As duas faces do meu chefe romance Capítulo 25

-Achei que viria sozinho. –Lívia me observa e sorrio fingindo que não ouvi o que ela disse.

-Hana, participa de todas as minhas reuniões. –Ele corta o assunto rispidamente e ai vemos o modo agressivo/irritado do meu amado chefe complicado.

Ele estava irritado, não sei dizer se por ter brigado com ele a pouco minutos ou por estar na presença de Lívia e na verdade pouco me importa.

-Bom, faz tempo que não nos vemos e gostaria de saber como você está?

-Estou bem Lívia. –Ele a corta.

-Está bem mesmo Layonel e quanto a Valéria já superou tudo? –Pergunta curiosa.

Franzo as sobrancelhas me atentando a conversa que até em então não estava me importando de prestar atenção.

-Viemos aqui para falar da minha vida pessoal ou dos lotes de vinho para o seu aniversário? –Seus olhos verdes por trás dos óculos estão irritados e raivoso.

Sinto um calafrio percorrer minha espinha e rapidamente desvio o olhar do seu vendo Lívia se ajeitar desconfortavelmente sobre a cadeira. As mãos de Layonel estão tremulas e aquilo me deixa intrigada.

Achava que Lívia o deixava irritado, mas Valéria tem um efeito triplicado sobre Layonel. Seu corpo assumi uma postura rígida enquanto ele fuzila Lívia com um olhar cheio de ódio e desdém.

Ele é sempre calmo e trata todos a sua volta com respeito mesmo quando se sente desconfortável com a situação, vê-lo tão incomodado com um assunto me deixa surpresa. Sem ao menos pedirmos o garçom serve um vinho tinto em nossas taças, provavelmente foi escolha de Lívia.

Inconscientemente toco sua perna que está próxima a minha mão por baixo da mesa e seu olhar pesado cai sobre mim. Ergo as sobrancelhas tentando indicar que ele estava sendo grosso e sua feição se ameniza.

-Me desculpe não queria chateá-lo com esse assunto, somente gostaria de saber se está tudo bem a muito tempo não conversamos. –Lívia diz desconfortável e visivelmente chateada.

-Não lhe devo satisfações da minha vida pessoal Lívia, não toque mais nesses assuntos desnecessários, sabe que não gosto de falar sobre Valéria e se quer saber não a vejo a muito tempo e espero que permaneça assim. –Diz secamente mexendo na gravata que estava perfeitamente alinhada.

O ato de mexer na gravata me indica que ele está mais irritado do que aparenta e se não cortarmos esse assunto agora as coisas ficariam ainda piores. Movida pela compaixão tento quebrar o clima pesado que se instalou.

-Que tal fazermos os pedidos? –Começo a folhear o cardápio escolhendo a primeira coisa que vejo. –Uma macarronada ao molho branco com costelas de cordeiro assada. –Peço impensadamente para o garçom e depois franzo as sobrancelhas vendo que não gostaria de comer um cordeiro assado muito menos suas costelas.

-O mesmo para mim. –Layonel sorri percebendo o meu desconforto com a comida.

Penso seriamente em mudar o pedido, mas me sinto envergonhada então me mantenho em silêncio, pois estava irritada com ele.

-Quero apenas um filé ao molho madeira. –Lívia pede.

O garçom sai com os pedidos nos deixo ali, o clima se amenizou e agradeço a Deus por isso, pois não saberia o que fazer se Layonel explodisse e se irritasse de verdade. Não quero presenciar esse momento em minha vida, nunca.

-Serão quantos convidados para sua festa Lívia. –Volto ao assunto principal.

-Entorno de quinhentos não vai ser nada muito grande. –Diz passando a mão na nuca um pouco desconfortável.

Claro, nada muito grande concluo os pensamentos em silêncio.

-Você prefere vinhos tintos ou brancos? –Pergunto a analisando e Layonel apenas me observa.

-Estava pensando em vinho seco, mas estou com dúvida devido a cardápio escolhido. –Diz incerta.

-Então sirva vinho tinto suave e vinho branco. –Dou a ideia e ela fica pensativa. –Não há como erra com vinho suave. –Afirmo.

-É uma boa escolha. –Agora ela aparenta estar um pouco mais animada.

-Dependendo do tipo de uva escolhida você pode optar por um cardápio mais leve ou mais pesado. –Exponho novamente minha ideia e a vejo ponderar a situação.

Layonel me observa satisfeito e eu acabo percebendo que estou tomando a frente da conversa. Envergonhada faço uma careta para Layonel decidindo permanecer em silêncio, mas como em nenhum momento ele me cortou ou disse que eu estava errada acredito que acertei em minhas escolhas.

-A merlot é uma ótima escolha tenho certeza que os convidados vão gostar e você pode servir com um cardápio mais diversificado como carne de ovelha, filé ao molho de frutas, guisado com cogumelos e até mesmo queijo brie empanado. –Layonel assume a conversa.

Lívia parece realmente interessada em ouvir os conselhos de Layonel e assim eles embalam em uma conversa sobre o que acrescentar e retirar do cardápio. Poucas vezes dou minhas opiniões e deixo que os dois se entendam. O garçom serve a comida e como imaginei não gostei do cordeiro.

Layonel me observa atentamente vendo que deixo a carne de lado, ele acha graça as caretas que faço ao experimentar aquela carne forte com um gosto estranho, a vontade de soca-lo se intensifica e tenho certeza que quando formos embora realizarei o meu desejo.

Por fim fechamos o contrato com Lívia, um contrato pequeno em comparação aos que Layonel está acostumado a fechar com empresas de supermercados e restaurantes mundo a fora, mas que não deixa de ser importante para ganharmos mais clientes.

Depois de conversar um pouco com Lívia percebo que ela não é tão ruim quanto eu pensava, claro que não deixa de ser mesquinha, orgulhosa e exibida, mas no fundo reserva um bom coração.

Até mesmo acabamos criando um pequeno vinculo, bem pequeno, mas que me mostrou que as pessoas podem ser diferentes quando querem, continuo não gostando dos seus olhares lascivos e desejos para Layonel, mas ela em momento algum faltou com respeito ao seu marido que não estava presente no almoço.

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