Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 100

Domingo, final de tarde. A casa de Zoe fervilhava com risadas, cheiro de lasanha no ar e um certo casal tentando manter a compostura depois de um cinema… nada tradicional.

Helen estava vermelha até as orelhas, tentando parecer discreta enquanto Zoe, a cunhada mais escandalosa da cidade, gargalhava deitada no sofá, revivendo, pela décima vez, o “escândalo do cinema”.

— Eu juro! — Zoe gritava, entre uma risada e outra — O lanterninha postou uma indireta no T*****r e eu sabia que era sobre vocês dois! Meu Deus, Helen, você deu um show em plena sessão de comédia romântica!

— Zoe! — Helen escondeu o rosto nas mãos, rindo de nervoso.

Ethan, ao lado da esposa, tentava manter a dignidade… e falhava miseravelmente.

Foi então que Liam, que até então parecia alheio, explodiu em gargalhadas.

Sim, Liam.

O sempre sério, responsável, estava ali, rindo com o corpo inteiro, como se tivesse assistido ao melhor stand-up da vida.

— Eu não tô acreditando nisso! — ele disse, limpando os olhos. — Ethan Carter… no meio do cinema?!

Ethan deu de ombros, rindo junto.

— A vida é curta, meu caro. E eu sou casado com uma mulher que não sabe brincar.

Helen bateu levemente no ombro dele.

— Você adorou, admite.

— Adorei? Eu quase morri de vergonha! — ele gritou, rindo. — Mas sim… adorei.

Liam balançou a cabeça, ainda rindo.

— Sério, cara… ver você assim é surreal. Cadê aquele homem travado, frio, que fazia cronogramas até pra dar bom-dia?

Ethan abriu os braços.

— Ele se apaixonou.

— E virou um adolescente — Zoe completou, rindo.

Todos gargalharam mais uma vez.

Logo depois, Zoe e Helen se afastaram para buscar a sobremesa, e Liam permaneceu com Ethan na varanda, onde uma leve brisa soprava e o sol começava a cair atrás das árvores.

O silêncio confortável entre amigos foi quebrado apenas pelo tilintar das taças de vinho.

— Agora que estamos sós… — Liam disse, ainda sorrindo. — Você quer mesmo me explicar essa sua nova fase?

Ethan riu, girando o vinho na taça.

— O que posso dizer? Estou em metamorfose.

— Não. Você está em transe, isso sim.

— Culpa da sua cunhada.

— E que bela culpa, hein?

Ethan riu, apoiando o cotovelo no encosto da cadeira. Seus olhos estavam diferentes. Mais suaves, mais quentes. Como se alguma coisa nele tivesse finalmente encontrado paz.

— Sabe, Liam… eu acho que a amo.

Liam ergueu uma sobrancelha, surpreso com a confissão tão direta.

— Já disse isso a ela?

Ethan balançou a cabeça.

— Ainda não.

— Por quê?

Ele demorou alguns segundos antes de responder, como se estivesse escolhendo bem as palavras.

— Porque não é algo que se diz de qualquer maneira. Não com ela. Quero que a Helen sinta, entende? Quero que ela perceba isso antes de ouvir. Que cada gesto, cada olhar, cada toque… fale por mim. Que quando eu disser “eu te amo”, ela não escute surpresa. Ela apenas… reconheça.

Liam ficou em silêncio por um momento. Depois sorriu.

— Cara, eu tenho certeza que ela já sabe disso.

Ethan sorriu também, desviando o olhar para o jardim. A luz dourada do entardecer banhava o rosto dele, deixando visível algo raro: vulnerabilidade.

— Bem — ele disse, endireitando-se na cadeira —, agora me conta, o que está acontecendo com Ethan Carter? Você é outro homem, cara. Pra falar a verdade… um adolescente. Fazendo coisas que jamais fez antes.

Ethan soltou uma risada mais leve.

— Sou um homem apaixonado, meu amigo. É isso que sou.

Liam ergueu sua taça, tocando suavemente a de Ethan.

— À Helen. Que transformou meu amigo.

E Ethan completou, com um sorriso orgulhoso e apaixonado:

— À minha Helen.

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A casa de Zoe estava mais silenciosa agora. O jantar havia terminado, Liam e Ethan estavam na varanda com suas taças de vinho, discutindo negócios ou fingindo, porque, honestamente, ambos estavam mais interessados em rir da noite do que falar de relatórios.

Helen ajudava Zoe a guardar os talheres e pratos na cozinha. A atmosfera era leve, tranquila, envolta naquele clima íntimo que só existe entre duas mulheres que compartilham a vida de dois irmãos — de sangue ou de afeto.

— Sabe, você me surpreendeu hoje — Zoe disse, apoiando-se na bancada, braços cruzados, com aquele sorriso arteiro no rosto.

— Com o quê?

— Com essa sua nova versão: Helen “a sedutora dos cinemas”.

Helen riu, balançando a cabeça.

— Eu juro, Zoe… ainda não acredito que aquilo aconteceu.

— Tive uma ideia brilhante. O que você acha de amanhã a gente fazer uma noite de garotas?

Helen arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

— Noite de garotas?

— Isso mesmo! Eu, você e a Tânia. Coisa leve, divertida, uns drinks, boas risadas, quem sabe um karaokê desastroso. O que acha?

Helen hesitou, e Zoe foi mais rápida:

— E fiquei sabendo que meu irmão e o Liam, tem uma reunião TEDIOSA amanhã. O tipo que ocupa ele o dia todo e emenda com a noite. E você sabe que o Ethan gruda nele igual sombra nesses eventos.

Helen mordeu o lábio, pensativa.

— Bem…

— Ah, para, Helen. O Ethan não vai se importar. Ele vai amar saber que você está se divertindo. Ou… vai ficar morrendo de ciúmes, o que também é um ótimo bônus!

Helen soltou uma risada.

— Tá bom. Tudo bem. Noite de garotas.

Zoe vibrou como uma adolescente.

— Ótimo! Vai ser épico! Já vou avisar a Tânia!

Helen balançou a cabeça, ainda sorrindo, mas por dentro sentia algo diferente. Uma leveza, uma alegria, Ethan que a olhava como se ela fosse uma força da natureza. Ethan que ria com ela, brigava com ela, fazia amor com ela como se o mundo fosse acabar. Ethan que quase disse que a amava… e que, em silêncio, já gritava isso todos os dias.

Mais tarde, Helen saiu da cozinha e caminhou até a varanda. Liam havia ido buscar uma garrafa de vinho extra, e Ethan estava sentado na cadeira, com as pernas cruzadas, observando o céu.

Ela parou na porta, admirando o perfil dele. Forte. Sereno. Cheio de contrastes.

Ele virou o rosto e sorriu ao vê-la.

— E aí, espiã da cozinha? — ele provocou.

— Fui falar da sua performance no cinema — ela rebateu, sentando-se no braço da cadeira dele. — Zoe quer uma estátua sua.

— Bom saber que tô virando lenda.

— Ou só lenda urbana.

Ele riu e passou o braço ao redor da cintura dela, puxando-a para sentar-se no colo dele.

— Sabe… — ele disse, com os olhos fixos nela. — Eu poderia me acostumar com noites assim.

— Com provocações, lanterninhas e tortura emocional da Zoe?

— Com você.

Ela sorriu, beijando o canto da boca dele.

Liam voltou com o vinho e se sentou em frente aos dois, servindo três taças. O clima entre os três era o de quem sabe que está em boa companhia.