As duas faces do meu chefe romance Capítulo 26

Coloco o vestido preto com decote comportado, mas que acentua delicadamente minhas curvas, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo alto e passo um gloss rosado nos lábios os deixando mais volumosos. O vestido levemente rodado solto até a altura do joelho realça a cor da minha pele, uso um sapato baixo já que Daisy iria comigo.

Ellen e Daisy me esperam na sala.

Daisy já está arrumada com um vestido branco florido e rodado, sua bolsinha pequena da Elsa e sua sapatilha cor de rosa claro. Seus cabelos estão amarrados com uma fita de cetim rosa que somente Ellen consegue fazer parar em seus cabelos lisos.

Daisy irradia felicidade e não consegue parar quieta por um segundo, pois iria ver seu amado titio Leão. Além disso está ansiosa, pois irá convida-lo para a apresentação do dia dos pais na escola. Isso de certa forma me preocupa, gostaria que ela não o convidasse, mas não posso priva-la quando seus olhos brilham como duas fogueiras em chamas.

Tenho medo de acabar lhe machucando com essa aproximação. Ele realmente gosta de Daisy -isso é visível-, mas ele está começando a assumir um papel complicado para minha filha.

Como vou explicar a uma criança de seis anos que Layonel não é seu pai, ela está se apegando a ele por falta de uma figura paterna e não posso culpa-la. Apesar de Ivan não ser muito apegado a filha ela ainda sente falta do pai, ainda mais nessa fase onde a figura paterna é essencial. Vê-la feliz dessa forma me deixa igualmente feliz, mas preocupada.

-Mãe eu vou ver o tio leão. –Ela pula no meio da sala animada e feliz.

-Se você continuar pulando dessa forma vai ficar suada e o tio leão não vai gostar. –A abraço cheirando seu pescoço que tinha cheirinho de morango. –Hum... Eca que cheirinho de suor. –Esfrego o nariz em seu pescoço e ela começa a rir.

-Para mãe. –Empurra meu rosto com as mãozinhas.

Ellen ri da cena me entregando o casaco de Daisy para precauções.

-Obrigada Ellen. –Sorrio.

-Estou confiante de que encontrou um homem maravilhoso. –Seu sorriso está de orelha a orelha.

-Ellen você sabe que isso não tem nada haver. –Falo envergonha.

-Claro que não, beijos e abraços as escondidas é bem normal hoje em dia. –Ela pisca para mim se fazendo de desentendia.

Sinto minhas bochechas esquentarem.

-Eu jamais deveria ter contado para você. –Falo constrangida revirando os olhos.

-Só estou dizendo a verdade pare de fugir Hana. Você fica colocando empecilhos onde não há nada.

-Ele é meu chefe não há possibilidades de algo assim acontecer. –Afirmo.

-Então comece a procurar outra pessoa e se afaste dele. Daisy não precisa ter dois pais ausentes. –Ellen cruza os braços me observando.

-Eu já entendi Ellen. –Suspiro pensativa.

-Cadê o papai? -Daisy pergunta abraçando meu pescoço.

Suspiro olhando para Ellen que dá de ombro e sai deixando a responsabilidade de mais uma vez explicar para ela o que aconteceu, mordo minha língua para não falar o quão cretino e vagabunda Ivan é.

-O papai precisou ir embora princesa. Ele foi viajar para bem longe e a mamãe não sabe se ele vai voltar. –Acaricio seus cabelos.

-E porque ele foi embora? Ele não gosta da gente? –Seus olhos tristes cortam meu coração.

-É claro que ele gosta. –Beijo sua bochecha, pois não sabia mais o que responder.

-Eu vou ter um papai?

-Vai sim minha princesa você vai ter um papai. –Falo sentindo o nó em minha garganta me sufocar.

-Tio leão pode ser meu papai? –Sua voz chorosa e manhosa me deixa aflita.

-A mamãe não sabe te responder essa pergunta Daisy. –Beijo sua testa.

-Eu quero que ele seja meu papai. –Ela olha para baixo triste. -Na escolinha Jéssica fala do papai policial dela e isso me deixa triste.

A abraço encostando sua cabeça em meu peito enquanto beijo seus cabelos.

-Me perdoe querida. –Ela envolve os abraços em meu pescoço me abraçando de volta enquanto fica com a cabeça apoiada em meu ombro.

Sinto meu coração em pedaços, minha vontade é de me trancar em meu quarto e chorar por horas até sentir esse nó e aperto no peito desaparecer, mas não posso fazer isso.

Preciso ser forte pela minha filha, pois ela só tem a mim.

-Eu quero ver o tio leão. –Diz manhosa.

-Se você continuar triste ele não vai vir tem que sorrir e esperar ele feliz. –A coloco no chão.

-Eu “tô” feliz mãe.

-Isso mesmo tem que ficar feliz. –Arrumo seu vestido e logo a campainha toca.

A triste em seus olhos castanhos é convertida em felicidade em questão de segundos, agora seus pequenos olhinhos brilham de alegria.

-Tio leão chegou. –Ela corre para porta tentando abrir a maçaneta, mas não consegue de primeira pois a porta estaca trancada.

-Tio leão. –Daisy grita.

-Minha Elsa? –Escuto a voz de Layonel do lado de fora e acabo rindo.

Destranco a porta e ela sai igual um furacão em direção ao portão quase tropeçando no meio do caminho, mas Layonel a pega no colo mordendo sua barriga.

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