Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 155

155 /226

A tarde avançava devagar, como se o tempo tivesse aprendido a respeitar a fragilidade dos corações que habitavam aquela casa. O silêncio reinava após a tormenta. James e Liam já haviam partido para tratar de reforçar a segurança do prédio, uma missão urgente que Ethan havia confiado aos dois com olhos de aço e voz embargada. Zoe havia protestado, é claro, mas Katerina a despachou com uma elegância firme, alegando que Helen precisava descansar.

Sozinho com a esposa, Ethan fechou a porta do quarto com suavidade. Encostou a testa na madeira, sentindo a vibração da madeira fria contra a pele quente. Por um instante, permaneceu assim, respirando fundo.

Do outro lado da casa, tudo estava em silêncio. Katerina havia preparado o campo de repouso com a maestria de quem entende que o amor também vive nos detalhes: velas aromáticas no banheiro, morangos frescos sobre o aparador, travesseiros perfumados com lavanda e uma manta leve estendida sobre a poltrona. Tudo impecável, tudo delicadamente pensado.

Mas o que Ethan sentia naquele momento ia além da preocupação. Era algo mais profundo. Uma urgência que nascia da dor dela, da angústia que ele testemunhara nos olhos que tanto amava.

Helen estava sentada na beira da cama, os cabelos soltos sobre os ombros, o olhar perdido na janela entreaberta. A luz do fim de tarde banhava seu rosto com um dourado suave, e por um instante, Ethan achou que ela parecia uma pintura, uma daquelas que transmitem saudade, beleza e força.

Ele se aproximou devagar.

— Hei… — disse ele, ajoelhando-se diante dela. — Eu queria te dar um banho.

Helen franziu levemente a testa.

— Um banho?

— Um daqueles que limpam a alma. Que tiram o peso do dia, da dor. Só eu e você, sem pressa, sem o mundo.

Ela sorriu, com os olhos marejados.

— Isso foi tão… Ethan Carter poético.

— Confesso que ensaiei. — disse ele, encostando os lábios em sua mão. — Fica aqui. Eu vou preparar tudo.

Ela apenas assentiu, observando-o desaparecer pelo corredor. E enquanto ele caminhava até o banheiro, algo dentro dela se derretia. Ethan era assim, firme e carinhoso, protetor e doce, força e abrigo.

A água da banheira começou a subir, espumando suavemente com a essência de baunilha que preenchia o ambiente com calor e doçura. As velas acesas lançavam sombras dançantes sobre as paredes, criando um cenário quase onírico. Ethan ajeitou cada detalhe com precisão silenciosa: morangos lavados e cortados, duas taças de suco de uva gelado, o óleo de massagem preferido dela… e o silêncio, preenchido apenas pelo som da água se acomodando na banheira.

Quando voltou ao quarto, estendeu a mão para Helen.

— Vem comigo, minha rainha.

Ela sorriu, colocou os pés no chão e caminhou até ele.

Ao entrar no banheiro, Helen parou por um segundo. O cenário parecia um templo íntimo. Sagrado. As velas, o vapor no ar, o aroma acolhedor… Era como se Ethan tivesse criado um mundo só para os dois.

— Ethan… isso é… lindo.

— É o que você merece. — ele disse, já se aproximando dela. — Deixa eu cuidar de você hoje.

Ele começou a despir Helen com lentidão. A puxou suavemente pela cintura, e os dedos habilidosos foram desfazendo a blusa, abrindo os botões com delicadeza. Cada peça que ele removia era beijada antes de ser deixada de lado. O colo, os ombros, o ventre.

Quando ela ficou completamente nua diante dele, não havia vergonha. Havia reverência. Ethan se despiu em silêncio, os olhos nos dela o tempo todo, como se precisasse memorizar cada respiração.

Entraram juntos na banheira.

A água os recebeu como um abraço morno, embalando-os com cuidado. Helen se acomodou entre as pernas dele, as costas apoiadas em seu peito, os braços de Ethan envoltos em sua cintura.

Durante longos minutos, não disseram nada, apenas existiam.