Cap.76: quem humilha quem?
Assim que Hanna pulou para fora da mansão, se deparou com Liara a poucos metros da porta, encarando-a com dois homens altos ao seu lado. Alguns empregados curiosos observavam de longe.
"Basta ignorar e tudo vai ficar bem" pensou Hanna, cautelosa na intenção de seguir até o anexo.
— Tragam-na até aqui. — ordenou Liara.
Os dois homens a obedeceram. Antes que Hanna pudesse correr, ambos a seguraram pelos braços e a arrastaram até Liara. Em seguida, a soltaram bruscamente, fazendo-a cair de joelhos à sua frente.
Hanna a encarou, confusa. Em seguida, sorriu cética.
— Era óbvio que você agiria de forma covarde. — resmungou Hanna baixinho, agora tentando se levantar.
Mas sentiu o peso da mão dos homens sobre seus ombros, pressionando seus dedos de forma que ela se contorceu gemendo de dor.
— Quem faz tem que pagar, Hanna Ortiz. — resmungou Liara, se aproximando dela. Em seguida, apertou seu queixo, erguendo sua face. — Você é realmente uma coisa estranha. — disse ela com desprezo, tirando o chapéu de Hanna.
— Não é só eu que tenho muito a pagar. — resmungou Hanna a encarando sem se intimidar.
A maioria dos empregados ficaram pasmados e levou as mãos ao rosto em meio à incredulidade. Maya acabara de sair empolgada para assistir o show, e atrás dela saíram outros empregados que a seguiam.
— Contemplem isso! — anunciou Maya, sorrindo de forma estridente. — Essa é a mulher que vocês vivem se perguntando quem é. Essa é a Hanna Ortiz, esposa de Morgan! — anunciou como se apresentasse uma aberração.
Hanna a encarou tímida, se dando por vencida e descansando sobre as panturrilhas ao se cansar de joelhos. Então, os homens a soltaram quando Liara estalou os dedos.
— Isso é para você aprender a nunca mais se atrever a jogar a família Mota para fora! Ninguém vai me escorraçar seja de onde for!
As palavras de Liara cortaram o ar como um chicote, carregadas de veneno e arrogância. Ao mesmo tempo, Hanna sentiu algo líquido ser jogado em seus cabelos. Ela apertou os lábios, contendo a náusea, e tapou o nariz com a mão, sentindo um cheiro forte e pútrido invadir suas narinas, jogaram um balde cheiro ate a ultima gota formando uma grande poça no chão onde Hanna estava, que podia se comparar a um esgoto.
— Isso é exatamente o que você parece para mim! E de onde você saiu e para onde deve voltar, isso é só um lembrete! — Liara anunciou rindo, acompanhada por uma platéia de empregados que observavam a cena com diversão mórbida.
Mas, ainda que estivesse em uma situação humilhante, Hanna não se curvou. Encarou Liara com um olhar de desprezo que gelou o sangue da mulher.
— Pensa que isso vai me intimidar? — Hanna gritou com força, se levantando com o corpo coberto pela água imunda que sujava toda a sua roupa, até mesmo as ataduras em seu rosto estavam marrom. — Nem pense que com isso, eu vou me dar por vencida e deixar você pisar em mim!
Ela continuava a gritar, sua voz ecoando pelo pátio, enquanto Liara se divertia com a humilhação da outra.
Ninguém queria mais chegar perto de Hanna por causa do seu fedor insuportável. Mas ela estava tão possessa de raiva que correu em direção à mulher de cinquenta anos. Tudo que Liara queria era correr para longe, mas Hanna a puxou com força e as duas caíram sobre a poça fétida e densa.
Liara gritou de desespero ao se ver naquele fedor, enquanto Hanna esfregava sua mão na cara dela, deixando-a suja. Ninguém ousava interferir.
— Tire essa imunda de cima de mim! Socorro! — Liara implorava em pânico, sentindo ânsia de vômito enquanto Hanna, enfurecida, esfregava toda aquela imundícia nela.
Hanna agora era quem ria da situação, mesmo em meio ao fedor que fazia suas entranhas se revirar. Ela engasgava e esfregava Liara naquele chão, sem demonstrar qualquer compaixão.



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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.