As duas faces do meu chefe romance Capítulo 23

Ele concorda concentrado em retirar as lentes de contato dos olhos, subo até meu quarto para pegar uma toalha de rosto e aproveito para pegar um colírio que a pediatria havia receitado a Daisy. É um colírio para alergia e coceira então acredito que vai ajudar. Quando volto ele já estava lavando o rosto e os olhos.

Me encosto na porta o observando.

Acho que nunca vou ter a oportunidade de vê-lo sem esses ternos caros, vê-lo em uma roupa confortável e leve. Isso seria realmente impossível, nem mesmo nos dias mais quentes ele tirar os ternos.

Observo seus traços e a barba que ele havia raspado para a festa já estava grande. Não do tamanho da antiga, mas preenchia bem seu rosto esculpindo seus traços o deixando mais charmoso e sexy.

Entrego a toalha de rosto para ele que se enxuga. Seus olhos estão um pouco vermelhos o que me deixa preocupada. Inquieto ele observa a toalha pensativo até leva-la ao nariz inspirando fortemente.

-Tem seu cheiro. –Sorri.

Sinto minhas bochechas queimarem com a vergonha e puxo a toalha de suas mãos fazendo ele rir.

-Você está embasada. –Fecha o potinho com as lentes as guardando no bolso.

-Sente-se. –Aponto para o sanitário. –Vou pingar um colírio de Daisy para alergia e coceira.

-Não se preocupe está tudo bem. –Ele se olha no espelho.

-Seus olhos estão vermelhos. –Apoio a mão em seu braço fazendo ele se sentar.

Contrariado ele se senta de cara fechada.

-Olhe para cima. –Peço gentilmente.

Layonel obedece apoia uma de suas mãos em minha cintura enquanto olha para cima. Me posiciono entre suas pernas com o colírio nas mãos pronta para pingar, mas todas vezes que me aproximo ele afasta a cabeça piscando os olhos receoso.

-Se você não parar quieto eu não vou conseguir. –Envolvo delicadamente minha mão livre em sua nuca tentando mantê-lo quieto.

-É inconsciente. –Se defende.

Ele apoia as duas mãos na minha cintura apertando dedos em minha blusa, por fim consigo pingar uma única gota em seu olho que estava mais irritado. Layonel institivamente leva a mão nos olhos e eu o impeço.

-Que merda tem nesse remédio. –Ele tenta limpar o colírio, porém eu não deixo.

-Não coloca a mão, está vermelho assim porque você ficou coçando. –Tento segurar sua mão.

-Mais que porcaria é essa? Está ardendo muito. –Ele tenta novamente passar a mãos nos olhos, mas não deixo.

-Falta pingar no outro fica quieto. –Ele seguro minhas mãos tentando se levar.

-Mais não vai mesmo.

O impeço de levantar forçando ele ficar sentado, mas ele se remexe apreensivo.

-Você é pior que a Daisy é só um colírio. –Tento pingar o remédio no outro olho, mas ele não deixa.

-Isso não tem graça, pode parar Hana, você está tentando me torturar e eu não fiz nada. –Diz dramático e eu o ignoro lutando com suas mãos que tentam me afastar.

Praticamente subo em cima dele para conseguir pingar o colírio no outro olho, mas com muito custo consigo.

Ele rosna irritado me abraçando com força, encosta a cabeça na minha barriga esfregando o rosto na minha blusa para se livrar da ardência, puxo seu cabelo impedindo que ele continue.

Layonel pisca algumas vezes e algumas lágrimas escorrem de seus olhos devido o remédio.

-Isso arde muito. –Resmunga. –Se eu soubesse que ia ser torturado jamais teria vinda aqui. –Reclama.

-Que drama, já vai passar. –Enxugo algumas lágrimas que escorrem. –Pronto viu, nem foi tão ruim assim.

-Foi péssimo. –Fala irritado.

-Exagerado. –Reviro os olhos.

Me afasto deixando o colírio sobre a pia enquanto lavo e seco as minhas mãos. Ele se levanta procurando os óculos no bolso do terno até encontra-los, pisca algumas vezes me encarando ainda irritado.

-Melhorou?

-Sim.

-Viu. –digo vitoriosa –Precisou de todo o drama?

Dou risada saindo do banheiro, mas paro ao ver uma sacolinha dependurada em minha frente.

-Eu trouxe os remédios da Daisy. –Balança a sacolinha no ar.

Seguro a sacola me virando para ele.

-Porque você comprou os remédios? –Pergunto brava.

-Porque eu quis. –Diz indiferente.

-Layonel você não precisa fazer isso, você não tem obrigação.

-E você acha que eu não sei? Fiz porque eu quis Hana, não tem nada a ver com obrigações ou com qualquer outra coisa que sua mente orgulhosa crie. –Ele diz irritado.

-Eu não sou orgulhosa. –Rio irônica. –Apenas não quero que pense coisas erradas sobre mim. –Falo constrangida.

Ele fecha a porta do banheiro a trancando, pois nossas vozes estavam mais altas do que deveriam.

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