As duas faces do meu chefe romance Capítulo 6

Resumo de Capitulo 4: As duas faces do meu chefe

Resumo de Capitulo 4 – Uma virada em As duas faces do meu chefe de Mainy Cesar

Capitulo 4 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de As duas faces do meu chefe, escrito por Mainy Cesar. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Chego no serviço cansada, as olheiras de baixo dos meus olhos são evidentes mesmo passando corretivo, base e pó as marcas arroxeadas embaixo deles são notáveis.

Uma noite sem dormir para mim é o mesmo que levar um soco nos olhos, suspiro atordoada olhando para o mar de papéis que eu teria que arrumar enquanto Drevitch terminava uma teleconferência com alguns franceses.

Pelo menos era o que estava escrito na agenda sobre a mesa que eu resolvi analisar por curiosidade. Tirando aqueles pensamentos da cabeça foco minha atenção no que eu tinha para fazer e com um sorriso no rosto continuo minhas obrigações ou o pouco que fui instruída sobre elas, afinal ninguém tinha culpa do caos que minha vida se encontrava a não ser Ivan.

Drevitch confiou esse cargo a mim e não me darei o luxo de perde-lo, tenho que mostrar o quão eficiente consigo ser quando quero, mas é difícil quando sua vida pessoal está um completo desastre.

Achei que hoje seria um dia para revisarmos sua agenda, mas pelo que percebi sua vida como chefe não é tão simples quanto pensei. A agenda toda rabiscada em uma letra desordenada e feia sobre a mesa me indica que seu dia seria cheio e ele mal terá tempo para conversar, sendo assim, foco minha atenção no armário abarrotado de papéis e me pergunto o que a outra secretaria fazia em vezes de organizar tudo isso.

Após organizar o máximo de pastas e papeis por ordem alfabética que eu consegui em uma tarde, sinto minha cabeça pesada e dolorida por forçar tanto a vista.

Com um suspiro pesado continuo os meus afazeres até vê-lo passar por minha sala e seguir apressadamente pelos corredores com uma expressão irritada. Sabendo que provavelmente ele não queria ser incomodado espero o máximo que posso para ir até sua sala.

Depois de horas organizando tudo, finalmente consigo deixar a sala apresentável para outras pessoas, sem papeis caindo das portas do armário ou sacos plásticos de salgadinhos caindo das gavetas.

Levanto-me batendo a mão na minha blusa que estava amarrotada devido a faxina geral e caminho pela sala em cima dos meus saltos altos que de certa forma me deixa elegante.

Não sou magra, mas também não sou gorda, digamos que estou no meio termo, talvez um pouco acima do peso, portanto gosto do meu corpo como é. Tenho lindas curvas e um belíssimo quadril avantajado mais que era proporcional ao resto do meu corpo. Sei muito bem reconhecer minha beleza, apesar do meu ego estar destruído.

Amanda deixou alguns contratos sobre a mesa e avisou que eu deveria leva-los ao senhor Drevitch assim que tivesse a oportunidade, então me encaminho em direção a sua sala e dou três toquinhos na porta entrando logo em seguida.

Sinto minhas bochechas esquentarem ao chegar no exato momento em que ele estava terminando de vestir seu terno preto, elegante e provavelmente caríssimo. Por um momento acredito ter visto tatuagens em seus braços por baixo da camisa branca de botões, mas procuro deixar esse pensamento de lado.

Alguém como ele parecia gostar mais de manter sua aparência do que ir contra as regras. Na minha visão ele é muito certinho para algo tão radical, não que isso seja errado, mas não faz o tipo visual dele.

Ignoro minha mente que tenta criar milhões de explicações descansarias e foco minha atenção no que era realmente importante me aproximando dele com as pastas em mãos.

-Srta. Ravallo tenho um compromisso agora e volto somente depois do almoço assuma as responsabilidades por aqui e remarque a próxima reunião para amanhã. –Abotoa o terno pegando as chaves do carro que estava sobre a mesa.

-Sim senhor. –O observo confusa sem entender aquela repentina agitação.

Ele é o tipo de homem que não demonstra seus sentimentos, então provavelmente algo está acontecendo, mas não serei eu que perguntarei algo, apenas vou concordar com suas ordens e sorrir.

-Eu sei que deve estar um pouco perdida, nem mesmo tivemos tempo de revisar a agenda, mas as coisas aqui são assim. –Um pequeno sorriso surge em seus lábios enquanto aqueles olhos verdes penetrantes me observam curiosos.

