As duas faces do meu chefe romance Capítulo 14

-Hana o prazer é todo meu. –Deixo em aberto o meu sobrenome na tentativa de ajudar Layonel.

Não que ele precisasse, mas algo em mim me força a fazer aquilo, pois eu sabia que uma traição poderia doer mais do que se pode imaginar. Talvez eu estivesse me envolvendo em um território perigoso apenas por compaixão e ego fragilizado com o que me aconteceu com Ivan.

-Como sempre você gosta de mostrar que é o melhor em tudo o que faz. –Ela comenta sobre a dança tocando seu braço com os dedos longos e finos.

Seu corpo se tenciona e instintivamente ele se afasta do seu toque sem deixa-la constrangida, procuro não intervir naquela conversa sabendo que não é meu dever me envolver em seus relacionamentos.

-Hana é muito boa. –Ele abre um sorriso genuíno me pegando desprevenida.

Mordo os lábios ponderando se deveria ou não buscar uma bebida para deixá-los mais à vontade, porem as mãos de Layonel não permite que eu faça isso.

Eles embalam em uma conversa sobre o passado me deixando desconfortável a cada segundo que se passa. A tensão no corpo de Layonel aumenta a cada segundo e ele se fecha em uma bolha paralela evitando as pessoas a sua volta e principalmente Lívia, mas não deixa que ela perceba sua falta de interesse.

O pior de toda aquela situação constrangedora é que ele não me deixa sair de seu lado mantendo sua mão firme em minha cintura.

Não aguentando ver toda aquela cena somado pelo nervosismo e desconforto de Layonel faço algo que não deveria.

-Layonel querido estou cansada podemos ir? –Passo a mão em seu peito subindo para seu pescoço deixando um leve beijo ali.

Os dois olham para mim surpresos e ele ergue uma sobrancelha questionando a minha ação. Seus olhos vorazes me faz engolir em seco e desviar os olhos dos seus com um sorriso gentil estampado nos lábios.

Eu deveria permanecer calada quando não sou solicitada.

Repito essa frase várias vezes para aprender meu lugar como uma belíssima secretaria, pois eu preciso do dinheiro para sobreviver a dívida que Ivan fez.

-Claro querida. –O tom de sua voz me assusta é suave e apaixonado, algo fora do comum. –Foi um prazer revê-la Lívia. –Ele se despede e eu faço o mesmo.

Quando nos afastamos de Lívia que volta até seu marido um tanto atordoada, Layonel para abruptamente em minha frente.

-O que foi aquilo? –Ele pergunta irritado.

-Desculpa não consegui me segurar sabendo o que ela fez, você parecia incomodado desde o começo. –Tento me explicar me embolando um pouco.

-Douglas te contou? –Ele pergunta perplexo.

Balanço a cabeça afirmativamente mordendo os lábios nervosa. Ele passa as mãos nos cabelos com certa irritação.

-Primeiro senhorita Ravallo você é minha secretaria e não deve se intrometer em minha vida pessoal. Segundo eu não estava incomodado por causa dela, afinal não sinto mais nada por ela e terceiro espero que isso não se repita. –A frieza em sua voz me atinge como um soco.

-Me desculpe senhor Drevitch isso não irá se repetir foi um erro querer ajuda-lo sem saber o que realmente estava acontecendo. –Abaixo minha cabeça me colocando em meu devido lugar.

Simplesmente não posso perder esse emprego, por Daisy eu não posso, pelo seu futuro, pela sua escola. Engulo friamente o nó em minha garganta junto com minha compaixão desnecessária.

-Senhor Lincoln Drevitch. –Alguém o chamo através do microfone. –Poderia nos dar a honra de mais uma dança com sua parceira. –O homem indica a pista de dança a sua frente.

Ele me observa receoso e eu peço aos céus que ele recuse esse pedido, pois não conseguirei dançar daquela forma novamente depois do ocorrido, mas ele estende sua mão para mim.

Automaticamente seguro sua mão seguindo para a pista de dança e mais uma vez nos posicionamos. A música embala meus ouvidos e começamos a dançar lentamente, mas agora evito ao máximo olhar seus olhos fixando toda a minha atenção em seu peito.

Tudo sai perfeitamente bem até ele me girar onde acabo me desequilibrando, antes que eu caia seus braços se envolvem em minha cintura me colocando de pé novamente. Me afasto evitando seus toques encerando a dança bruscamente.

Antes que escute comentários desnecessários me viro para os olhares curiosos e assustados das pessoas a nossa volta.

-Me desculpem acho que exagerei no vinho. –Sorrio em um ato inocente.

As risadas tomam o salão e a compreensão fica explicita no olhar de cada um deles.

-É senhorita nós te entendemos, como uma festa dessas quem não sai da linha. –As risadas aumentam.

-Me desculpem. -Encolho os ombros rindo e saindo da pista rapidamente o deixando para trás.

Não se deve dançar quando não se está bem consigo mesma, pois você jamais entregaria seu coração as batidas da música.

Layonel me segue a passos rápidos e segura meu braço me fazendo parar próximo a saída.

-Poderia por favor me levar para o hotel acho que exagerei um pouco. –Falo rapidamente antes que ele diga alguma coisa engolindo o nó em minha garganta que insiste em voltar.

-Hana... –Ele passa a mão no cabelo olhando para os lados.

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