O carro deslizou suavemente pela estrada, Helen estava sentada no banco do passageiro, com os braços cruzados e um olhar desconfiado no rosto, porque Ethan não parava de sorrir. E um Ethan sorridente nunca era um bom sinal.
— Tá rindo do quê? — perguntou, estreitando os olhos.
Ethan lançou um olhar rápido para ela, segurando um riso travesso e disse:
— Só estava pensando em como agora eu sei o seu ponto fraco.
— O quê? — Helen franziu a testa confusa.
Ethan fingiu um suspiro dramático e disse:
— Ah, minha querida esposa, você está nas minhas mãos agora.
Helen piscou, confusa.
— Do que você tá falando, Ethan?
Ele então virou a cabeça para encará-la, seus olhos azuis brilhavam como os de um garotinho prestes a fazer estripulia.
— Eu descobri que você tem medo de baratas!
Helen revirou os olhos.
— Sério? Você ainda está pensando nisso?
— Ah, mas é claro! — Ele riu, balançando a cabeça. — Isso é um tesouro precioso! A partir de agora, todas as vezes que eu quiser alguma coisa, vou usar isso contra você.
Helen cruzou os braços e disse:
— Você não ousaria.
— Ah, eu ousaria sim.
Ela estreitou os olhos e perguntou:
— De um exemplo.
Ethan sorriu ladino e disse com um tom brincalhão:
— Digamos que eu queira que você vá buscar um lanche para mim, mas você tá ocupada e diz não.
— O que, aliás, é algo que eu faria mesmo.
— Pois é. Mas então, do nada, eu menciono… uma barata.
Helen gelou.
— Ethan, nem brinca!
Ele riu, adorando aquilo.
— “Ah, Helen, sabe aquela batata frita que você tá comendo? Bom, eu ouvi dizer que baratas às vezes gostam de se esconder em batatas…”
Helen arregalou os olhos.
— Você é um monstro!
— Ou então, melhor ainda! Digamos que você esteja ocupada no trabalho e eu precise de um favor…
— Ethan, não ouse continuar essa frase.
Ele ignorou solenemente.
— “Helen, eu ouvi dizer que o banheiro feminino tem baratas mutantes…”
— VOCÊ NÃO TEM LIMITES! — Helen exclamou, horrorizada.
Ethan gargalhou, segurando o volante com uma mão enquanto a outra batia levemente contra a perna.
Ethan riu, acelerando um pouco mais o carro enquanto a casa dos seus pais surgia ao longe.
✲ ✲ ✲
Ethan acabou de estacionar o carro na frente da mansão onde por muitos anos viveu com sua família. O empresário de vinte e quatro anos, levou sua mão às cegas até a coxa da companheira em busca de sua mão. Envolveu sua mão na mão dela que direcionou o olhar para ele preocupada e perguntou:
— Ethan, aconteceu alguma coisa? — seu olhar demonstrava sua preocupação.
Já Ethan parecia amedrontado e nervoso. O empresário engoliu em seco antes de falar algo, sem direcionar o olhar para a esposa parecendo paralisado e disse:
— Quando foi... quando foi o nosso último jantar em família?
Helen entendeu a situação toda e de onde vinha o medo estampado no rosto do marido, segurou sua mão e levou até os lábios depositando um beijo singelo e delicado e com um sorriso discreto disse:
— Não se sinta culpado, Ethan. O importante é o que estamos fazendo de agora em diante. — Ethan sorriu e Helen continuou divertida: — A culpa foi sua, então, melhor se preparar para os sermões de dona Amélia.
Helen soltou a mão do esposo e saiu do carro sorrindo. Ethan encarou a esposa com um sorriso divertido e fez um semblante de como se estivesse revoltado e disse:
— Ei, espera... e as promessas que fizemos no altar? Você não deveria me deixar sozinho, nisso, dona Helen Carter!
Resmungou saindo do carro e fechando a porta de seu Volvo, correndo para alcançar a esposa, não se esquecendo de trancar a porta do carro.
Ele parou diante dela e segurou os seus ombros e olhando nos seus olhos disse:
— Vai segurar a minha mão, não vai?
Helen sorriu divertido e disse:
— Claro que sim… não precisa chorar como um bebê!
— Eu não estou chorando! Vai me abandonar num momento tão delicado? Quem irá lhe proteger das próximas baratas?
Helen revirou os olhos. Ethan era o homem mais dramático que conhecia

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