Entrar Via

Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 139

A luz suave da manhã invadia a cozinha como um convite para a calma, mas o corpo de Helen não parecia ter recebido esse memorando. Entre a chaleira no fogo e a colher mergulhada no açúcar, ela tentava ignorar o formigamento constante sob a pele. Desde que Ethan surgiu pela casa com aquele andar preguiçoso, com gesso ou não, ela vivia num estado de combustão interna. Um toque e ela derretia. Um olhar e a respiração falhava. Era como conviver com um orgasmo à beira do lábio.

— Foco, Helen. Você tem autocontrole, tem força de vontade. Você tem… leite integral e um marido com cara de pecado. Merda. — murmurou para si mesma, enquanto mexia o café com tanta força que o líquido ameaçou subir pela borda.

Foi então que a paz foi interrompida com a sutileza de uma bomba explodindo na sala.

— BOM DIA, CASA DA LUXÚRIA! — anunciou Zoe, entrando como uma tempestade matinal, óculos escuros dignos de diva e duas sacolas de padaria. — Espero que ninguém esteja pelado! Ou melhor, talvez esteja torcendo para isso!

Helen quase deixou a caneca cair.

— Zoe?! Que diabo você tá fazendo aqui a essa hora?

— Sentindo o cheiro de sexo e café a quilômetros de distância! — respondeu, jogando a bolsa no sofá com o desleixo típico. — E, claro, trazendo pão de queijo. Achei prudente, afinal, o que são calorias quando se está presenciando a combustão espontânea de dois seres humanos?

Zoe parou no meio da sala e aspirou o ar como uma sommelier do pecado.

— Hmmm… Café forte. Leite quente. E… ah, sim, uma leve nota de transa mal resolvida.

Helen cruzou os braços, sem conseguir conter o riso.

— A gente não fez nada, Zoe. Só… dormimos.

Zoe arqueou uma sobrancelha de forma exagerada.

— Dormiram? No sofá? Helen, por favor. Essa manta jogada desse jeito grita “transamos até desmaiar e cobrimos com o primeiro tecido que achamos”. Nem me atrevo a sentar ali, minha flora vaginal merece dignidade.

— Zoe! — exclamou Helen, corando instantaneamente.

— Tô errada? — Zoe foi até a cozinha, pegando uma caneca do armário. — Só vocês dois nessa casa. Um homem de muleta, meio pelado. Uma mulher com hormônios dançando lambada. Isso não termina com “boa noite, durma bem”. Isso termina com alguém gemendo o nome do outro num canto escuro.

Helen virou-se de costas, tentando manter a compostura.

— A gente foi cuidadoso, tá? O gesso atrapalha.

Zoe tomou um gole de café e sorriu com a boca cheia.

— Então cavalgou, né? COM MODERAÇÃO, MAS CAVALGOU!

Helen soltou uma gargalhada nervosa.

— Zoe, por Deus…

— Nada mais natural. Se fosse eu, minha única preocupação seria não quebrar o homem no meio. Mas confesso que já pensei em enfaixar o Liam só pra ver se ele me olha daquele jeito de “não posso, mas quero”.

— Você precisa de ajuda profissional. Sério.

— E você precisa ser canonizada, Helen. Gravida, gostosa e ainda domando meu irmão que tá com fogo até no calcanhar.

Antes que Helen pudesse se defender, ouviram passos lentos vindo do corredor. Zoe olhou para a porta e sussurrou, animada:

— Lá vem ele. Senhor pecado matinal com perna engessada…

Mas quando Ethan apareceu, Zoe congelou por dois segundos. Ele estava de short cinza, sem camisa, cabelo bagunçado e… sem o gesso.

— Ué… — Zoe inclinou a cabeça, teatral. — Não estou maluca não… você… tá sem gesso?

Ethan parou no batente da porta, com uma muleta debaixo do braço e o outro pé firme no chão, sorrindo como quem tinha acabado de ganhar o jogo.

— Bom dia, Zoe. — disse ele, despreocupado. — Sim, sem gesso. Retirei ontem. O médico liberou.

Zoe arregalou os olhos e deu um assovio.

— Ahhh, então agora entendi por que a manta no sofá tá com cara de exorcismo sexual. O menino andou trabalhando… pesado.

Helen quase deixou a xícara cair no chão.

— Zoe!

Ela riu, tentando disfarçar o quanto estava entregue.

— Se você continuar falando assim…

— O que vai fazer? Vai gemer no meu ouvido de novo? Vai me montar até eu perder a noção do tempo?

Ela mordeu o lábio inferior.

— Você não presta.

— E você adora isso.

Ela o empurrou levemente para trás e encostou os lábios no ouvido dele.

— Ethan…

— Sim?

— Estou morrendo de fome…

Ele sorriu, olhos faiscando.

— Hum… e o que minha mulherzinha quer comer?

Ela respondeu sem hesitar, com um sorriso safado nos lábios:

— Você.

Ethan a puxou pela cintura e murmurou contra a boca dela:

— Então devora. Mas devagar… quero sentir cada segundo.

E naquele beijo que veio em seguida, o dia oficialmente começou, com fome, com prazer, e com a certeza de que o amor deles era uma deliciosa perdição.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu