As duas faces do meu chefe romance Capítulo 37

Hana Ravallo

Surpresa acaricio seu peito observando as diversas tatuagens que recobriam sua pele levemente bronzeada. Layonel apesar de usar seus diversos ternos tem um tom de pele moreno natural, nada forçado, mas a cor da tinta escura em contraste com sua pele macia o deixa incrivelmente sensual. Passo suavemente meus dedos pelos riscos em sua pele caminhando ao seu redor para analisar de perto cada tatuagem que recobre seu corpo musculoso.

Layonel tem um corpo escultura, seus músculos são torneados, mas nada exagerado, algo leve que o deixa incrivelmente charmoso e belo.

Todas as suas tatuagens são lindas e não consigo entender o motivo que os faz esconde-las com tamanho vigor.

Mordo os lábios acariciando suas costas e seus ombros. A maioria de suas tatuagens são lindas e seguem por toda a extensão de seu tronco até seus punhos. O engraçado é ver como as tatuagens casam entre si fazendo desenhos únicos e uniformes.

Para ser sincera agora compreendo as camisas de gola alta e abotoaduras apertadas, de alguma forma ele tenta esconder quem realmente é e não compreendo porque faz isso.

-São tatuagens lindas. -Digo ao ficar de frente para ele observando seus olhos surpresos.

-Achei que me repudiaria. -Seu sorriso sincero me faz estremecer por imaginar o que ele já passou.

-Eu jamais o repudiaria por algo assim meu amor, muito pelo contrário, amo seu jeito Layonel. -Acaricio seu rosto com o polegar e ele fecha os olhos inclinando a cabeça para receber meus toques.

-Gostei de ser chamado de meu amor. -Um lindo sorriso se estende em seu rosto, mas seus olhos aflitos me tiram a paz.

-Você é lindo com ou sem tatuagens, gosto da sua barba grande por fazer, de seus cabelos castanhos avermelhados e bagunçados de um jeito sensual, gosto dos seus óculos de armação pesada, mas prefiro me fixar nos mares verdes expressivos que são seus olhos. Observar a cor intensa deles me fascina e confesso que sua súbita mudança de humor te torna ainda mais único. -Desço minhas mãos por seus ombros acariciando seus braços com delicadeza. -Tudo isso é engraçado e até mesmo inexplicável.

-Eu não mereço ser venerado por você. -Seu sorriso sincero morre gradativamente.

-Estou apenas sendo sincera com meus próprios sentimentos.

Volto a analisar seu corpo correndo os dedos por sua pele e somente agora analiso um pequeno nome escondido entre a tinta sobre seu peito.

-Agatha? –Acabo franzindo as sobrancelhas passando meu dedo sobre a tatuagem.

Vejo todo o seu corpo tencionar e a dor explicita em seu semblante parte meu coração. Quero lhe perguntar quem é Agatha, mas vê-lo tão vulnerável me aflige.

-Pode perguntar Hana contarei tudo o que quiser, mas prometa que não se afastará de mim. -Seus olhos suplicantes fazem meu peito se apertar.

-Eu não consigo imaginar o que lhe traz tanta dor, mas queria saber porque se esconde atrás dos ternos. -Me afasto para observa-lo.

-Eu não sou mais a mesma pessoa do passado. A liberdade não pertence a mim Hana. -Ele faz uma careta.

-Não isso é que você quer perguntar. –Ele segura minha mão observando a própria tatuagem.

-Eu quero perguntar quem é Agatha, mas tenho certeza que chegaremos a esse ponto, então se sinta livre para falar quando estiver realmente preparado.

-Então vamos começar pelos ternos. –Um pequeno e desgostoso sorriso surge em seus lábios. -Eu nunca me importei com status e o nome que levo, mas para os meus pais isso é extremamente importante. -Nega com a cabeça em um suspirar.

-Vejo que isso não lhe agrada. -Ergo uma sobrancelha o encarando.

-Nem um pouco. Você não faz ideia de como odeio esses ternos e gravatas sufocantes. -Faz uma careta. -É bom poder me mostrar para você, poder mostrar quem eu realmente sou, mas confesso que tive medo e achei que você me repudiaria como os meus familiares fizeram. -O tom de sua voz não esconde a decepção que carrega em seu peito. –Eu fui apedrejado Hana, apontado e humilhado apenas por me tatuar e querer viver minha vida da minha maneira.

-Porque seus familiares fariam isso? - Pergunto confusa. - Não compreendo e não entendo o mal que veem nessas tatuagens.

-É complicado. -Ele abaixa o olhar suspirando. -Além de ser uma das principais imagens da empresa e ter que manter e erguer o nome que carrego, essas tatuagens foi um ato de rebeldia da minha parte, mas não me arrependo de carrega-las, amo tudo isso aqui mais do que pode imaginar.

-Entendo perfeitamente o que diz, manter sua imagem dentro da empresa é importante, mas você não precisa se forçar a usar ternos fora dela. -Falo com sinceridade. -É como se você se punisse, se arrependesse de carrega-las. -Apoio a mão em seu rosto e posso sentir os músculos do seu corpo se contraírem com meu contato.

Seus lindos olhos se fixam nos meus perdidos e feridos. Por incontáveis segundos o silêncio toma conta do local e Layonel se perde em pensamentos.

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