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Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 161

O relógio marcava 21h58 quando Ethan e James estacionaram o carro em frente ao antigo galpão da zona industrial. O lugar era um cemitério de concreto e ferrugem, esquecido pelos anos, com placas caídas, janelas quebradas e uma sensação de abandono que arrepiava a pele.

O vento frio cortava a pele, e o silêncio ao redor parecia ensurdecedor.

Ambos desceram do carro em silêncio, vestidos com roupas escuras. Ethan carregava no olhar a fúria silenciosa de um homem que já perdera demais. James, ao seu lado, estava alerta, tenso, com os olhos atentos a cada sombra.

— Estamos mesmo sozinhos? — murmurou James, enquanto se aproximavam da porta lateral do galpão.

Ethan fez um gesto com a cabeça. Liam estava em contato, monitorando à distância. Tudo estava pronto, mas ninguém sabia o que esperar.

Eles empurraram a porta de metal enferrujado. O som agudo ecoou como um grito no vazio.

Lá dentro, a escuridão era quase total, exceto por uma única lâmpada pendurada do teto, que balançava lentamente com o vento, iluminando uma figura sentada em uma cadeira metálica, de cabeça baixa.

Ethan parou por um momento confuso, seus olhos estreitaram. Não era Miranda.

— Quem é você? — perguntou, firme, mas cauteloso.

A mulher levantou o rosto devagar… e Ethan congelou.

Os cabelos castanhos presos de qualquer jeito, as olheiras profundas, o rosto abatido, mas familiar. Ele a reconheceu. Demorou um segundo, mas a memória veio como um raio.

— Clara? — disse, sem conseguir disfarçar o choque.

A mulher assentiu, com os olhos já cheios de lágrimas.

James a observava, confuso.

— Você a conhece?

Ethan se aproximou devagar, o olhar ainda incrédulo.

— Ela trabalha no setor de contabilidade. Há alguns meses… Helen a ajudou. Lembro como se fosse ontem.

Clara abaixou os olhos, e lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas.

— Helen me salvou — disse, com a voz embargada. — Meu ex… ele era um monstro. Me isolou da família, me afastou dos amigos, me manipulava… e depois começaram os t***s. As humilhações. Eu já não sabia quem eu era.

Ela apertou as mãos no colo, tremendo.

— Um dia, ele apareceu na empresa, bêbado. Começou a gritar comigo no estacionamento. Todos viraram o rosto. Fingiram que não era com eles. Todos… menos ela.

— Helen — murmurou Ethan, sentindo o peito apertar.

Clara assentiu com um choro preso na garganta.

— Ela desceu correndo do prédio, gritou com ele, me puxou para longe, chamou a segurança, chamou a polícia. Ele foi preso naquela noite. Helen me deu abrigo, apoio, pagou uma advogada pra mim… Ela… ela salvou minha vida. Eu fiquei devendo a ela mais do que gratidão.

— E agora você tá aqui… — murmurou James, ainda sem entender tudo. — Por quê?

Clara levantou o rosto e os olhos dela estavam ardendo de verdade, de culpa, urgência.

— Porque há dois dias… eu ouvi algo que não consegui ignorar. Um dos estagiários do financeiro estava ao telefone no banheiro. Ele falava baixo, mas eu reconheci o nome. Ele disse: “Ela já recebeu a caixa. A reação foi exatamente como esperado. A próxima fase é amanhã.”

Os olhos de Ethan endureceram.

— A caixa...

Clara assentiu, engolindo o choro.

— Eu congelei. Saí do banheiro sem que ele me visse e fui direto procurar ajuda, mas… me apavorei. Então lembrei dela. De Helen. Do bebê. E eu não podia ficar calada. Mesmo que vocês não acreditassem em mim.

— Nós acreditamos — garantiu James, com a voz firme. — Você veio até aqui sozinha?

Ela hesitou.

— Eu não estou envolvida com eles. Juro. Mas há algo que vocês precisam saber. Miranda… ela não está agindo sozinha. Ela tem ajuda.

Ethan se inclinou um pouco, sério.

— Que tipo de ajuda?

Capítulo 161- Vozes do Passado 1

Capítulo 161- Vozes do Passado 2

Capítulo 161- Vozes do Passado 3

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