-Porque tanta escuridão dentro desse coração? -Sua voz baixa faz com que eu feche os olhos por um momento.
-Certos corações se adaptam melhor a escuridão. –Sorrio e volto meu olhar para a janela a minha frente novamente.
-Todos merecem conhecer a luz. –Ela aperta ainda mais os braços envolta do meu corpo.
Fecho os olhos soltando um pesado suspiro. Jogo minha cabeça para trás encostando na dela que ainda se apoia em minhas costas. Acabo sorrindo com suas palavras.
-Você é pura demais. –Sussurro.
-Isso bom, certo? –Pergunta receosa.
-Demais. –Aperto suas mãos entre meus dedos.
-Me fale sobre você Layonel. –Pede gentilmente e automaticamente meu corpo fica tenso e rígido.
Ela se afasta para me observar e eu aproveito esse momento para me virar de frente para ela.
-Você disse sem beijos e sem abraços. –Ergo uma sobrancelha a encarando.
-Tem certos momentos que merecem regalias. –Pisca para mim.
-Gostei disso. –Acabo rindo.
Ela fica em silêncio por um momento apenas me analisando e logo em seguida pede mais uma vez com calma e suavidade.
-Me fale sobre você, por favor. –Ela insiste.
-Porque foi jantar com Juan e não aceitou meu convite? –Tento mudar de assunto.
-Você está descaradamente mudando de assunto.
-Vamos começar com você primeiro depois falamos sobre mim. –Cruzo os braços a observando.
-Você está com aquele olhar irritado novamente e eu claramente não gosto disso. –Suspira se afastando.
-A culpa é sua por ter saído com Juan. –Falo irritado tentando me controlar.
É inevitável não consigo controlar meu humor quando se trata desse homem com Hana.
-Nós não temos um relacionamento para você cobrar tanto de mim. –Ela olha para baixo chateada.
Abro a boca para questionar e sou obrigado a engolir minhas palavras, pois ela tinha total e completa razão.
-Você não permite que eu me aproxime não percebe? Eu me abri e confiei em você Layonel, mas você não faz o mesmo e a culpa não é minha. Eu tenho uma filha para criar, não posso ficar nessa vida de incertezas, você é um homem maravilhoso e eu me apaixonei por você, mas... –A impeço de continuar erguendo a mão.
-Seja minha?! Namore comigo?! Fique comigo?! More nessa casa Hana. –Faço um movimento com a mão indicando a casa.
Ela fica estática e paralisada seus olhos brilham e um pequeno sorriso surge em sua face, mas logo a expressão de incredulidade domina seu semblante.
-Você só pode estar brincado Layonel está escutando o que estou falando? –Ela se altera.
-Eu sou um verdadeiro filho da puta quebrado Hana, não merecia ter te conhecido, não merecia ter conhecido Daisy. Caramba Daisy é minha princesa, eu amo aquela garota mais do que você pode imaginar, mas eu também amo você. Te quero por perto todos os instantes, estar com você é diferente e eu gosto disso. Todos esses sentimentos inexplicáveis em meu peito só pode ser amor, certo? Esse ciúme a cada dia cresce mais por saber que você pode estar com outra pessoa além de mim, mas eu tenho pecados e alguns são imperdoáveis, para mim são imperdoáveis e eu me culpo diariamente por eles. –Suspiro sendo sincero.
-É maravilhoso saber que me ama e igualmente ama minha filha, mas isso não basta Layonel. Você precisa me deixar entrar aqui. –Ela toca meu peito indicando meu coração.
-Você já tem meu coração Hana. –Seguro sua mão a levado nos lábios.
-Mais eu quero te conhecer por completo mesmo você sendo um filho da puta quebrado. –Ela sorri com compreensão. –Ninguém é perfeito e eu entendo que até mesmo você tem seus defeitos. Nós somos humanos Layonel, nós erramos e isso é normal eu não vou lhe julgar.
-Eu odeio ternos, gravatas, abotoaduras e a administração Hana. –Falo pôr fim.
Ela arregala os olhos surpresa e de certa forma inconformada.
-Os ternos e gravatas é visível, mas a administração eu nunca imaginei.
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