As duas faces do meu chefe romance Capítulo 52

Hana

Concentrada em meus afazerem nem percebo meu celular vibrar sobre a mesa e depois de insistentes ligações de Juan acabo atendendo.

-Boa tarde Juan. -Cumprimento educadamente.

-Boa tarde Hana.

-Diga que tem boas notícias sobre a venda da casa. -Pergunto ansiosa.

-É exatamente sobre isso que eu quero falar. -Comenta deixando-me apreensiva.

-O que houve? -Pergunto preocupada.

-Sua casa finalmente foi vendida, mas quando liguei para Paulo para quitar a dívida ela havia sido quitada a poucas horas.

-Como? -Pergunto irritada. -Não me diga que foi Layonel. -Questiono mais do que irritada.

-Ao que tudo indica sim, mas ele não quis entrar em detalhes e ignorou todos os meus questionamentos. Como o caso havia sido encerrado não achei viável pressiona-lo a dar respostas.

-Eu não acredito. -Sinto meus olhos se encharcarem de lágrimas e com as mãos tremulas pressiono o celular contra o ouvido.

-Bom como a dívida já foi paga o dinheiro da casa será transferido para sua conta.

-Obrigada Juan. -Mal despeço e desligo o celular marchando para a sala de Layonel com irritação.

Ao chegar não o encontro e presumo que ele ainda esteja em reunião, então me apoio na mesa batendo o pé incansavelmente sobre o piso até vê-lo adentrar sua sala com algumas pastas na mão.

Estava tão irritada e cega de ódio que não me importo com a porta aberta apenas marcho em sua direção vendo seus olhos verdes me observarem surpresos e questionadores.

-Hana? -Ele questiona, mas acerto seu rosto com um tapa deixando minhas lágrimas escorrem.

-Mentiroso. -O acuso vendo ele recuar surpreso. -Você prometeu, prometeu que não se envolveria. -Grito sentindo os sentimentos de decepção dominarem cada um dos meus atos impulsivos.

-O que está acontecendo? -Ele questiona perdido e aquilo só me irrita ainda mais.

-Não seja sínico. -Grito lhe acertando tapas e ele solta as pastas segurando minhas mãos.

-Se acalme, você está me batendo e eu nem sei o que fiz. -Ele segura minhas mãos, mas continuo tentando acerta-lo.

-Você prometeu que não pagaria a dívida Layonel, conversamos sobre isso hoje. -Deixo as lágrimas escorrer por meu rosto.

-Hana se acalma. -Ele força suas mãos em meus pulsos mantendo-me parada sem me machucar. -Do que você está falando? -Seus olhos perdidos me analisam confusos e começo a perceber que ele também não sabia do que eu estava falando.

-Juan acabou de me ligar avisando que a dívida havia sido paga. -Explico. -Só você poderia quitar aquela dívida, por que fez isso quando lhe pedi tantas vezes para não fazer? –Solto minhas apoiando as mesmas no rosto para tentar conter as lágrimas. –Você havia prometido.

-Não fui eu. -Ele praticamente grita fazendo com que eu me encolha.

-Como não foi você? -Pergunto descrente. - Só pode ter sido você. -O aviso novamente.

-Mas não foi Hana. – Ele apoia as mãos em meus ombros e acaricia meu cabelo com suavidade. –Porra, dá para acreditar em mim? –Solta meus ombros passando as mãos no cabelo com nervosismo.

Enxugo as lágrimas com as costas das mãos enquanto o observo desconfiada.

-Como não foi você? –Pergunto confusa.

-Não foi. –Ele suspira fechando os olhos. -Você tem uma mão pesada pra porra. -Acaricia a face e eu faço uma careta sentindo-me culpada por acusa-lo e ainda lhe bater.

-Desculpe. -Acaricio seu rosto.

-Nunca mais quero ser o alvo do ódio. -Afirma preocupado.

-Desculpa, só que se não foi você quem poderia ser?

-Eu não sei. -Suspira. –Confesso que comprei sua casa, mas não paguei a dívida diretamente.

-Você o que? -Grito de novo sentindo minha cabeça doer.

-Não me bate Hana. - Ele logo trata de segurar minhas mãos. –Deixe-me explicar antes de me acertar novamente. -Pede com calma.

Semicerro os olhos e ele não solta minhas mãos devagar completamente na defensiva.

-É bom você ter uma ótima explicação Layonel.

-Você não queria que eu pagasse a dívida, então comprei sua casa. Foi uma troca justa, nem você e nem eu sairia perdendo. Sou proprietário da sua casa e você tem o dinheiro ponto final. -Ele encerra o assunto e eu suspiro sabendo que pelo menos foi uma troca justa.

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