Layonel ....
Depois que meu pai saiu da empresa Hana e eu ficamos alguns minutos parados diante da porta digerindo tudo o que havíamos acabado de ouvir, porque até mesmo para mim que sou filho de Zoy, fiquei surpreso com sua atitude inesperada, afinal esperava tudo do meu pai, mas que ele fosse pagar a dívida de Hana e ainda se recusar que ela devolvesse o dinheiro, me pegou completamente desprevenido.
Participei de mais uma reunião depois do ocorrido e confesso que fechei o contrato meio no automático, minha mente hoje não consegue focar em mais nada e agradeço mentalmente por Marcos Valenci ter desmarcado a reunião das dezessete horas, o que raramente acontece, apesar de ter muitas coisas para fazer resolvo ir embora mais cedo, não adiantaria forçar minha mente, a dor de cabeça estava me matando e eu precisava de algumas horas para compreender a decisão do meu pai, afinal, de alguma forma não consigo digerir toda essa bondade depois de todo o alarde que causou.
Parado na porta da sala de Hana, a observo concentrada em seus afazeres, fico alguns segundos a observando e confesso que gosto de fazer isso. Ela é sempre muito centrada e isso enche-me de orgulho e felicidade.
Pigarreio somente para chamar sua atenção e ver seus lindos olhos cor de mel se voltarem para mim curiosos e surpresos.
-Layonel? - Ela inclina a cabeça. -Precisa de algo?
- Sim.
-Aconteceu algo? -Pergunta preocupada talvez pelo aparente cansaço estampado em meu rosto.
-Marcos desmarcou a última reunião, podemos ir embora mais cedo. -Sorrio.
-Mas...
- Não vamos discutir, minha cabeça está explodindo, para mim esse dia já deu. Vamos para casa, vou pedir para um dos seguranças buscar Daisy na escola. -Confesso cansado.
- Você acha que seu pai está planejando algo? -Pergunta preocupada.
Sabia que assim como eu, ela também não tinha de certo engolido toda a história do meu pai, ou estávamos certos em desconfiar ou era somente paranoias e desconfianças da nossa cabeça.
-Sinceramente não sei, mas não consigo parar de pensar em tudo o que aconteceu e isso está gerando uma dor de cabeça infernal. -Faço uma careta de braços cruzados enquanto vejo ela desligar o computador e pegar sua bolsa.
- Não queria que as coisas fossem assim. -Confessa cabisbaixa.
-Você não pediu nada a ele querida, foi ele quem pagou a dívida por livre e espontânea vontade, ninguém mandou ou obrigou ele a fazer isso, não deve se culpar.
Encolhendo os ombros ela suspira parando em minha frente.
-Mesmo assim não gosto de como as coisas aconteceram. -Afirma apoiando a mão em meu peito e beijando suavemente meus lábios.
Apoio uma mão em sua cintura retribuindo o beijo com calma.
- Não vamos enlouquecer com esses pensamentos, talvez estamos julgando meu pai mal, talvez ele realmente só esteja tentando se redimir, caso o contrário farei tudo o que disse que faria. Tenho dinheiro de sobra para abrir outra empresa, não no mesmo ramo que estamos é claro, mas se for necessário faço um curso para entrarmos em outro ramo, isso é o de menos. Posso fazer várias jogadas, comprar ações ou investir em outros meios... -Hana apoia os dedos em meus lábios fixando os olhos nos meus.
- Eu sei que você pode recomeçar do zero, que nós podemos, porque não importa o que aconteça, eu te amo e quero permanecer ao seu lado, mas é tão errado isso acontecer. Isso tudo é seu e você tem o direito de estar aqui, não quero que perca algo que vocês ama. Eu sei que você odeia a administração e a empresa em si, mas você ama os vinhos Layonel, você ama a fazenda e a produção. Não quero que se afaste disso, nas reuniões fica estampado em seus olhos o amor que sente em explicar algo que eles não sabem.
Seguro sua mão com calma dando um demorado beijo em seus dedos.
-Estamos nos martirizando com antecipação, não adianta criamos inúmeras possibilidades e acusações sem antes ter a certeza do que meu pai planeja. Sou o único herdeiro, seria muita irresponsabilidade dele me perder por mero orgulho, não sei se sou eu que quero acreditar nisso ou se de fato é o que está acontecendo, mas quero acreditar que ele realmente está tentando se aproximar.
- Você tem razão, vamos esperar e ir com calma. Ele deu um grande passo e pediu perdão, vamos crer que tudo se encaixara. Estamos na defensiva atoa, vamos dar um voto de confiança a ele, afinal, ele me pareceu muito sincero e apesar das coisas que me disse, não tenho nada contra ele e aceito o seu perdão se de fato ele quiser se redimir. -Confessa e meu coração se acelera dentro do meu peito a observando.
-Eu te amo sabia? -Sorrio passando a mão por seu rosto e seus olhos brilham de felicidade com a minha confissão.
- Eu também amo você. -Fica na ponta dos pés para alcançar meus lábios dando um beijinho suave.
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