As duas faces do meu chefe romance Capítulo 32

Hana

Me sinto cansada, desgastada e fadigada. É realmente assim que tenho me sentindo ultimamente. Depois do que aconteceu na escola de Daisy me sinto acabada e incapaz ao perceber como Ivan afeta negativamente a vida da minha filha e isso acontecerá eternamente.

Layonel tentou aproximação um dia depois do ocorrido, mas estou mantendo distância. Na empresa ele tenta puxar assuntos não relacionados a trabalho, mas não deixo que isso aconteça.

Ele está abatido e entristecido por não poder ver Daisy esses dias, porém não posso fazer nada.

Sim, estou afastando lentamente os dois, mas parte do meu coração está despedaçado ao ver como Daisy pede magoada por uma visita de Layonel e como ele se mostra abatido por não poder vê-la. Me sinto péssima ao ver o sofrimento da minha filha e ao mesmo tempo o dele, mas é melhor que as coisas sejam assim no início.

Me apaixonei por ele isso é verdade, mas não sou egoísta o suficiente de colocar minha felicidade acima das minhas razões e talvez isso seja uma completa idiotice. Se estou fazendo a coisa certa sinceramente não sei, mas como eu disse não posso viver em um relacionamento instável.

Daisy ama Layonel como um verdadeiro pai e já está sendo difícil tirar essa visão de sua mente. Eu posso me quebrar quantas vezes for preciso, mas não preciso ver minha filha despedaça pelos meus erros.

Layonel quer conversar comigo, mas ultimamente a empresa está um caos de serviço acumulado pela nossa irresponsabilidade de deixar tudo atrasado. Isso faz com que ele não tenha tempo de vir até mim.

Hoje tenho o jantar com Juan, estou esperando seriamente que ele tenha boas notícias para me dar, mas não estou nem um pouco afim de ir a esse jantar, mesmo assim estou me obrigando a ir afinal é importante.

Layonel me chamou para uma reunião realmente queria ir, mas como estou tentando manter distância prefiro aceitar a oferta de Juan e tentar resolver a questão da dívida.

Juan é um homem bonito de cabelos negros e lisos, olhos castanhos escuros e pele levemente morena, um verdadeiro e maravilhoso homem dos sonhos, solteiro, de trinta e poucos anos e quem sabe não se tornaria um ótimo pai para Daisy.

-Hana.

Tenho sobressalto na cadeira ao ouvir a voz potente de Layonel romper minha sala, meus pensamentos sobre Juan se afundam e são soterrados por uma enxurrada de sentimentos confusos assim que coloco os olhos naquele homem complicado a minha frente.

-Na minha sala agora. -Diz com um tom autoritário que faz os pelos do meu corpo se eriçarem.

Levanto-me rapidamente o seguindo sem discussões e ele está tão irritado que mal sai da minha sala e já está na sua. Apresso meus passos passando pelas portas um tanto receosa.

Paro na entrada o olhando encostado em sua mesa. Automaticamente faço uma careta ao perceber que ele havia cansado de esperar pela nossa possível conversa.

-Entre, feche a porta e sente-se. –Mexe na gravata nervoso e posso ver suas abotoaduras sobre a mesa.

Suspira o encarando.

-Não temos tempo para isso. -Cruzo os braços o encarando.

-Tranque a porta e sente-se. -Me observa fixamente.

Podíamos discutir por vários minutos sobre ter aquela conversa, ou simplesmente poderia ouvi-lo e encurtar minha dor de cabeça e transtorno. Opto pela segunda opção entrando em sua sala após fechar a porta com a chave e me manter de pé o observando de longe.

-Sim? -Cruzo os braços no peito o observando.

-Por que está se afastando dessa forma? -Vejo a confusão e dor explícita em seus olhos.

Ele é charmoso e seus cabelos castanhos com um brilho avermelhado me chama a atenção, mas desvio meus pensamentos da sua beleza focando no que realmente era importante.

-Não quero falar sobre isso.

-Mas eu quero. -Se aproxima decidido, mas ergo a mão o impedindo de me tocar.

-Quer o que Layonel? O que verdadeiramente você quer? –Pergunto irritada perdendo a compostura.