-Tudo bem Senhor Drevitch, tentarei me organizar com o pouco que sei e pedirei ajuda a Amanda quando for necessário. –Sorrio tentando não demonstrar meu cansaço físico e mental.

-Ótimo, confio em você. –Diz despreocupado e eu apenas assinto. –Mais uma coisa, reserve o final de semana para mim Srta. Ravallo vamos para o nordeste. –Ele me observa com um grande sorriso no rosto.

Sorriso esse que não demonstrava satisfação e muito menos felicidade. Era um sorriso vazio, forçado e sem um pingo de felicidade ou humor. Um leve calafrio de medo passa pelo meu corpo e sinto meu coração se acelerar.

-Passarei da sua casa na noite de sexta. O avião sairá de madrugada e ficaremos até o domingo, voltaremos a tempo de trabalhar na segunda, mas você terá o dia para descansar. -Pega uma pasta transparente sobre a mesa e eu fico estática processando aquela informação.

Viajar para o nordeste? Como assim? Porque motivos temos que ir para lá? Aquela viagem me pegou completamente desprevenida. Ficar o final de semana fora não era algo que estava em meus planos. Nunca fiquei um único dia longe da minha filha e por mais que soubesse que Ellen cuidaria muito bem de Daisy, aquilo não me agrada.

-Desculpa senhor não poderei ir. –Desvio o olhar daqueles olhos verdes questionadores.

-Eu sei que esqueci de mencionar isso na entrevista, mas as vezes serão necessário fazermos algumas viagens. –Ele suspira me observando.

-Eu entendo, mas é que tão repentinamente? Eu não esperava por isso. –Tento soar o mais natural possível não querendo ser mal educada.

-Bom, eu sei que é repentino, até mesmo para mim, mas você precisa entender um pouco mais sobre vinho, afinal você nem deve saber onde as vinícolas das indústrias Drevitch se localizam. –Ele me pega desprevenida e realmente não fazia ideia.

-Realmente não sei senhor. –Sinto minhas bochechas esquentarem.

-Também não deve saber quais são as melhores uvas para se produzir um vinho? Ou em que época do ano sai a melhor safra? Como cultiva-las adequadamente para que deem um maravilhoso suco? Como se extrai a essência e o sabor delas? –Ergue uma sobrancelha me encarando com certo divertimento, porém a irritação transparente em seus olhos me faz hesitar.

Acabo engolindo em seco optando pelo silêncio por não saber as respostas das inúmeras perguntas que ele me fez. Jamais me importei em fazer pesquisas sobre as empresas. Isso é uma vergonha para alguém que trabalha aqui a meses, mas nunca imaginei precisar.

-Certamente você irá para o nordeste comigo, afinal as Vinícolas Drevitch ficam lá e a adega central fica em Casa Nova fora os hectares espalhados pelas outras regiões. –Agora ele sustentava um sorriso de satisfação.

Sorriso esse que nunca imaginei ver em seu rosto. Apesar de muito gentil e extremamente inteligente ele é visivelmente solitário.

Como falar para ele que não poderei ir? Isso seria impossível.

De todas as formas não tem como questiona-lo, ele acabou comigo com apenas algumas perguntas.

-O mínimo que precisa saber é como tudo... –Ele gesticula o prédio central com a mão. –Funciona.

-Claro senhor, me desculpe pela minha falta de informações. –Aquilo já estava começando a me irritar.

Passando por mim satisfeito reviro os olhos fazendo uma careta ao segui-lo para fora.

- Amanda pediu para lhe entregar essas pastas. –Estendo as pastas para ele.

-Volto em uma hora. –Pega as pastas das minhas mãos seguindo o seu caminho em direção ao elevador.

Assim que ele sai volto para minha sala satisfeita com a organização que encontro. Me concentro nos e-mails que eu ainda não havia aberto e me surpreendo com os inúmeros e-mails a serem respondidos.

Meu celular vibrar sobre a mesa e atendo rapidamente ao ver que era Juan o advogado.

-Boa tarde Hana! –Diz educadamente.

-Boa tarde senhor Juan, diga que me reserva boas notícias. –Suspiro esperançosa.

-Esse caso realmente é delicado Hana. Pedi uma cópia das suas assinaturas para o banco e infelizmente elas são verdadeiras. Eu não tenho muito o que fazer nesse caso. –Ele diz em um tom profissional.

Sinto o meu chão desabar sobre os meus pés e agradeço mentalmente por estar sentada. As lágrimas que escorrem por meu rosto desfocam a belíssima paisagem que as janelas panorâmicas me proporcionam.

