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Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 126

O sol já atravessava as cortinas semi abertas da UTI quando Ethan Carter piscou os olhos pela primeira vez. O quarto estava silencioso, exceto pelo bip ritmado dos monitores, que parecia se misturar com os batimentos frágeis de seu próprio coração.

Helen, sentada ao lado dele, segurava sua mão com tanta força que parecia tentar ancorá-la ao mundo dos vivos. Quando sentiu o leve apertar de seus dedos, Helen ergueu a cabeça num sobressalto.

— Ethan? — chamou, com a voz tremendo de esperança e medo.

Os olhos dele, ainda turvos, ainda pesados, encontraram os dela. E naquele instante, Helen soube. Soube que ele estava de volta.

O médico e a enfermeira rapidamente se aproximaram.

— Vamos retirar o tubo, senhor Carter — disse a médica, sorrindo. — Respire fundo e confie em nós.

Helen apertou ainda mais a mão dele.

— Eu estou aqui — sussurrou.

O procedimento foi rápido. Assim que o tubo foi retirado, Ethan tossiu fraco e os olhos se contraíram de dor. Helen inclinou-se ainda mais, tocando suavemente o rosto dele.

— Não fala, por favor — implorou, com a voz embargada. — Só me deixa te abraçar.

E, sem esperar mais nada, Helen jogou-se suavemente sobre ele, abraçando-o com todo o amor que carregava no peito. As lágrimas desabaram sem controle, molhando a camisola hospitalar.

Ethan, ainda muito fraco, ergueu uma das mãos e a passou com dificuldade pelos cabelos dela, num gesto carinhoso e lento.

Seus olhos marejaram. Os poucos que estavam na sala, a médica, a enfermeira, Zoe e Melissa, observaram a cena com olhos brilhando de emoção. Era impossível não se comover. Era impossível não sentir.

Ali, naquele abraço frágil e desesperado, pulsava a força do amor que sobrevivia até mesmo ao pior dos abismos.

Horas se passaram e Ethan, agora mais acordado, repousava com a cabeça levemente erguida por travesseiros. A voz ainda falhava, o corpo ainda doía, mas os olhos… Ah, os olhos dele estavam mais vivos do que nunca.

Helen sentou-se na beirada da cama, segurando sua mão com tanto carinho que parecia querer protegê-lo do mundo inteiro. E, pela primeira vez desde o acidente, ela sentiu que era a hora, que precisava contar. Respirou fundo, tentando conter a avalanche de emoções.

— Ethan… — começou, com um sorriso trêmulo. — Tem uma coisa que eu preciso te contar.

A voz dela saiu baixa, embargada.

Ele sorriu fraco, mas com os olhos brilhando de curiosidade. Ethan virou a cabeça lentamente em sua direção, cada pequeno movimento ainda exigindo um esforço visível.

Mas quando seus olhos azuis encontraram os dela, havia ali toda a paciência do mundo, toda a esperança, toda a fé. Helen respirou fundo, como quem se prepara para mergulhar sem saber se conseguirá voltar à superfície.

Passou a mão pela barriga de maneira quase inconsciente. E então, soltou:

— Eu estou grávida.

As palavras pairaram no ar, pesadas e ao mesmo tempo tão leves que quase pareciam um sussurro levado pelo vento. Ethan arregalou os olhos, a emoção tomou conta dele de imediato. Uma lágrima escapou do canto dos seus olhos feridos. Seus dedos, ainda trêmulos, apertaram a mão de Helen com uma força fraca, mas determinada.

Ele tentou falar, mas Helen o interrompeu, colocando a ponta dos dedos sobre seus lábios partidos.

— Calma… deixa eu terminar — pediu, com um sorriso triste.

Ethan obedeceu, porque faria qualquer coisa por ela.

Helen respirou fundo outra vez.

— Bebê… — murmurou, com a voz rouca, como se saboreasse a palavra.

Helen assentiu, sorrindo em meio às lágrimas.

— Nosso bebê, Ethan.

Ele fechou os olhos com força, permitindo que mais lágrimas caíssem. Quando os abriu novamente, seu olhar parecia ainda mais humano, ainda mais cheio de amor.

— Eu… — tentou dizer, mas tossiu fraco.

Helen tocou seus lábios com os dedos, pedindo silêncio.

— Calma — sussurrou. — Você precisa se poupar.

Mas Ethan não desistiu. Com enorme esforço, falou com a voz rasgada pela emoção:

— Eu sonhei… — disse. — Sonhei com você…— pausou respirando fundo para continuar logo em seguida — Em um jardim e havia… — ele parou, engolindo em seco — havia um garotinho… loiro… olhos azuis…

Helen engasgou com o próprio choro. Era como se o destino tivesse soprado uma imagem para Ethan do que ainda estava por vir. Como se, mesmo inconsciente, a alma dele soubesse que uma nova vida florescia.

Helen sorriu, emocionada.

— Devagar — ela repetiu, como um juramento.

— Devagar — Ethan concordou, com a voz embargada.

Ele queria gritar que a amava, queria prometer o mundo, mas não o fez. Porque agora ele sabia: promessas se cumprem com ações, não com palavras.

De repente, o som da porta se abrindo chamou a atenção de ambos. E, como uma explosão de luz e alegria, Richard, Amélia, Zoe e Melissa invadiram o quarto, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Amélia correu até o filho, depositando beijos em sua testa.

— Meu bebê! Meu amor! — chorava ela, acariciando o rosto dele.

Richard, com os olhos marejados, segurou a mão de Ethan com força, mas sem dizer uma palavra, seu gesto dizia tudo.

Zoe pulou em volta da cama, segurando a mão livre de Ethan.

— Finalmente, seu teimoso! — brincou ela, chorando. — Nunca mais nos assusta assim!

Melissa chorava sem vergonha, tirando fotos com o celular.

— Esse momento precisa ser eternizado! — dizia, rindo entre lágrimas.

O quarto se encheu de vozes, de sorrisos, de amor. Balões coloridos foram trazidos, pequenas bandeirolas improvisadas, flores em vasos, ursinhos de pelúcia. Parecia uma festa improvisada, mas ali, o maior presente de todos era Ethan.

Vivo, presente e renascido.

Helen olhou ao redor, absorvendo cada rosto, cada riso, cada lágrima. E ao voltar os olhos para Ethan, encontrou-o olhando para ela, somente para ela. Como se, no meio daquela multidão barulhenta e feliz, só ela importasse.

E foi ali, com o peito transbordando de amor e esperança, que Helen percebeu.

Eles venceriam juntos. E agora, com um pequeno coração batendo entre eles, tinham ainda mais motivos para lutar.

O amor…O amor havia vencido. E ela jamais o deixaria escapar outra vez.

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