O restaurante tinha aquele aroma acolhedor de comida feita com carinho. Mesas de madeira escura, toalhas vermelhas quadriculadas, luzes âmbar penduradas em luminárias rústicas. Helen e Ethan estavam sentados próximos à janela, de mãos dadas sobre a mesa, os dois sorrindo como se o mundo tivesse parado só para eles.
Ethan estava inquieto… inquieto de felicidade.
— Você viu a carinha dele, Helen? — ele dizia pela quinta vez, os olhos brilhando. — Quer dizer… talvez seja menina, mas mesmo assim, aquele pontinho piscando no monitor era o nosso bebê!
Helen ria, encantada com a empolgação dele.
— Você tá muito mais ansioso que eu.
— Claro que tô! — respondeu ele, gesticulando animado. — É o nosso filho. Ou filha. Mas se for filha… — Ele franziu a testa, já entrando no modo “pai protetor”. — Eu vou precisar de uma espingarda. Ou duas.
— Ethan! — ela gargalhou.
— Tô falando sério. Nada de homens por perto até os 30.
— Ou mulheres. — provocou Helen, com um olhar travesso.
— Nada de ninguém! — decretou, cruzando os braços, fingindo indignação. — E se for menino, a mesma regra vale pra ele. Vou educar esse bebê pra ser um monge.
Helen riu tanto que teve que se apoiar na beirada da mesa.
Foi nesse momento que Zoe e Liam surgiram no salão, e Ethan, ao vê-los, se levantou imediatamente como um foguete.
— Adivinhem! — anunciou, antes mesmo deles se aproximarem. — A médica acha que é um menino!
— Aaaaaah! — Zoe gritou, batendo palmas. — Eu sabia! Vai ser um mini Ethan com aquele olhar de CEO dominador de berçário!
— Ou um pequeno tirano — murmurou Liam, rindo. — Parabéns, casal.
Helen sorriu, ainda com a mão na barriga.
— Ainda não é cem por cento, mas… o palpite dela deixou a gente animado.
— Animado? — Ethan repetiu, voltando a se sentar. — Eu tô quase comprando um terninho em tamanho RN e mandando fazer uma mini gravata.
— Socorro. — disse Zoe, puxando uma cadeira. — Esse menino vai andar de terno no parquinho.
— Se for menino — corrigiu Helen, levantando o dedo. — Ainda há chance de ser uma princesa.
Zoe bateu no ombro do irmão.
— Se for menina, já aviso: vai aprender tudo com a titia aqui. Primeiro salto aos dois anos. Maquiagem aos quatro. E aos seis… balada. Disfarçada de pijama party.
— VOCÊ TÁ MALUCA?! — Ethan quase engasgou com a água. — Você tá proibida de ensinar qualquer coisa!
— Ah, Ethan… — Zoe disse, apoiando o queixo nas mãos, com um sorrisinho malicioso. — Vai ser sua carinha… falando como você, com aquele jeitinho teimoso… Imagina ela falando “ninguém manda em mim” e revirando os olhos.
Helen ria tanto que precisou de um guardanapo para secar as lágrimas.
— Eu tô amando ver você vermelho, amor.
Ethan bufou, mas o olhar era completamente apaixonado.
— Vocês duas vão me matar. Aposto que esse bebê já ouve e está rindo lá dentro.
Zoe piscou para a barriga.
— Aprende com a titia, docinho. A gente vai dominar o mundo. Depois eu te ensino a deixar seu pai maluco.
— Zoe! — Ethan resmungou, mas não conseguiu disfarçar o riso. — Eu vou te internar.
— Você vai me agradecer quando ela for capa de revista aos cinco anos com o título “CEO mirim de sucesso”.
Liam só observava, rindo, mexendo o canudo na bebida.
— Esse bebê já tem mais personalidade que muita gente adulta.
Alguns minutos depois, Ethan estava com o cardápio aberto como se fosse um general montando uma operação especial.
— Garçonete! — chamou, com um sorriso largo. — Vamos precisar de mais uma cadeira e… deixa eu ver… sorvete de morango, panqueca doce, waffle com mel, batata frita, nuggets, bolinho de queijo e… ah, isso aqui também: o milk-shake de chocolate.
Helen arregalou os olhos.
— Ethan, eu não vou comer tudo isso!
— Vai sim — disse ele, beijando sua bochecha. — Você tá comendo por dois, lembra? E se não conseguir, eu termino.

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