Hana
Acordamos com tempestade cheirando nossos cabelos as cinco da manhã.
Me senti muito ousada ao ser pega em flagrante agarrada nua nos braços de Layonel mesmo que por um animal.
Layonel riu muito do meu desespero em me vestir e voltar para nossos quartos, afinal o flagrante foi presenciado por tempestade, mas poderia ser Douglas ou qualquer um dos seus funcionários.
Quando cheguei no quarto Daisy ainda dormi como uma pedra aproveitei para tomar um banho quente e voltei para cama me aninhando junto de Daisy. Estava tão bom e aconchegante que acabei acordando somente horas depois com a mesma saltitante e cheia de energia pronta para mais um dia cheio de novidades.
Neste momento me sinto um pouco estranha, ter que ver os pais de Layonel novamente no almoço não me agrada muito, mas espero que desta vez o clima pesado esteja um pouco melhor.
Daisy insiste em colocar a fantasia de Elsa, mas não deixo, afinal a roupa estava toda suja do nosso passeio de ontem e a birra rendeu umas palmadas em sua bunda e um Layonel carrancudo.
-Deixa a menina usar a roupa que quer. -Layonel insiste.
- Ela tem que aprender que quem manda sou eu e ela não vai usar a fantasia hoje porque está suja. -Falo estressada pela birra de Daisy que me causa dor de cabeça.
-Tudo bem não vou discutir sobre isso você está certa desta vez. - Ele cede, mas é visível que odeia quando não atendo os gostos dela.
Daisy insiste em chorar por mais alguns minutos e para quando Layonel usa um tom firme de repreensão.
-Já chega de chorar. - Ele limpa as lágrimas do rosto de Daisy. -Se continuar assim não vamos sair hoje.
Daisy logo trata de se acalmar e vendo que não ganharia aquela batalha deixa eu terminar de arruma-la. Sua respiração um pouco pesada me deixa em alerta sobre sua asma e antes de sairmos do quarto já lhe dou uma tampinha do xarope que Victor havia receitado.
- Eu não sei como meus pais reagiram hoje, mas dependendo de como for vamos embora depois do almoço. Já pedi para Alberto deixar o helicóptero preparado. -Layonel diz antes de chegarmos a sala de jantar e eu concordo.
Ângela e Zoy já estão postos em seus lugares na mesa. Ângela parecia abatida e seus olhos inchados me indicam que ela chorou a noite toda. Já Zoy permanece com sua postura ereta, olhar frio e julgador.
Zoy não disfarça o desgosto ao ver Daisy ao nosso lado e aquilo mexe comigo de tal maneira que nem mesmo tenho vontade de me sentar e partilhar o mesmo espaço com eles.
Forço-me a sentar ao lado de Layonel e coloco Daisy sentada ao meu lado tentando tirar aquelas paranoias da minha cabeça.
- Olha mãe. -Daisy aponta para um pão que parecia ter formato do Mickey da Disney. - Eu quero aquele.
Ângela suaviza sua expressão e sorri com a empolgação de Daisy.
-Se você comer pão agora vai estragar o seu almoço. –Recuso.
-Mas ele parece o Mickey. - Ela insiste sorridente.
-Realmente parece. -Ângela ri me surpreendendo.
Layonel e Zoy premassem em silêncio e Clarisse não demora a servir o almoço. Uma deliciosa macarrona acompanhada com um cordeiro recheado.
Daisy ama tanto macarrão que até esquece do pão e se delícia com os fios compridos da massa coberta por um molho maravilhoso de tomate.
Enquanto comemos Ângela resolve se manifestar sobre a noite passada.
- Acho que devo desculpas a vocês dois por ontem. - Ela comenta e Zoy parece não gostar de sua atitude. -Lincoln meu filho, eu quero de alguma forma me desculpar e tentar recuperar o tempo que perdemos. Eu sei que tudo o que você passou foi difícil e me culpo dia após dia por não ter dado a força que precisou, mas espero não ser tarde para poder me redimir com você. -Sua voz trêmula e embarga chega a me emocionar.
Eu sei que os dois tem muito o que conversar, mas esse já é um grande passo para as coisas começarem a se encaixar.
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