Resumo de Capítulo 7 – Capítulo essencial de As duas faces do meu chefe por Mainy Cesar
O capítulo Capítulo 7 é um dos momentos mais intensos da obra As duas faces do meu chefe, escrita por Mainy Cesar. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Douglas me apresenta toda a casa e conta um pouco da história explicando que aquela era a residência dos Drevitch antigamente. Pelo que percebi Layonel viveu sua infância junto com seus avôs e pais nesta casa, mas Douglas não entrou em detalhes sobre o que ouve depois disso.
Apesar de estar curiosa para saber mais sobre essa família incrível contenho minhas inúmeras perguntas apenas para mim.
Seguimos pela casa até chegar em um imenso quintal onde levava as indústrias, uma cerca baixa separa a casa do local de produção, provavelmente para não deixar que os turistas invadam o espaço privado da família.
-A muito tempo todos viviam feliz aqui e os turistas enchiam esse lugar, hoje a procura por esse lugar ainda é grande, mas não encontram mais os moradores da casa presente. –Douglas sorri entristecido.
Tento o máximo que posso conter minha curiosidade, mas Douglas parecia disposto a me contar e aquilo estava me deixando inquieta.
-Desculpa a pergunta eu sei que não deveria me meter, mas o que aconteceu? –Não escondo minha curiosidade.
Sabia que aquela informação não era da minha conta, mas precisava descobrir mais sobre aquele homem instável que chamo de chefe.
-Depois que os avôs do jovem mestre morreram seus pais decidiram se mudar para a cidade e expandir os negócios por lá.
-Entendi, mas eu nunca vi Layonel agir daquela forma. –Acabo falando mais do que deveria e vejo o triste olhar no rosto de Douglas se intensificar.
-Eu não deveria lhe contar isso, mas você é a primeira pessoa que ele traz aqui desde que foi embora. Não o culpe por sua personalidade instável ao estar aqui, ele não tem boas lembranças. –Ele faz uma pausa pensativo, mas continua rapidamente. -Quando morava aqui era apaixonado por esse lugar e contar as histórias das uvas e da produção do vinho era seu maior orgulho, em uma época assumiu a responsabilidade de mostrar cada etapa aos turistas. –Ele faz outra pausa.
-E o que aconteceu depois disso? –Sei que não deveria bisbilhotar a vida do meu chefe, mas agora eu quero saber.
-Eu realmente não deveria lhe contar isso, mas você talvez possa ajudá-lo. –Ele sorri animado. -Em uma das excursões pela fazendo ele conheceu uma moça. Essa moça se chama Lívia, é filha do prefeito da cidade e eles acabarão se apaixonando. Passados os anos ele a pediu em casamento, mas seus pais resolveram se mudar para o Rio Janeiro. O jovem mestre não se deteve em ir e ajudar seus pais a construir a sede da empresa por lá, mas para isso teve que deixar Lívia aqui e combinaram que assim que as coisas se estabilizassem por lá ele retornou para busca-la. Quando ele retornou ela havia se casado com outro homem, a partir daí ele nunca mais aceitou organizar as excursões pela fazendo e suas visitas para cá foram diminuindo gradativamente. Já fazem 14 anos que ele não aparece por aqui e me surpreende saber que ele retornou com uma mulher, então achei que vocês pudessem estar se dando bem. –A esperança nos olhos dele me deixa frustrada por ser apenas a secretaria e não poder fazer nada.
-Me desculpe decepciona-lo Douglas, mas eu assumi o lugar da sua antiga secretaria recentemente e não sabia nada sobre vinhos, então ele apenas se sentiu obrigado a me trazer aqui. –Tento soar o mais gentil possível.
-Ó claro minha jovem, mas ainda assim não acho que esse foi o motivo, afinal ele poderia te explicar tudo por lá, pois tem capacidade para isso. –Ele sorri abertamente me deixando encabulada. –Vamos preciso te ensinar muita coisa. –Douglas conclui depois de implantar uma pulga gigantesca atrás da minha orelha.
Se esse não foi o motivo, então qual foi? Essa pergunta paira em minha mente me distraindo.
Acabo o seguindo por aquele lugar incrível, mas a beleza da fazenda acabou perdendo seu encanto com aquela estranha história e os comentários de Douglas não saem da minha cabeça.
Sinceramente não sei os motivos de Layonel em me trazer até aqui. Douglas começa a explicar sobre as uvas, mas minha mente estava tão cheia de dúvidas e possibilidades que não presto a atenção em quase nada.
-Senhorita quais uvas nós cultivamos? –Me observa curioso, me pegando desprevenida com sua pergunta repentina.
-Aí Douglas me desculpe poderia repetir essa parte. –Sorrio tentando disfarçar meu constrangimento.
-Pode deixar que eu assumo daqui Douglas. –Sou surpreendida por aquela voz grossa atrás de mim.
Olho para trás e vejo Layonel caminhar elegantemente por entre os funcionários que param os seus serviços para admira-lo de longe. Ele realmente é extremamente elegante e sensual, seus cabelos ruivos acastanhados sempre estão bem penteados esculpindo seu rosto com sua barba grande por fazer, ele caminha em nossa direção mexendo no nó da gravata que tanto o incomoda.
Será que ele não sente calor em baixo desse terno com uma temperatura de quase 40 graus? Foco minha atenção nas enormes maquinas que chacoalhavam as parreiras de uva colhendo os cachos.
-Sim senhor. –Douglas sai com um sorriso vitorioso no rosto.
