Ethan Carter não era um homem fácil de surpreender.
Ele controlava tudo. O tempo, os números, as pessoas. Estava acostumado a estar à frente, prever, planejar. Mas naquela noite… ele não tinha ideia do que Helen havia preparado.
Tudo começou com um simples envelope deixado sobre a mesa do escritório em casa, onde ele revisava documentos com a concentração de um cirurgião em operação.
Ao abrir, encontrou um bilhete escrito à mão:
“Hoje você não vai controlar nada. Vista-se como se fosse me encontrar para jantar. Mas venha sozinho. Sala 408. Às 20h. E não se atrase.”
Nenhuma assinatura, nenhum emoji. Nada além da caligrafia perfeita de Helen.
Ethan sentiu a espinha arrepiar.
Ele olhou para o relógio. 19h32, fechou o notebook e correu subindo as escadas. Em questão de minutos estava debaixo do chuveiro, sentindo o coração acelerado, como se estivesse prestes a cometer um crime. Um sorriso apareceu em seu rosto. Ela estava tramando algo, e ele mal podia esperar para ser a vítima.
Às 19h58, Ethan desceu pelo elevador, vestindo um terno escuro sem gravata e um perfume amadeirado. Chegou ao andar indicado do hotel, o mesmo onde, semanas antes, haviam se hospedado pela primeira vez como casal e seguiu o número 408 com passos firmes.
A porta estava entreaberta.
Ele bateu de leve, empurrou… e o cenário roubou o ar de seus pulmões.
Luzes baixas. Cortinas fechadas. Música sensual em volume baixo. E, ao centro, Helen usava um robe preto transparente que deixava visível a lingerie rendada vinho por baixo. As pernas longas, os cabelos soltos, o olhar felino.
— Feche a porta. — disse ela, com a voz aveludada.
Ele obedeceu sem hesitar.
— O que é isso? — murmurou, encantado.
— Sua noite. Mas com regras.
— Regras?
— Número um: você não pode me tocar.
Ele arqueou a sobrancelha.
— Você está brincando.
— Número dois: você vai sentar naquela poltrona e assistir.
Ethan soltou um riso rouco.
— Assistir o quê?
— O que você sempre quis: eu, dançando pra você. Me despindo para você. Dominando você com um olhar.
Ele engoliu em seco.
— Helen…
— Sente-se.
A autoridade na voz dela era quase absurda e deliciosa.
Ele obedeceu.
Sentou-se na poltrona, as pernas afastadas, as mãos apoiadas nos braços do assento, e o olhar preso nela com fome. Helen caminhou lentamente até o centro do quarto, os saltos estalando contra o chão de madeira. Com um clique no controle, aumentou o som da música. Um jazz provocante e começou a dançar.
Lentamente… sensualmente. Girou o corpo, rebolou de leve. Desceu até o chão e subiu deslizando as mãos pelas próprias coxas. Fazendo Ethan prender o ar.
— Puta que pariu Helen, isso é tortura. — murmurou ele.
— Isso é só o começo. — respondeu, enquanto deixava o robe escorregar pelos ombros.
A lingerie parecia feita sob medida para acender seus instintos. Ela se aproximou, parando a centímetros dele. Sentou-se de frente para ele, no colo da poltrona… sem tocar. Rebolou ali, provocando. O quadril roçando contra a ereção evidente dele por cima do tecido da calça.
— Posso tocar agora?
— Ainda não. — ela sorriu, se levantando. — Ainda estou me vingando.
Ela virou-se de costas. Se afastou alguns passos. Colocou as mãos na parede e empinou o quadril.
— Está gostando, senhor Carter? — sussurrou. — De me ver assim. Oferecida, de costas, implorando sem palavras.
Ethan fechou os olhos e gemeu baixo.
— Eu vou te amarrar, mulher…
— Um round dois?
— Isso é óbvio. Mas não. Quero que a gente nunca pare de inventar. De surpreender. De se provocar.
— Eu prometo. — ela sorriu. — Acha que sou uma mulher que esgota o estoque de idéias fáceis?
— Você é uma mulher que deveria ser ilegal.
— E você… um CEO com alma de pecador.
— Pecador, sim. Mas fiel e completamente apaixonado.
Helen sentiu o coração estremecer. Com os olhos marejados, o encarou o beijando com ternura. Logo depois ela encaixou seu rosto na curvatura do pescoço masculino e fechou os olhos. Ethan passou a acariciar as costas nuas e suadas de sua esposa.
— Chatinha?
— Hum?
— Você me perdoa?
Helen abriu os olhos encarando as orbes azuis que tanto amava e perguntou:
— Pelo o que?
— Por ter te machucado tanto… por ter demorado a perceber a mulher incrível e maravilhosa que você é.
Helen sentiu o coração estremecer. Sorriu com ternura e disse:
— Depende.
— Depende? — perguntou ele divertido. — De que?
— Se você continuar sendo esse homem maravilhoso e apaixonante que é.
Ethan sorriu largo e disse:
— Pra você…sempre!
Ethan puxou o rosto de Helen e a beijou novamente. Nada precisava ser dito, ambos sentiam.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu