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Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 57

O céu estava claro naquela tarde de sexta-feira, mas o coração de Helen continuava carregado como um temporal prestes a cair. Depois de tudo o que havia acontecido, da briga na boate, do quase beijo, da provocação seguida de silêncio, ela ainda não sabia ao certo o que pensar sobre Ethan.

A dor estava ali. Latejando. O orgulho ferido, o desejo misturado com mágoa. A noite anterior parecia um borrão de provocação e vulnerabilidade. Não podia negar que gostou de levar Ethan aos limites, gostou de provocá-lo, de ver o desejo evidente em cada parte do seu corpo, mas no fundo, gostaria que ele tivesse rompido as barreiras, isso só levava a crer que Ethan apenas a via como uma uma amiga querida.

Amiga…

Não era como uma amiga que Helen queria ser vista. Era como uma mulher que ardia de desejo por ele. Que gritava para permanecer em seus braços. Talvez tenha sido melhor assim, se tivesse se entregado a Ethan seria ainda mais difícil arrancá-lo de dentro do seu coração.

O céu ainda estava cinzento quando Helen saiu de casa naquela manhã. O silêncio da rua parecia refletir o que se passava em seu coração. A cidade acordava apressada, mas ela caminhava em outro ritmo,o das decisões que doem, mas libertam.

Ela entrou no edifício onde ficava o escritório de seu advogado, o salto marcando seus passos com segurança, embora cada batida também carregasse o peso da renúncia. Não havia mais espaço para dúvidas. Ela havia amado Ethan profundamente, ainda o amava. Mas Ethan já havia deixado claro quem ele havia escolhido e ela não suportava mais estar no meio disso tudo.

— Dra. Helen, bom dia — cumprimentou a recepcionista com um sorriso caloroso. — O Dr. Marcos a aguarda.

Ela agradeceu com um gesto discreto e seguiu pelo corredor revestido de madeira clara até a porta marcada com uma placa de latão: Marcos Toledo , Advocacia de Família.

Do outro lado, um homem alto, de expressão serena e cabelos grisalhos nas têmporas, se levantou ao vê-la entrar.

— Helen — ele disse com gentileza. — Que bom que veio. Por favor, sente-se.

Ela sentou-se diante da mesa, ajeitando a bolsa no colo com as mãos cruzadas sobre ela. Por um instante, ficou em silêncio, apenas observando o porta-retratos com a família do advogado. Uma imagem comum, esposa sorridente, duas crianças abraçadas. Um retrato de estabilidade, de tudo o que ela sonhou em ter ao lado de Ethan um dia.

— Trouxe os documentos, conforme pediu — disse ele, puxando uma pasta azul-claro e a colocando sobre a mesa. — Está tudo em ordem. A separação de bens, os termos financeiros, cláusulas sobre propriedade e negócios… E incluí, como você solicitou, a cláusula que preserva o cargo de CEO da empresa para o Ethan, caso ele aceite.

Helen assentiu, olhando para a pasta como se ela tivesse vida própria. Como se, ao abri-la, estivesse abrindo o peito para o último golpe.

— Se quiser, eu mesmo posso entregar pra ele — continuou Marcos, com a voz cuidadosa. — Falo com o advogado dele, iniciamos o trâmite sem que precise sequer olhar para ele.

Ela levantou os olhos. Estavam úmidos, mas havia algo novo neles: força.

— Não. — Sua voz saiu firme. — Eu vou entregar. Preciso que ele veja que essa decisão é minha. Que não é por raiva, nem por impulso, mas porque… pela primeira vez, eu vou pensar em mim.

Marcos apenas assentiu, com respeito silencioso.

— Então desejo que tenha paz, Helen.

Ela pegou a pasta com as mãos firmes, respirou fundo e se levantou. Quando alcançou a porta, ouviu-o dizer, baixinho:

— Ele está na sala dele. Vou anunciar sua entrada.

Helen apenas assentiu.

Instantes depois, Simone abriu a porta do escritório, anunciando:

— Senhor Ethan… sua esposa deseja falar com o senhor. Agora.

Ele, que estava inclinado sobre a mesa analisando alguns relatórios, ergueu os olhos e imediatamente travou. O coração deu um salto ao vê-la ali, impecável como sempre, mas diferente. Nos olhos dela não havia a doçura de antes. Havia peso, havia fim.

— Helen?

Ela entrou sem esperar convite. Caminhou até a frente da mesa e depositou a pasta ali, com cuidado, como quem coloca uma flor sobre um túmulo.

— O que é isso? — ele perguntou, embora seu instinto já soubesse a resposta.

— Os papéis do divórcio!

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