Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 10

Quintal da Casa dos Carter

O entardecer tingia o céu com tons de laranja, rosa e dourado, como se o universo tivesse pincelado o horizonte só para aquela cena. O jardim da casa dos Carter, espaçoso e acolhedor, era abraçado por uma brisa leve e morna, carregando o perfume suave das flores que rodeavam a cerca viva.

A piscina refletia os últimos raios do sol como um espelho mágico, e o som da água ondulando suavemente era como uma trilha sonora discreta para o momento que se desenrolava.

A maioria das vozes já havia se deslocado para dentro de casa. Bianca e Serena riam com Mel na cozinha enquanto tentavam impedir David e Tiago de roubarem os salgadinhos antes da hora. Lá fora, no entanto, a cena era completamente diferente. Mais tranquila. Mais íntima.

April e Tomás estavam sentados na borda da piscina, os pés mergulhados na água morna. Ela usava um short jeans e uma blusa clara de algodão que agora estava levemente úmida. Ele, com uma camiseta branca já um pouco amarrotada e o cabelo bagunçado, parecia inquieto, passando os dedos pelos fios a cada dois minutos.

— Você está estranhamente quieto — disse April, lançando um olhar divertido para ele. — Isso é bem suspeito, vindo de você.

Tomás soltou um suspiro e riu, envergonhado.

— É que… sei lá. Tô tentando parecer legal. Mas parece que quanto mais eu tento, mais idiota eu fico.

Ela gargalhou.

— Missão fracassada então?

— Total — respondeu ele, jogando a cabeça para trás e fingindo desespero. — Mas ainda tenho esperança de recuperar um pouco da minha dignidade antes do fim da noite.

— Boa sorte — disse ela, rindo. — Mas, sendo sincera… você fica mais legal quando para de tentar.

— Ah, ótimo. Então basicamente sou legal só quando tô sendo eu mesmo?

— Isso! — ela disse, animada. — Mas não conte pra ninguém. Vai que o charme some…

Tomás deu de ombros e a olhou de lado, os olhos brilhando com algo mais profundo.

— Sabe o que é doido?

— O quê?

— O fato de que… mesmo com tanta gente por aí, com tantas garotas que falam mais, que se arrumam mais, que talvez chamem mais atenção… você é a única que me deixa nervoso assim.

April parou. O coração dela bateu mais forte. Ela sentiu um friozinho gostoso subir pelo estômago, enquanto o rosto se aquecia.

— Isso foi uma cantada?

— Não. Quer dizer… talvez? Não sei. Foi só verdade.

Ela abaixou os olhos e brincou com a água com os dedos dos pés, tentando disfarçar o sorriso que surgia devagar.

— Você sabe que sempre me olha de um jeito diferente, né? — disse ela, num sussurro quase infantil.

— E você sabe que esse “diferente” é porque eu vejo você mesmo? Tipo… de verdade?

Ela o encarou, surpresa.

— Explica isso.

Tomás passou a mão pelos cabelos, desviando o olhar, mas logo voltou a encará-la. Havia verdade demais nos olhos dele.

Quando se afastaram, April sorriu.

— Uau…

— Isso quer dizer que eu beijei bem?

— Quer dizer que você tem passe livre para repetir quando quiser.

— Mesmo? — ele perguntou, com um sorriso travesso. — Tipo… agora?

— Agora não. Alguém vai gritar lá de dentro a qualquer momento e atrapalhar tudo.

— Aposto cinco reais que é a Serena. Ou o David. Ele tem um radar para esses momentos.

Eles riram juntos, ainda com os rostos próximos.

— Ok — disse April, se levantando e estendendo a mão para ele. — Vamos antes que eles venham atrás da gente.

Tomás segurou a mão dela, mas antes de se levantar, a beijou com carinho na palma.

— Vamos. Mas agora a gente vai junto, tá?

— Sempre — disse ela, com os olhos cheios de brilho.

E juntos, de mãos dadas, os dois caminharam de volta para dentro da casa, com os corações leves, os sorrisos bobos… e uma nova história começando ali, bem no entardecer dourado da casa dos Carter.

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