-Mesmo estando separada? Não podemos recorrer a essa causa? –Pergunto esperançosa.

-Tentarei o máximo diminuir essa dívida, mas é difícil quando eles têm sua assinatura como prova. Essa dívida foi feita quando vocês ainda estavam casados e está no seu nome infelizmente. –Ele suspira do outro lado da linha. –Eu não queria comentar isso com você, mas é importante que saiba. O fato de você não ter recorrido a essa dívida no começo complica ainda mais a sua situação. –Ele tenta me explicar o que estava acontecendo, porém me sinto ainda mais confusa e desesperada.

Cheguei em casa tarde e encontrei minha filha e Ellen dormindo. Não jantei, pois não tinha fome devido ao mar de pensamentos que me assolavam e assombravam. Na verdade estou sem comer nada o dia todo, mas isso não faz diferença.

Se eu soubesse onde Ivan se enfiou juro por todos os deuses dessa Terra que iria pessoalmente dar uma boa e bela surra nele e faria questão de mandar um processo sobre ele por usar meu nome injustamente.

***

Dormir tem sido algo quase impossível e a semana passou tão rápido que mal percebi. Minha cabeça continua a mil e em poucos dias conheci diversas variações de humor do senhor bonitão que chamo de chefe.

Ele é um homem centrado e inteligente, mas também é complexo e esconde coisas que me fazem querer entende-lo. As vezes ele é um pouco bruto e mal educado, mas a maior parte do tempo é compreensivo. Ele é um mar de sentimentos e a cada dia que se passa me deixa conhecer um de seus lados novos. Talvez ele tenha transtornos bipolares, ou não, não sei, mas é uma possibilidade.

Retiro aqueles pensamentos da minha mente ao perceber que hoje era sexta-feira véspera da viagem que não pude recusar.

Estava concentrada na revisão de um e-mail quando me assusto ao ouvir o telefone tocando com ramal do senhor Drevitch piscando em vermelho.

-Em que posso ajudá-lo? –Atendo.

-Venha até minha sala. –Curto e grosso desliga o telefone sem esperar uma resposta.

-Claro. Educação em primeiro lugar. -Encaro o telefone sem saber o porquê do mal humor repentino, mas faço o que me foi ordenado.

Bato antes de entrar e o encontro concentrado em seu computador, seus dedos habilidosos digitam rapidamente sem nem mesmo olhar para o teclado.

-Está dispensada por hoje Srta. Ravallo. –Continua seus afazeres me ignorando.

-Ainda são quatro da tarde senhor. –Digo sem entendê-lo.

-Arrume suas malas e não esqueça nada para o fim de semana, aconselho roupas leves e um belíssimo vestido de festa. –Desvia os olhos do computador me observando por cima dos óculos de grau.

-Hum... Desculpa senhor, mas não tenho um vestido de festa.

Nunca precisei de um vestido de festa, não um para as festas que ele é acostumado a ir.

Ele analisa meu corpo descendo seus olhos até meus pés e depois retorna a subir olhando em meus olhos novamente. A esse ponto sinto minhas bochechas se esquentarem de vergonha e troco os pés incomodada.

-Me envie suas medidas que por mensagem que dou um jeito nisso. Para você não se atrasar Thiago meu motorista está te esperando para leva-la para casa. –Observando minha reação com um sorriso no rosto.

-Obrigada Senhor. –Falo rapidamente saindo o mais rápido que posso de sua sala.

Não esperava a gentiliza dele e sim o mal humor, mas desta vez confesso que fui surpreendida.

Me recosto na porta envergonhada e coloco as mãos em minha bochecha tentando aliviar a sensação térmica do meu corpo. Agradeço por Amanda não estar ali naquele momento, afinal não saberia disfarçar meu constrangimento. Ela é um amor e eu adoro sua amizade, mas não quero que ela tenha conclusões erradas sobre mim e nosso tão complicado chefe bipolar.

Na verdade tenho muito a agradece-la, não sei o que seria de mim sem suas piadas sem sentido quando estou me sentindo desanimada ou triste por culpa de Ivan. Eu precisava contar para alguém sobre tudo o que se passava em minha vida e Amanda acabou sendo a vítima para ouvir minhas lamentações e no final ela quer matar Ivan assim como eu quero.

Disperso esses pensamentos focando no que realmente deveria fazer minhas malas já estavam prontas, pois Ellen já havia preparado tudo, mas aproveito a oportunidade que me foi dada para ficar umas horas a mais com minha filha.

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