-Então vamos lá Hana, resolvi intervir, pois você não estava prestando atenção em nada do que Douglas estava falando. –Ergue uma de suas sobrancelhas debochado.
Sempre me irrito com esse ar sínico e superior que ele emana naturalmente.
-É claro que eu estava... Como você pode saber? –Cruzo os braços erguendo uma sobrancelha.
-Ok, então o que é o Tanino? –Ele espera minha resposta e eu fico em silêncio pensando.
-Hum... Não chegamos nessa parte ainda. –Tento dribla-lo.
-Chegarão sim e preste atenção, explicarei tudo apenas uma única vez. –Passa por mim com pressa.
Suspiro tentando manter a calma com esse homem chato a minha frente, preferia mil vezes Douglas.
-Existe mais de 3.000 tipos de uvas viníferas. Três quartos delas são próprias para a produção de vinho tanto branco quanto tinto. Como são muitas uvas separamos as 7 mais utilizadas e que produzem os melhores vinhos, elas são Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Syrah, Merlot, Malbec, Chardonnay e Sauvignon Blanc. As indústrias Drevicth trabalha com vinhos artesanais tanto tinto quanto brancos. As principais uvas utilizadas nos vinhos tintos que são o nosso foco é a Pinot Noir, Merlot e Cabernet Sauvignon, também usamos a Chardonnay para os brancos, mas seria egoísmo meu dizer que só utilizamos essas por ser as mais famosas. Obviamente utilizamos outros tipos mais a tabela é gigante para ser explicada de forma tão simples e rápida. –Ele sorri segurando um cacho de uva que ainda estava no pé.
Me surpreendo ao ver o amor que ele transmitia através de suas palavras e a forma como ele explica é bem mais simples e de fácil entendimento, dessa vez tenho que concordar com Douglas, ele é muito bom no que faz.
-Essa é uma Merlot venha ver.
Me aproxima observando o cacho de uva que para mim parecia iguais aos outros.
-Eu não entendo a diferença. –Acabo sendo sincera, pois realmente queria entender.
-Elas podem parecer iguais, mas são muito diferentes em sabor, cheiro, espessura da pele, quantidade de suco e tanino.
-O que é o tanino? –Pergunto.
Tanino parecia ser algo importante, ouvi muito essa palavra na reunião em que participei com ele.
-O tanino vem da casca da uva, da semente e dos barris de carvalho. Ele traz ao vinho a complexidade e textura, sendo eles vinhos mais suaves ou mais forte. Ele é extremamente importante para a produção de um vinho tinto de qualidade. É algo que você entende com tempo e degustação. Vamos ver o processo de fermentação para ver se fica mais claro para você.
Acabei descobrindo uma parte de sua história por Douglas e prefiro não pressioná-lo a contar sobre a história de sua família, mas confesso que estou me segurando para não enche-lo de perguntas estranhas.
Quando saio da adega que ficava no subterrâneo, percebo que o sol já estava se pondo dando ao céu cores maravilhosas em tons de rosa, laranja e amarelo. Paro por alguns segundos observando a janela que dava para a floresta de eucaliptos.
-Vamos Hana, Clarisse ficará irritada se nós atrasarmos para o jantar sem contar que não almoçamos. –Ele segue apresado retirando as abotoaduras do terno as guardando no bolso.
Como sempre incomodado com as abotoaduras que apertam seus pulsos.
Acabo o seguindo para não me perder naquele lugar imenso e minha curiosidade extravasa lentamente em uma pergunta desnecessária.
-Você não sente calor com esse terno? –Acabo o observando mais do que o necessário.
-Quer que eu tire? –Ele ergue uma sobrancelha com um sorriso sacana no rosto.
-Não. –Falo rapidamente desviando o olhar envergonhada com sua pergunta.
-Você é uma caixinha de surpresas. –Ele ri me deixando ainda mais constrangida.
-Está calor e você sempre usa essas roupas quentes, foi apenas uma curiosidade desnecessária. –Falo a primeira coisa que me vem à cabeça para disfarçar meu constrangimento e curiosidade excessiva.
Ele ajeita os óculos de grau no rosto visivelmente desconfortável, mas o seu sorriso ainda se mantinha intacto. Pensativo passa a mão esquerda pelo cabelo os alinhando perfeitamente em uma fileira reta e bem organizada e por um momento o seu apelido paira em minha mente.
“Nerd Charmoso”
Talvez ele seja apenas um homem incrivelmente inteligente e antissocial, exatamente isso, concluo mentalmente. Não, impossível, não consigo aceitar esse apelido estranho e encaixa-lo em sua personalidade gritante.
-Quer perguntar mais alguma coisa? –Ele ri curioso.
-Não, vamos logo. –O deixo para trás seguindo até a porta do depósito que levava ao jardim da casa principal.
Sou surpreendida pela bela visão de um jardim milimetricamente planejado e organizado, os cubículos de cimento se espalham pelo chão formando caminhos para diversos lugares, alguns levavam aos túneis de uva e outros para uma fonte no centro do jardim onde um lago com vários peixinhos nadavam tranquilamente, alguns bancos se espalhavam pelo local junto com várias árvores grandes que deixava o ambiente fresco e aconchegante.
-Clarisse está a nossa espera Hana. –Meu coração salta do peito ao sentir sua mão pousar em minha cintura para me guiar adiante.
Minhas pernas seguem seus comandos automaticamente chegando finalmente na cozinha onde Clarisse, uma senhora de aproximadamente setenta anos espera animada.
Clarisse é muito meiga e simpática e fica radiante ao me conhecer, já eu fico surpresa em saber que ela é esposa de Douglas.
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