As duas faces do meu chefe romance Capítulo 50

Layonel L. Drevitch

-Hana porque você é tão teimosa. - Passo as mãos no rosto bagunçando os cabelos enquanto observo a mulher semi nua a minha frente.

-Já conversamos sobre isso Layonel. Eu já coloquei a casa a venda e ponto final. Juan está cuidando de tudo e ele informou que há várias pessoas interessadas.

- Eu odeio Juan. Porque não deixa um dos meus advogados resolver isso? -Levanto tentando não perder a paciência com aquele assunto.

-Porque você prometeu que não se envolveria na dívida e está se envolvendo. - Ela cruza os braços no peito.

-Eu só quero resolver as coisas sem você precisar vender a casa. Isso é tão injusto.

-Não, você quer pagar a dívida. - Ela ergue uma sobrancelha.

Me calo por um momento, pois aquilo não era totalmente mentira.

-E você podia simplesmente aceitar. -Suspiro.

- Eu não vou entrar nesta discussão novamente Layonel. Eu aceitei morar com você e não tem necessidade de manter os custos de uma casa quando posso quitar a dívida e encerrar toda essa dor de cabeça envolvendo Ivan e ainda calaria seu pai.

-Eu não acho injusto você pagar a dívida de Ivan.

-E é justo eu deixar você pagar? - Ela pergunta chateada. - Eu fui casada com ele Layonel, esse erro é só meu não se envolva nisso mais do que já está envolvido. -Hana abaixa o olhar visivelmente chateada.

-Desculpa. -Encolho os ombros e caminho em sua direção apenas para deixar um beijo em sua testa.

- Eu não quero dar mais motivos para seu pai desconfiar de mim. -Seus olhos magoados se fixam nos meus.

-Não me diga que é por causa do meu pai... -Hana apoia as mãos em meus lábios me calando.

-Não Layonel, não é por causa do seu pai, na verdade um pouco até é, mas não é justo você pagar e você sabe disso. -Seus lindos olhos cor de mel se fixam nos meus em súplica.

-É difícil discutir com você quando me olha desta maneira. -Faço uma careta.

-É difícil discutir com você praticamente nu. -Suas mãos descem por meu peito e quando chega em meu abdômen suas unhas se arrastam em minha pele me causando arrepios.

-Não me provoque. -Espalmo minhas mãos em sua bunda e ela ri.

-Vamos nos atrasar chefe. -A voz suave de Hana me deixa excitado.

-Não me importo nem um pouquinho de me atrasar por motivos maiores. -Roubo um beijo rindo.

-Mas eu me importo. -Ela pisca.

-Uma rapidinha. -Tento a sorte e recebo um olhar duro.

-Uma rapidinha com o senhor Joaquim na sala de reuniões. - Ela bate em minha bunda e sou obrigado a fazer uma careta.

-Que horror Hana. -Reclamo cheio de indignação. -Você me fez pensar naquele velho careca nu. -Balanço a cabeça tentando tirar aquela imagem da minha mente enquanto Hana ri sem piedade terminando de se arrumar.

- Vamos logo ainda precisamos deixar Daisy na escola. - Ela deixa um suave beijo em meus lábios. -Estou descendo Maria e Ellen já deve ter preparado o café da manhã.

-Sobre isso. -Visto a calça enquanto ela me observa com um sorriso safado nos lábios. - Não me olhe assim. -Nego com indignação.

- Não comece. - Ela ri.

-Tudo bem sem maldade agora. -Me defendo. -Estava pensando em oferecer um cargo na área de vendas para o exterior para Ellen, mas antes queria sua aprovação. -Término de abotoar a camisa.

-Isso seria ótimo. -Hana sorri radiante. -Ellen perde muitas oportunidades de emprego por se enrolar em certos diálogos, mas trabalhando com vendas para o exterior ela com certeza se sairá muito bem.

-Venho querendo aumentar as exportações e acho que Ellen será de grande ajuda neste novo projeto. -Arrumo o terno e Hana se aproxima ajudando a arrumar a gravata.

-Ela nem vai acreditar quando descobrir. Ellen ficará muito grata e eu sei que ela merece está oportunidade, afinal sempre esteve ao meu lado e nunca nos deixou em hipótese alguma mesmo quando passei por grandes dificuldades, então eu apoio a sua iniciativa de dar uma chance a ela. -Hana sorri terminando de ajeitar o nó da minha gravata.

-Fale com ela sobre isso e se ela aceitar marque um dia para conversarmos na empresa. Quero deixar tudo certo e preparado para encaminha-la sobre ordens diretas. -Término de me arrumar colocando o sapato social e descemos conversando sobre a contratação de Ellen.

Hana apoiou a ideia sem pensar duas vezes e isso só me faz admira-la ainda mais, afinal ela é o tipo de pessoa que jamais vai tentar passar alguém para trás, muito pelo contrário ela sempre pensa nas pessoas antes mesmo de pensar nela.

Tomamos café da manhã com certa presa e faço questão de levar Daisy para escola que tagarela o caminho todo sobre os cavalos e a fazenda.

Minha pequena princesa não esconde a felicidade que teve e insiste em pedir para voltar, mas no momento não posso realizar esse desejo. Tenho que focar na empresa e nas atitudes do meu pai, pois não brinquei quando disse que sairia e deixaria tudo para trás se ele continuasse atacando Hana e Daisy por nada.

Ao chegar na empresa sou abordado por Joaquim que esperava na recepção do térreo. Hana faz uma suave careta ao vê-lo sabendo que ele é o tipo tagarela abusado, subimos de elevador até a cobertura e me encaminho diretamente para sala de reuniões que por sorte estava arrumada.

Ofereço um lugar a Joaquim que não para de tagarelar sobre suas duas netas e me acomodo na ponta da mesa abrindo as planilhas de vendas. Com calma ouço ele elogiar as netas radiante e cheio de felicidade, após minutos ele finalmente percebe que eu o esperava para começarmos a reunião.

-Desculpe não resisto aquelas duas fofuras. -Comenta com um grande sorriso no rosto.

-Eu lhe entendo. -Limito em falar, mas aquilo era uma grande mentira.

-Vamos direto ao assunto então. -Volta sua atenção para mim e finalmente damos início a reunião que deveria ter começado a uns quinze minutos atrás.

Joaquim expõe suas ideias sobre o novo projeto de seu restaurante que seria inaugurado em poucos meses e acaba pedindo dicas sobre como formular a adega em seu novo restaurante.

-Não sei se seria viável colocar uma adega deste porte dentro da área social. -Afirmo com certa preocupação. -É realmente bonito a exposição de vinhos, mas para a quantidade que você quer expor acho um pouco exagerado. Eu particularmente deixaria uma área exclusiva para adega e faria algo menor para a exposição. -Exponho minha ideia e ele parece repensar seu projeto.

-Pensando assim você tem razão. -Afirma pensativo.

-A adega lhe ocuparia muito espaço e você pode fazer uma exposição menor se quer mostra-los ao público, até mesmo indicaria uma adega climatizada em algum outro ponto do ambiente, mas expor todas as garrafas não é uma ideia viável. -Afirmo.

Pensativo Joaquim expõe todas as suas dúvidas e eu faço questão de lhe apresentar outras visões sobre seu projeto, depois de horas de reunião ele acaba aceitando minhas opiniões e fechando um contrato para vinhos artesanais dispensando os industriais.

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