-Quero que pare de me afastar dessa maneira, você disse que me deixaria te ajudar. –Diz igualmente irritado.

-Isso está indo longe demais. Para me ajudar você não precisa me beijar ou me tocar? –Pergunto irônica.

-Eu gosto de te tocar, te beijar e te sentir Hana, quero tê-la para mim novamente, sentir seu corpo e seu cheiro. -Sinto minha bochecha se esquentar pela sua sinceridade.

Não esperava que ele fosse falar tão abertamente sobre isso, mas não consigo guardar todos esses sentimentos para mim, não mais.

-Eu também quero Layonel, quero toca-la, senti-lo, agarrar seus cabelos e puxa-los enquanto escuto você gemer. -Abaixo a cabeça fixando meu olhar no chão escuro envergonhada.

Ele se aproxima lentamente deslizando seus dedos pela minha cintura, seus lábios macios e quentes roçam a extensão do meu pescoço me enviando arrepios da cabeça aos pés. Seu hálito quente brinca próximo a minha orelha eriçando os pelos da minha nuca.

Ele é intenso, quente e sedutor, é difícil resistir aos sentimentos que crescem dentro de mim e eu quero agarra-lo nesse exato instante, mas resisto.

-Então pare de fugir. –Ele sussurra.

Seus dedos se envolvem em meus cabelos, mas apoio minhas mãos em seu peito mantendo distância.

-Eu não quero somente momentos Layonel, eu quero construir uma vida e ter uma família. -Vejo que aquelas palavras o deixa assustado.

Ele trava, fica estático enquanto observa meus olhos em completo desespero, aquilo me magoa pois eu esperava mais dele.

-Você deveria começar me contando o que aconteceu com você, mas eu não acredito que isso possa acontecer. Você não quer se libertar dessa dor que lhe consome constantemente Layonel e eu não posso aceitar um relacionamento onde somente eu me dou por inteiro expondo meus medos e pesadelos.

Ele dá um passo para trás fechando as mãos em punhos enquanto seus olhos se perdem em pensamentos.

-Eu realmente me apaixonei por você. –Falo com sinceridade e ele arregala os olhos diante daquelas palavras.

Ele está assustado, perdido e visivelmente desesperado, abre e fecha a boca várias vezes sem fala, me observa com pensamentos distantes, um olha solitário, frio e triste que faz meu coração sangrar e se apertar dentro do peito.

-Daisy precisa de um pai e eu não posso manter relacionamentos instáveis como esse, pois só fará ela sofrer. –Falo com sinceridade.

-Você não entende Hana. -Ele sussurra. -Você com toda certeza não entenderia, ninguém entende.

-Porque você não confia em mim?! -Sorrio com os olhos cheios de lágrimas. -Eu confiei em você.

-Isso está errado. -Diz atordoada.

-Realmente está, sempre esteve, desde o dia em que nós conhecemos. Eu não aguento mais, tudo isso é muito para mim. -Suspiro cansada.

-Não diga isso Hana, a melhor coisa que me aconteceu foi te conhecer.

-Então Layonel eu estou aqui, sempre estive aqui, para te ouvir e te ajudar, para te amparar, mas você não permite que isso aconteça. Você tem medo do que podemos ser juntos, você quer e não quer e eu não posso te aceitar pela metade. -Apoio minha mão em seu peito e sinto seu coração bater descompassado. -Você pediu que eu me permitisse e eu me entreguei a você, contei sobre Ivan e sobre a dívida, mas você não faz isso. Porque você não me conta o que te assusta tanto? O que te prende? O que você esconde?

Ele franze as sobrancelhas em uma expressão de dor e sofrimento e ao fixar seus olhos nos meus, todas as minhas esperanças se esvaem ao ver o abismo profundo e a solidão em seus belíssimos olhos verdes esmeralda.

-Eu jamais te julgaria pelos seus erros. -Não consigo conter as lágrimas que escorrem pelo meu rosto.

Cruzo os braços magoada o suficiente para querer sair dali e não voltar mais, porém me controlo.

-Até quando se esconderá nas diversas faces que criou para fugir Layonel Lincoln Drevitch?

Seu corpo estremece quando pronuncio seu nome completo.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: As duas faces do meu chefe