As duas faces do meu chefe romance Capítulo 17

Na tentativa de me acalmar levanto-me da minha mesa, pois o espaço da minha sala parecia sufocante demais para permanecer ali por muito tempo. Precisava respirar um ar diferente, pensar em outras coisas e dispersar os pensamentos sobre “nerd charmoso” da sala ao lado.

Mesmo havendo uma cozinha exclusiva no último andar, opto por descer no terceiro onde fica o refeitório, era um andar próprio para os funcionários e muitas vezes ganhamos lanches no final da tarde o que tem salvo meu almoço ultimamente quando não tenho que participar de reuniões com Layonel.

Por um lado participar das reuniões é bom, estou começando a entender melhor sobre os assuntos econômicos. Faz tempo que me graduei e havia esquecido muitas coisas, mas aos poucos as matérias da faculdade estavam retornando em minha mente.

Sempre amei contabilidade e poder finalmente trabalhar com uma empresa que me proporciona experiências tão vastas nesse assunto por mais que eu não me envolva diretamente neles me deixa extremamente feliz e grata.

Mordo os lábios ao perceber que estava pensando no meu estranho e complicado chefe novamente. Balanço a cabeça dispersando esses pensamentos malucos e minha barriga ronca descaradamente. Uma boa xicara de café ajudaria a espairecer melhor as ideias.

Me sento em uma mesa próxima a cafeteira esperando meu café ficar pronto enquanto me forço a pensar em outros assuntos. Quando menos espero Renan, um amigo do setor de Marketing coloca a xícara na minha frente.

-Nossa a quanto tempo Hana. Depois da transferência nem se lembra dos amigos. –Renan diz chateado.

-Re. –Me levanto o abraçando. –Como é bom te ver. –Aperto ainda mais o abraço.

-É bom te ver também sumida. –Ele sorri. –E como vão as coisas com o poderoso chefão? –Toma seu café se encostando na bancada para me observar.

-Hum... está indo bem... ele é bem interessante e sua personalidade é complicada, mas ele é um amor de pessoa como todos dizem. –Resumo e tento não dar detalhes.

Beberico o café que por sinal estava uma delícia e volto a me sentar, acabamos embalando em conversas desnecessárias sobre nosso dia a dia corrido e me esqueço que estou no trabalho. Eu realmente estava precisando de um tempo longe do Layonel e encontrar Renan me ajudou muito.

Renan é um homem charmoso, tem olhos castanhos claros e uma pele morena do tipo café com leite, seus cabelos eram cheios de cachos encaracolados e curtos, ele é um homem maravilhoso e sensacional.

Continuo nossa conversa animadamente até ver os olhos de Renan se arregalarem assustados atrás de mim. Franzo as sobrancelhas sem entender o que está acontecendo e ele parece ter visto um fantasma.

-O chefão está vindo em nossa direção e sua cara não é das melhores. –Vira a xicara de café a colocando sobre a pia.

Um forte arrepio percorre todo o meu corpo ao me virar e ver os olhos frios de Layonel atrás de mim, Me levanto rapidamente quase derrubando o pouco de café que ainda restava em minha xicara sobre a mesa.

-Não pago os dois para ficarem fofocando pelos cantos da empresa. –Seu tom sarcástico me deixa chocada.

A versão soberba e arrogante eu ainda não conhecia, era nova para mim, abro a boca para retrucar mais fecho rapidamente ao ver sua expressão furiosa. Ele geralmente costuma ser gentil com todos os funcionários da empresa.

O que está havendo com esse homem afinal?

-Você volte ao seu serviço se não quer perde-lo. –Ele aponta para Renan que faz o que ele manda sem questionamentos ou discussões. –E você na minha sala agora. –Ele aponta para mim.

Meu coração dispara em meu peito e sinto que a qualquer momento eu poderia entrar em um colapso nervoso com medo de perder meu emprego.

Layonel caminha a passos duros e irritados para o elevador e eu o sigo em silencio me colocando no devido lugar de funcionaria. Quanto mais quero ficar longe de problemas mais eles se jogam aos meus pés. Isso só pode ser brincadeira.

Entro no elevador e o clima dentro daquele espaço apertado é sufocante, sei que exagerei em ficar tanto tempo conversando com Renan, mas ele não precisa ficar tão bravo por algo tão simples.

Ao sairmos ele segue a passos firmes para sua sala, mordo os lábios ao perceber que ele mexe nas abotoaduras do seu pulso nervosamente. Isso só indica que ele está furioso e muito irritado, quando digo muito não estou economizando na dosagem.

Entro em sua sala com as pernas bambas e preciso de um apoio para me manter sobre os meus saltos agulha, mas não encontro nenhum então simplesmente me obrigo a permanecer de pé.

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