A casa estava silenciosa, envolta por aquela penumbra quente do fim da tarde. O sol entrava pelas janelas em faixas douradas, espalhando brilho sobre os móveis, sobre o chão… e sobre ela.
Helen estava sentada na poltrona da varanda, com uma xícara de chá nas mãos e o olhar perdido no céu alaranjado. Usava um vestido leve, azul-claro, que parecia ter sido feito para ela: delicado, macio, revelando mais do que escondia. Os cabelos estavam soltos, caindo pelos ombros em ondas que pareciam ter sido moldadas pelo próprio vento.
Ethan parou no batente da porta, observando em silêncio. O coração dele apertou com aquela cena. Era como se, por um instante, o mundo inteiro tivesse silenciado só para que ele pudesse olhar para ela assim.
— Chatinha… — chamou ele, a voz baixa, carregada de doçura.
Helen virou-se devagar, com os olhos imediatamente brilhando ao vê-lo ali.
— Você chegou. — sorriu, se levantando com calma. — Pensei que ainda estivesse no escritório.
— Fugi. — respondeu ele, caminhando até ela. — Senti falta da minha mulher e do nosso bebê mimado.
Helen riu, caminhando em sua direção até que os dois estivessem frente a frente.
— Estamos bem. — disse, colocando a mão sobre a própria barriga. — E com saudade do dono dessa casa.
Ethan segurou o rosto dela com as duas mãos, com delicadeza. Seus polegares roçaram a pele quente das bochechas de Helen, e ele se inclinou para beijá-la com ternura — um beijo lento, carregado de tudo o que eles não conseguiam dizer em palavras.
— Sabe o que eu pensei o caminho todo pra cá? — murmurou ele, com a testa encostada na dela.
— O quê?
— Que eu tenho sorte demais. Que te ver sorrindo assim… é tudo o que eu preciso.
Ela sorriu. Os olhos dela brilharam com emoção.
— Então fica hoje. Só comigo, sem telefone, sem e-mails, sem reunião.
— Helen Carter… está me convidando para fugir das minhas obrigações?
— Estou. E se recusar, vou jogar os sapatos de salto em você.
— Gosto do perigo. — ele riu, puxando-a para mais perto.
Os lábios se encontraram outra vez, agora com mais fome. Helen envolveu o pescoço dele com os braços, colando os corpos, sentindo a pulsação dele bater contra a dela. Ethan a conduziu pela cintura até o sofá da sala, onde a fez sentar com delicadeza.
— Sabe o que é mais louco? — disse ele, roçando os lábios nos dela. — Eu sinto mais saudade de você estando ao seu lado do que antes, quando estávamos distantes.
— Isso é hormonal? — brincou ela, sorrindo contra a boca dele.
— Não. Isso é amor. — ele respondeu, antes de tomá-la em um beijo mais profundo.
Os dedos de Ethan deslizaram pelas coxas de Helen, por debaixo do vestido, e ela soltou um suspiro curto, afundando os dedos nos cabelos dele.
— Ethan… — ela sussurrou, arfando. — Temos que… hm… jantar…
— Eu estou jantando. — ele disse contra a pele dela, rindo baixo, beijando o pescoço com devoção.
Ela arqueou o corpo, sentindo o toque dele como uma corrente elétrica. A cada botão do vestido que ele desabotoava, era como se ele estivesse despindo também os dias difíceis, os traumas antigos, as culpas não ditas.
Quando o vestido escorregou pelos ombros, revelando a lingerie rendada, Ethan gemeu baixo, apertando os olhos.
— Gostosa do caralho. — sussurrou.
—Gosta senhor Carter? — ela provocou dando uma voltinha e segurando as alças da calcinha insinuando que iria retirar.
— Helen…
Helen baixou a calcinha devagar e revelou o corpo nu que tanto enlouquecia Ethan.
— Puta que pariu chatinha, vou te comer tanto que você vai ficar sem andar. — disse ja retirando as roupas de maneira desajeitada. Helen corou mas gostou de ver o desejo e o desespero nos olhos do marido. Quando Ethan se aproximou para segurar a sua cintura, ela estendeu o braço e afastou o corpo dele com delicadeza e disse:
— Primeiro… vou organizar um banho para o meu maridinho….
O som da água enchendo a banheira ecoava pelo banheiro como uma promessa.
Ethan ajeitava a temperatura com atenção, enquanto olhava de relance para o espelho embaçado, onde o reflexo dele mostrava um sorriso cúmplice. Tinha um plano e envolvia bolhas, vinho, e a mulher mais teimosa e irresistível do planeta.
— Helen! — gritou, em meio ao vapor que começava a tomar conta do ambiente. —Você disse que iria cuidar do meu banho… amor, cadê você?
Do outro lado da casa, ela respondeu com uma gargalhada.
— Calma, estou só desligando o fogo, senão nosso jantar já era.
— Amor, vou acabar invadindo o quarto como um viking molhado, e olha que a espada já esta pronta para a batalha!
— Você é ridículo.
— Mas sou o seu ridículo preferido.
Helen apareceu na porta com uma toalha enrolada no corpo, os cabelos soltos e um sorrisinho matreiro nos lábios.
— Você me convenceu, Sr. Carter.
— Sempre convenço. — ele piscou, puxando-a pela cintura até que seu corpo colasse ao dele.
O vapor embaçava tudo ao redor, menos o calor entre eles. Ele a beijou de leve no queixo, depois no pescoço, e sussurrou rouco:
— Vamos tomar banho… e depois fazer bagunça.

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