali, e isso despertava desconfiança na jovem. No entanto, ela sabia que não poderia retornar ao anexo por conta própria.
Com movimentos furtivos, ela se desvencilhou e tentou escapar da mansão sem levantar suspeitas. Entre os seios, escondia a chave do anexo, sua única esperança de liberdade.
— O que está fazendo? — a voz de Morgan soou áspera atrás dela, assim que a porta se abriu.
— Ah... — ela se virou assustada, o coração batendo descompassado. — Senhor Morgan... — murmurou, ajeitando a mecha de cabelo atrás da orelha sem conseguir encará-lo.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.